Nissan pré e pós Carlos Goshn
Enviado: 26 jan 2011, 23:28
Carlos Goshn entrou na Nissan em 1999 para recuperar financeiramente a marca. Despediu muitos funcionários, reestruturou vários aspectos da empresa e ficou conhecido como "cost killer".
A Nissan e a Renault fizeram uma semi-fusão que parecia incompatível. Os clientes Nissan eram bem diversos dos Renault. O que uns procuravam era diferente do que os outros buscavam. Por exemplo, eu cliente Nissan, nunca compraria um modelo desta marca como motor Renault, porque acho que uma das mais-valias da Nissan e outras marcas japoneses está na fiabilidade dos motores. A Renault em testes de fiabilidade, consistentemente desde há décadas, fica em posições pouco abonatórias.
Assim como um cliente Renault gosta de estética arrojada e muito equipamento, coisa que a Nissan não era forte.
Não há dúvida que Goshn recuperou financeiramente a Nissan e conseguiu partilhar componentes com a Renault. O que passou?
Bem, a Renault não melhorou consideravelmente a fiabilidade e a Nissan baixou-a de forma profícua. Os modelos Nissan estão mais bonitos (de uma forma geral), mas menos fiáveis. Abaixo da Honda, Mazda, Toyota...
No início dos anos 90 a Nissan tinha uma gama competentíssima. O Micra, o Sunny, o Primera, o Maxima eram fiabilíssimos, com excelente qualidade de construção e segurança (passiva e activa) acima dos concorrentes nipónicos e muitos europeus. Depois começou a febre dos turbodiesel e os principais mercados onde a Nissan vendia - Japão e EUA - não os usavam. Tinham duráveis motores a gasóleo, mas de alta cilindrada.
A fusão com a Renault trouxe os motores diesel de baixa cilindrada. Mas com isso as transmissões e muitos componentes electrónicos franceses... Com isso baixando a fiabilidade. Goshn poupou dinheiro, vende mais, mas a Nissan está descaracterizada e com uma gama pouco ortodoxa.
Vejamos;
O Micra é agora um carro "mundial". Tem um estética aterradora, baixa qualidade e nem opção diesel tem.
Tentaram vender o medíocre Tiida (fabricado México) com o mesmo "background" que passado 1 ano e tal de comercialização na Europa, foi suspenso.
O Juke, bem executado, mas "entalado" entre segmentos.
O Qashqai é um bom produto mas não se pode dizer que seja um concorrente nos mesmo moldes de um Golf, Focus, Ceed, etc.. Aí a Nissan não tem equivalente!!!
Depois... Acaba a gama de ligeiros! Não há porta-estandarte da marca, ou sequer concorrente de Passat, Mondeo, C5... nada. Passa directamente para a "nata" 370Z e GT-R, muito caros, apesar de excelentes produtos.
Tem uma gama forte de todo-o-terreno, mas com pouca expressividade de vendas no cômputo geral.
Eu tive um Nissan Primera de 1994 (que quando saiu era comummente considerado como referência do segmento) a gasolina que era mais fiável e tinha mais qualidade que o meu actual Nissan Primera (2002) a gasóleo (ainda motor Nissan, não Renault). O motor, lá está, não me deu problemas, mas nota-se o tal "corte" de custos em certos aspectos.
Penso que a Nissan continua a ter bons produtos no Japão, mas sei que este, muito provavelmente, será o meu último Nissan ( a não ser que tenha dinheiro para um GT-R )
A Nissan e a Renault fizeram uma semi-fusão que parecia incompatível. Os clientes Nissan eram bem diversos dos Renault. O que uns procuravam era diferente do que os outros buscavam. Por exemplo, eu cliente Nissan, nunca compraria um modelo desta marca como motor Renault, porque acho que uma das mais-valias da Nissan e outras marcas japoneses está na fiabilidade dos motores. A Renault em testes de fiabilidade, consistentemente desde há décadas, fica em posições pouco abonatórias.
Assim como um cliente Renault gosta de estética arrojada e muito equipamento, coisa que a Nissan não era forte.
Não há dúvida que Goshn recuperou financeiramente a Nissan e conseguiu partilhar componentes com a Renault. O que passou?
Bem, a Renault não melhorou consideravelmente a fiabilidade e a Nissan baixou-a de forma profícua. Os modelos Nissan estão mais bonitos (de uma forma geral), mas menos fiáveis. Abaixo da Honda, Mazda, Toyota...
No início dos anos 90 a Nissan tinha uma gama competentíssima. O Micra, o Sunny, o Primera, o Maxima eram fiabilíssimos, com excelente qualidade de construção e segurança (passiva e activa) acima dos concorrentes nipónicos e muitos europeus. Depois começou a febre dos turbodiesel e os principais mercados onde a Nissan vendia - Japão e EUA - não os usavam. Tinham duráveis motores a gasóleo, mas de alta cilindrada.
A fusão com a Renault trouxe os motores diesel de baixa cilindrada. Mas com isso as transmissões e muitos componentes electrónicos franceses... Com isso baixando a fiabilidade. Goshn poupou dinheiro, vende mais, mas a Nissan está descaracterizada e com uma gama pouco ortodoxa.
Vejamos;
O Micra é agora um carro "mundial". Tem um estética aterradora, baixa qualidade e nem opção diesel tem.
Tentaram vender o medíocre Tiida (fabricado México) com o mesmo "background" que passado 1 ano e tal de comercialização na Europa, foi suspenso.
O Juke, bem executado, mas "entalado" entre segmentos.
O Qashqai é um bom produto mas não se pode dizer que seja um concorrente nos mesmo moldes de um Golf, Focus, Ceed, etc.. Aí a Nissan não tem equivalente!!!
Depois... Acaba a gama de ligeiros! Não há porta-estandarte da marca, ou sequer concorrente de Passat, Mondeo, C5... nada. Passa directamente para a "nata" 370Z e GT-R, muito caros, apesar de excelentes produtos.
Tem uma gama forte de todo-o-terreno, mas com pouca expressividade de vendas no cômputo geral.
Eu tive um Nissan Primera de 1994 (que quando saiu era comummente considerado como referência do segmento) a gasolina que era mais fiável e tinha mais qualidade que o meu actual Nissan Primera (2002) a gasóleo (ainda motor Nissan, não Renault). O motor, lá está, não me deu problemas, mas nota-se o tal "corte" de custos em certos aspectos.
Penso que a Nissan continua a ter bons produtos no Japão, mas sei que este, muito provavelmente, será o meu último Nissan ( a não ser que tenha dinheiro para um GT-R )
