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Ao ver os preços a que estão a ser vendidos os VE's em segunda mão, na Europa e Estados Unidos, com desvalorizações brutais em poucos anos, pergunto-me se isto não é muito mau para a imagem dos VE's e pode, em última consequência, atrasar a adopção do VE pelo público em geral.

Se comparar-mos a desvalorização de um Leaf de 2011 com um modelo da gama equivalente com CI verificamos que o Leaf desvalorizou muito mais.
Do ponto de vista do público em geral isto cria a percepção que um VE não é um bom investimento pois quando chegar a altura de trocar de carro o "velho" não vai valer nada.

Isto deve-se em parte ao facto dos VE's serem uma tecnologia em pleno desenvolvimento. Ninguém se espanta se um telemóvel com 4 anos não valer nada em caso de troca e parece estar a acontecer o mesmo com os VE's.
O facto de haver anúncios e rumores constantes de novos modelos e características também contribui para este facto, quando é anunciado um novo iPhone os antigos perdem valor imediatamente.

Por outro lado esta forte desvalorização faz com que haja "grandes oportunidades" no mercado de 2ªmão pois mesmo um Leaf com 80km de autonomia ainda serve a muita gente, especialmente se o preço for atractivo.

Mas para os construtores isto é mau. Os construtores vivem das vendas de modelos novos e enquanto houver esta forte desvalorização será difícil massificar a venda de VE's continuando estes a ser um nicho de mercado.

Concordam com esta análise?
Qual a vossa opinião?

Tens toda a razão, mas por esse prisma também teremos cada vez mais baterias usadas a bom preço... o de podemos fazer backup em casa!

E facilita o acesso a VEs a quem tem orçamento mais apertado. Os preços de VEs quase novos em França é de lamber os beiços.

Só comprei VE devido a tal desvalorização.
Penso que a desvalorização ocorre devido ao desconhecimento do mercado e não devido a falta qualidade ou fiabilidade. Por isso, não é preocupante... é de aproveitar

A desvalorização não ocorre apenas por existirem no horizonte carros elétricos com mais autonomia e mais baratos, mas também porque as baterias dos Leaf mk1 têm-se degradado mais depressa do que é desejável e isto dá uma má imagem aos veículos elétricos.

O elevado preço dos carros eléctricos só compensa se conseguirmos fazer muitos quilómetros e uma bateria degradada e/ou falta de postos de carregamento dificulta esta missão. Comprar um carro eléctrico para fazer menos de 100.000km não compensa. Imagina os quilómetros que se podem fazer e o que se pode poupar com um Zoe R240 se tivermos uma rede de postos de 22KW.

Com as actuais baterias que são mais duráveis e uma rede de carregamento a funcionar minimamente a desvalorização será menor.

A desvalorização é boa quando o produto é bom! não é?

A não ser que dê uma trombose ao carro conto em ficar com ele para a vida toda, e provavelmente ceder a um dos meus filhos quando forem para a faculdade, que não necessitarão de fazer viagens muito longas.

Se ao pessoas vão tratar os carros como tratam os iPhones fica à sua consciência individual, mas no meu entender é uma prática deplorável e um desrespeito pelo planeta. E nunca esteve tão na moda por em causa o sistema económico de lucro rápido sem olhar a meios, talvez com esta novo pensamento se consiga impor formas mais sustentáveis de fazer negócio.

Eu também, se não fosse a desvalorização, não tinha VE nenhum...
Um VE, tirando a bateria não se escavaca todo como um CI com o passar dos anos.
Até os plásticos e apertos deverão ficar em melhor estado devido à ausência de vibrações do motor.

Eu comprei com a ideia de o manter por muito tempo mudando de bateria.

Agradeço as respostas e opiniões mas gostaria de aprofundar a questão do ponto de vista dos construtores e do mercado visto como um todo.

É ou não mau para a imagem dos VE's?

Pode ou não atrasar a adopção generalizada de VE's devido à percepção de serem produtos que desvalorizam rapidamente?

Chega a um ponto que não desvaloriza muito mais. Vai ser cada vez maior a apetência pela aquisição de VE nessas condições. Quando se constatar que um VE custa tão pouco para a economia e agradabilidade de condução que proporciona, e que este se paga a si próprio, o sucesso está garantido.

No caso dos VE o preço das primeiras gerações foi notoriamente exagerado e tanto pode ser por razões de política comercial como de economia de escala (por se produzirem poucos, ficam caros).

Como se justificava que um VE sem baterias como o ZOE custasse mais que um Clio com motor e depósito quando começaram com o R210 (23000€)?
Um motor eléctrico tem 3 peças, um de combustão tem centenas que implicam muitas horas de maquinação. A eletrónica de gestão e rede de sensores são mais complexos num CI e o resto do caro (carroçarias, interiores) custam o mesmo a fabricar.
E neste caso o argumento do costume, de que a culpa era da bateria que custava metade do carro não se aplicava pois o veículo era vendido sem ela.