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Não os instalarem em Porto e Lisboa não implica que os instalem noutro lado qualquer. Lá são rentáveis e têm utilização elevada, o que não acontece em mais lado nenhum

1775€/ano são 4,86€/dia.

Considerando uma ocupação média de 12h por dia, o que no Porto é ABAIXO do normal dá um custo de 0,40€/hora do posto ocupado. Num carregamento a 40kW de média dá então um custo por kW.h de 0,40€/40 = 0,01€/kW.h.

O custo final por kW.h depende da utilização do posto. Mais que 12h/dia e o custo por kW.h será menor, menos que esse tempo e será maior. No limite o preço seria de 0,005€/kW.h para um posto ocupado 24h/dia, o que é naturalmente impossível.

Por minuto, os 0,40€/h são 0,0067€/min.

Terei feito bem as contas?

Ainda tens que somar os 1000€ da licença por 10 anos por posto, isto e, 1000/120 = 8,3€/mes
Fora tudo o resto que o modelo ja contempla...

Acho que não é muito desejável que 480kWh/dia seja abaixo do normal. Com esse nível de utilização, ninguém consegue ter um posto disponível.
O que é importante é que possam ser rentáveis postos com níveis de utilização abaixo disso, para que possamos ter um PCR quando precisamos dele, sem ter de ficar na bicha.
Então convinha fazer a conta para um nível de utilização aceitável. Isto no caso dos PCRs.

No caso dos PCNs, não estamos apenas a falar de rentabilidade, estamos a falar de justiça e de política. Quanto a justiça, é ponderar com as outras muitas utilizações do espaço público, desde carros estacionados, car sharing, e muitos outros não relacionados com a mobilidade.
Quanto a política, a questão é se é importante para nós termos carros eléctricos.

Sim, a CMP devia facilitar pelo menos na fase inicial a instalação de postos e esta taxa não ajuda em nada nisso. No mínimo deviam isentar de taxas iniciais e nos primeiros anos. Ou então cobrar uma percentagem da utilização do posto, diminuindo o risco do OPC.

No entanto estes custos são uma fração do investimento global no posto, que fica inviabilizado com níveis de utilização baixos. Temos de ter níveis de utilização elevados para o negócio ser rentável, não há volta a dar.

O que precisamos são níveis de utilização elevados com muitos postos no mesmo local. Como sabemos pela teoria das filas de espera, a eficiência aumenta com o aumento do número de filas (ou com uma só fila mas com vários postos de atendimento). Se em vez de termos postos espalhados pela cidade tivermos alguns hubs de carregamento com vários postos, conseguimos ter uma utilização elevada e pouco ou nenhum tempo de espera. Espalhar postos singulares pela cidade é a meu ver uma má solução. Eu escolheria sempre ir a um local com 10 postos ou um local com um só posto.
Isto é facilmente visível nos SuC, mesmo quando estão completamente ocupados o tempo de espera para carregar é no máximo alguns minutos (1 dígito).

mjr Escreveu: ↑

17 nov 2019, 00:26

tivermos alguns hubs de carregamento com vários postos

Sem dúvida. Lentos ou rápidos, múltiplos pontos de carregamento num mesmo local.

Edit: esta discussão mostra bem a nossa percepção da fragilidade que é o negócio de um OPC. Um posto que não gere 5€/dia para uma taxa camarária é de facto um micro negócio. Quanto tempo demorará a pagar um posto?

Com estas taxas, quem fica a perder é o Porto
Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar são mesmo aqui ao lado, vão certamente passar a ser primeiras opções. Os OPC não são parvos
Mas isto não é de agora. O município do Porto, desde o início da rede piloto, nunca foi exemplo para ninguém na adoção da ME. Reparem quantos postos da rede piloto tinha o Porto comparando p.ex com Gaia
Reparem na operacionalidade nos últimos anos dos postos da rede piloto do Porto comparando com outras cidades vizinhas
Reparem na pressa com que o Porto passou a cobrar estacionamento a VEs em carga em alguns postos da rede piloto contrariamente ao regulamento da ME de 2010
Se não querem postos de carregamento de VE na cidade não venham é com aquela treta daquela ladaínha engana cegos com que iniciam o texto das taxas. Hipocrisia dispensamos

Gostava de saber a opiniao dos OPC.
Temos estado a olhar para o copo meio vazio, mas e se for uma boa medida para os OPC? E se tal medida permitir maior dispolibilidade da CMP e assim os OPC conseguirem instalar mais postos?
Certo é que serão os UVE a pagar a factura.

Os OPC certamente não vão gostar de algumas das obrigações impostas tal como a comunicação mensal à CMP de todos os carregamentos realizados (sem um acordo de uso sobre esses dados estatísticos).

t3lmo Escreveu: ↑

18 nov 2019, 01:28

Os OPC certamente não vão gostar de algumas das obrigações impostas tal como a comunicação mensal à CMP de todos os carregamentos realizados (sem um acordo de uso sobre esses dados estatísticos).

Então, não sendo bom nem para os OPC nem para os UVE, faz sentido a toma de posição conjunta.
É imperativo fazermos chegar à CMP o impacto que tal medida terá na ME.
Será que a associação UVE poderia interceder aqui e enviar tanto para o sr. Presidente da CMP e mesmo para os partidos com assento na assembleia municipal este tema?
Note-se que tal não diz respeito apenas ao Porto, mas sim a todo o país.