Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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zeuz
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por zeuz » 16 fev 2021, 22:01

mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Sobre o OPC não poder discriminar o CEME nos preços que faz, não percebo a questão. Isso não é óbvio que tem de ser assim? Ou o OPC iria ter uma tabela de preços para cada CEME no posto??
Porque não?!
Se é suposto haver independência entre os CEME e os OPC, qual o problema de um OPC estabelecer uma parceria com um CEME que lhe permitisse vantagem competitiva numa área onde existam vários OPC?

Além disso, no meio de tantos valores a pagar, mais conta, menos conta para o UVE fazer...
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Isto claro que não impede o contrário ou seja o CEME fazer descontos em determinados postos. Por exemplo, nos "seus". No fundo vai dar ao mesmo, não? Nada impede o CEME EDP, por exemplo, de colocar um cartaz ao lado dos postos do OPC EDP (e de outros com os quais tenha feito acordos) a indicar descontos no caso de usar o seu cartão.
Então mas a parceria só pode partir de um dos lados?!
Então e a independência entre CEME e OPC?!
Para um OPC ter uma vantagem competitiva numa área onde existam vários OPC, terá que se constituir CEME e esperar uma adesão em número suficiente para justificar o desconto praticado?! Não pode tirar partido do acesso a uma base de clientes já estabelecida?!

Esse exemplo faz-me lembrar as facturações entre empresas do mesmo grupo, para no fim não pagarem impostos...
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
No entanto a lei impõe algumas limitações, não quantificadas, para esses descontos:
Decreto-Lei n.º 90/2014, de 11 de junho

Artigo 7.º
Regime de exercício da comercialização de electricidade para a mobilidade eléctrica
[…]
5 — Os contratos de fornecimento de energia eléctrica referidos no número anterior não
podem discriminar pontos de carregamento, impedindo ou tornando excessivamente
onerosa a utilização de certos pontos de carregamento, favorecendo injustificadamente a
utilização dos demais.
6 — O disposto no número anterior não impede a aplicação de descontos nos preços de
comercialização de eletricidade para a mobilidade elétrica ou a comercialização conjunta
de serviços ou produtos diversos.
Quando existem zonas onde fica mais económico carregar em PCR versus carregar em PCN, no caso de carros com carregadores internos até 30A monofásico, i.e., a maioria dos VE em circulação, parece-me que o ponto 5 não está a ser cumprido...

O ponto 6 ainda aguardamos pela sua implementação... por exemplo, já que falamos no LIDL, onde estão os descontos para clientes LIDL nos PCR instalados pela KLC no seu espaço? Ah, espera, a lei diz que só o CEME pode dar desconto, por isso o LIDL teria que se constituir CEME para poder dar esse desconto e assim promover as compras nas suas lojas...
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Isto foi colocado, penso eu, para impedir monopólios, mas permite alguma liberdade na criação de "promoções". Um pouco como os 10c por litro de desconto que as compras no Continente dão na Galp.
De facto não impede monopólios... exteriores aos habituais monopolizadores... :roll:
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Sim, eu percebo que muitos vêm muito poder nos CEMEs e pouco nos OPCs. É verdade. Mas nada impede os OPCs de se tornarem CEME, como aliás muitos já o fizeram. Um dos pontos na criação do modelo foi a questão de não ser necessário andar com dezenas de cartões (ou Apps) na carteira, algo que é muito criticado lá fora. Daí a preocupação com a criação de situações anti concorrenciais que pudessem criar monopólios. Normalmente os monopólios começam com situações que parecem favorecer bastante os utilizadores do produto/serviço, mas após eliminar a concorrência estes acabam por ficar prejudicados com a liberdade de preços que o monopolista fica.
Os preços praticados pelos CEME são muito idênticos... tipo as diferenças entre postos de abastecimento... será que podemos usar a palavra "monopólio" para descrever esta proximidade de preços?

Quanto a não ser preciso dezenas de cartões, como justificas recomendar-se ter mais que um cartão de um CEME, para o caso desse cartão não funcionar ou tão só porque fica mais económico usar um cartão versus outro cartão?
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Deixo mais uma achega para a discussão. Acham que a Miio, uma empresa inovadora e que presta um enorme serviço à ME em Portugal poderia existir se tivéssemos um sistema liberalizado? Não estou a falar do ponto de vista teórico, mas sim na prática obviamente. Num sistema liberalizado teria que conversar com todos os OPCs para lhe darem acesso aos seus sistemas, algo que na prática seria muito difícil de acontecer. Penso que até ao momento a Miio não indica o estado de nenhum posto fora da rede da ME, porque será?
Sim, poderia existir na qualidade de fornecedor de uma App que permite aos operadores gerir a sua rede de carregamento e respectivos clientes!
Já sugeri isso ao Rafael!

E não esquecer que o principal mote para a criação da app Miio foi/é descomplicar os carregamentos na rede Mobi.e!
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 17 fev 2021, 11:05

rimsilva Escreveu:
16 fev 2021, 20:38
Para quem está a começar e quer carregar,naturalmente que vai procurar o mais barato, não sabe (nem tem que saber) toda esta "novela" (mexicana) que é a ME em Portugal.

O exemplo foi mais para quem anda nisto há uns anos e que provavelmente já bateu palmas ao Lidl e troca-o pelo "Salvador da Patria".

Cada um terá o seu ponto de vista, eu não acho que seja este o caminho e não aplaudo a rede do continente, ainda se tivessem sido daqueles pioneiros que sofreram na pele as borlas, durante muito mais tempo do que era suposto e agora se tivessem fartado e decidido esta via... mas não, ainda por cima sabendo que ainda há muito fundo europeu.
Foi tudo um aproveitamento da sua condição previligiada para ganhar ainda mais, há muito pouco (ou nada de interesse pela ME).

Eu sempre disse que enquanto não houvesse volume que pudesse fazer mossa, ninguém se iria chatear com "ilegalidades" (neste caso não será diferente), enquanto a rede do continente não provocar danos a quem cumpre a lei, todos vão coabitar. No entanto, no dia que isso acontecer (de forma evidente), acho perfeitamente normal que as denúncias surjam.
Em relação a este assunto (modelo da ME) concordamos na maioria das vezes, mas aqui tenho de discordar.

Sim, o Continente (grupo sonae) não é conhecido por dar um porco a quem lhe dá uma linguiça. Quem acompanhava muitas das declarações do seu falecido fundador, sabe bem, que primeiro nós e depois os outros, sendo também considerado por muitos um mau patrão, quando tinha tudo para ser uma referência a nível nacional neste aspecto, mas isto são outros quinhentos.

Isto para tentar explicar o porque de chegar só agora e com fundos europeus. Do ponto de vista empresarial (negócio) foram espertos, investem com dinheiro dos outros, com taxas de juros baixas ou a até a fundo perdido. O problema para nós, só chegaram agora, mas vieram romper com aquilo que no ponto de vista de alguns de nós esta mal pensado, implementado e não beneficia em nada o UVE nem a ME. O mjr diz que o nosso modelo em nada prejudica a instalação de mais postos, até pode ser, mas também é verdade que quantos mais intervenientes em qualquer processo mais demorado e burocrático se torna o mesmo.

A questão da ilegalidade todos sabemos que o Continente não vende estacionamento, mas e prova-lo! Dando o exemplo do zeuz, o que não falta é exemplos de empresas que criam outras empresas para fazerem facturações entre elas para fugir aos impostos, no entanto continua acontecer e parece que é legal criar esta ilegalidade :think: .

Para concluir o porquê da minha discórdia contigo neste ponto. Não é o Continente que esta mal. Foi o monstro que criaram a volta da ME e, como devemos optar sempre pelo mais simples, outros deviam de romper com o sistema (desde que dentro do que é legal) e fazer o mesmo e, assim obrigar a alterações profundas ao que temos actualmente.

Como o BrunoAlves já escreveu. Esperamos que mais tarde, ou mais cedo (de preferência mais cedo) venha acontecer.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 17 fev 2021, 13:13

Só queria deixar uma nota adicional, em relação à legalidade ou não das redes privadas.

Já se discutiu muitas vezes esta questão no grupo do TCP no FB e sabe-se que a Tesla tem vários pareceres jurídicos favoráveis à operação nos moldes actuais.
É de esperar que o continente tenha pelo menos outros tantos.

Por isso ilegal eu tenho a "certeza" que não é. Ou pelo menos não o é de caras.

No limite é a lei que foi mal criada. Como é óbvio, o obrigar toda a gente a usar entidade-mor seria inviável, pelo que as excepções tinham de existir. Continuamos a falar do continente e da Tesla mas há muitas outras, estas são só as de maior exposição.

Em relação à estratégia de investimento do continente, é o que é. A larga maioria dos OPC só começaram a investir a sério depois de o mercado já ter alguma expressão, deixaram outros correr os riscos. Mais uma vez, devíamos todos usar só PCR da Galp?
Em relação aos fundos, bom a mobiletric teve os primeiros PCR nas melhores localizações a "custo 0". Claro que suportaram muito tempo às borlas, mas de certeza que não foi por opção própria que o fizeram :mrgreen:
Olha, se não fosse o modelo certamente que podiam ter desde o início uma app própria, pagamentos próprios, tudo a tempo e horas :mrgreen:
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 17 fev 2021, 13:30

BrunoAlves Escreveu:
17 fev 2021, 13:13
Em relação à estratégia de investimento do continente, é o que é. A larga maioria dos OPC só começaram a investir a sério depois de o mercado já ter alguma expressão, deixaram outros correr os riscos.
Olha assim de repente lembrei-me da Brisa. Cheia de milhões para torrar em campanhas de markting, fazendo querer que são a empresa mais inovadora na ME, quando durante anos tiveram sentados na explanada a ver outros (estes sim, inovadores) a torrar os seus euros. Agora que a ME é um dado adquirido vem dizer a boca cheia que vai ser o maior investimento e mais inovador na ME. :violin:

E basta saber se estes milhões também não vieram de fundos europeus. :think:
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 17 fev 2021, 13:38

zeuz Escreveu:
16 fev 2021, 22:01
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Sobre o OPC não poder discriminar o CEME nos preços que faz, não percebo a questão. Isso não é óbvio que tem de ser assim? Ou o OPC iria ter uma tabela de preços para cada CEME no posto??
Porque não?!
Se é suposto haver independência entre os CEME e os OPC, qual o problema de um OPC estabelecer uma parceria com um CEME que lhe permitisse vantagem competitiva numa área onde existam vários OPC?

Além disso, no meio de tantos valores a pagar, mais conta, menos conta para o UVE fazer...
Precisamente, para isso ser assim é que tem de ser através do CEME pois é este que cobra. Não vejo a mínima vantagem em ter uma lista de preços OPC consoante o CEME, só trás mais complicação ao UVE. Toda a parte comercial de descontos, etc, deve ser tratada pelo CEME.

Com isto não estou estou a dizer que num modelo liberalizado não pudesse ser diferente, mas no nosso modelo não faz qualquer sentido preços OPC diferentes consoante o CEME.

zeuz Escreveu:
16 fev 2021, 22:01
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Isto claro que não impede o contrário ou seja o CEME fazer descontos em determinados postos. Por exemplo, nos "seus". No fundo vai dar ao mesmo, não? Nada impede o CEME EDP, por exemplo, de colocar um cartaz ao lado dos postos do OPC EDP (e de outros com os quais tenha feito acordos) a indicar descontos no caso de usar o seu cartão.
Então mas a parceria só pode partir de um dos lados?!
Então e a independência entre CEME e OPC?!
Para um OPC ter uma vantagem competitiva numa área onde existam vários OPC, terá que se constituir CEME e esperar uma adesão em número suficiente para justificar o desconto praticado?! Não pode tirar partido do acesso a uma base de clientes já estabelecida?!

Esse exemplo faz-me lembrar as facturações entre empresas do mesmo grupo, para no fim não pagarem impostos...
Para um OPC ter vantagem competitiva onde existam vários OPCs pode baixar o preço ou fazer um acordo com determinado(s) CEME, não é obrigado a ser CEME. Na verdade qual é mesmo a vantagem que um OPC teria em ter preços diferentes de acordo com o CEME se não fizer um acordo com esses CEMEs? Iria beneficiar um CEME só porque sim?? Havendo acordo só faz sentido ser através do CEME o tal desconto pois é este que cobra. É também a maneira mais simples para o UVE, que sabe que se carregar no OPC x tem um desconto y. Tipo o desconto do Continente na Galp.
zeuz Escreveu:
16 fev 2021, 22:01
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
No entanto a lei impõe algumas limitações, não quantificadas, para esses descontos:
Decreto-Lei n.º 90/2014, de 11 de junho

Artigo 7.º
Regime de exercício da comercialização de electricidade para a mobilidade eléctrica
[…]
5 — Os contratos de fornecimento de energia eléctrica referidos no número anterior não
podem discriminar pontos de carregamento, impedindo ou tornando excessivamente
onerosa a utilização de certos pontos de carregamento, favorecendo injustificadamente a
utilização dos demais.
6 — O disposto no número anterior não impede a aplicação de descontos nos preços de
comercialização de eletricidade para a mobilidade elétrica ou a comercialização conjunta
de serviços ou produtos diversos.
Quando existem zonas onde fica mais económico carregar em PCR versus carregar em PCN, no caso de carros com carregadores internos até 30A monofásico, i.e., a maioria dos VE em circulação, parece-me que o ponto 5 não está a ser cumprido...

O ponto 6 ainda aguardamos pela sua implementação... por exemplo, já que falamos no LIDL, onde estão os descontos para clientes LIDL nos PCR instalados pela KLC no seu espaço? Ah, espera, a lei diz que só o CEME pode dar desconto, por isso o LIDL teria que se constituir CEME para poder dar esse desconto e assim promover as compras nas suas lojas...
No ponto 5? Como assim? Há CEMEs com preços diferentes entre postos? Ou estás-te a referir aos que cobram ao minuto?

Sobre o ponto 6 o LIDL pode também fazer um acordo com um CEME. Não tem necessariamente de se constituir como CEME. Não é a Prio que não cobra a parte OPC nos postos do MarShopping?
zeuz Escreveu:
16 fev 2021, 22:01
mjr Escreveu:
16 fev 2021, 11:05
Sim, eu percebo que muitos vêm muito poder nos CEMEs e pouco nos OPCs. É verdade. Mas nada impede os OPCs de se tornarem CEME, como aliás muitos já o fizeram. Um dos pontos na criação do modelo foi a questão de não ser necessário andar com dezenas de cartões (ou Apps) na carteira, algo que é muito criticado lá fora. Daí a preocupação com a criação de situações anti concorrenciais que pudessem criar monopólios. Normalmente os monopólios começam com situações que parecem favorecer bastante os utilizadores do produto/serviço, mas após eliminar a concorrência estes acabam por ficar prejudicados com a liberdade de preços que o monopolista fica.
Os preços praticados pelos CEME são muito idênticos... tipo as diferenças entre postos de abastecimento... será que podemos usar a palavra "monopólio" para descrever esta proximidade de preços?

Quanto a não ser preciso dezenas de cartões, como justificas recomendar-se ter mais que um cartão de um CEME, para o caso desse cartão não funcionar ou tão só porque fica mais económico usar um cartão versus outro cartão?
Aconselho uma visita a um dicionário para a definição de monopólio.

Isso de ter um ou mais cartões é apenas uma escolha pessoal. Nunca tive problema com qualquer cartão CEME em particular, nem sei de onde vem essa questão de ter mais cartões para o caso de um não funcionar. Diria que é semelhante a um cartão MB, que pode avariar. Para mitigar esse risco os CEMEs podem enviar mais que um cartão associado à conta, alías a EDP até dava 3! Mais que avariar há o risco de perder o cartão, algo que senti na pele com o primeiro cartão Mobi.e, ainda em 2012.
Nissan Leaf 40 Tekna preto, entregue em 30 de maio de 2018. 51400km em 2024-02-15
Nissan LEAF mk1 Preto, entregue em 7 de julho de 2011. 180000 km em 2023-12-22.
Tesla Model 3 LR preto entregue em 2019-03-06. 125000 km em 2023-12-22.
Sócio da associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, UVE: http://www.uve.pt

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 17 fev 2021, 18:03

Mais um bocadinho de discordância saudável :mrgreen:
mjr Escreveu:
17 fev 2021, 13:38
Na verdade qual é mesmo a vantagem que um OPC teria em ter preços diferentes de acordo com o CEME se não fizer um acordo com esses CEMEs? Iria beneficiar um CEME só porque sim?? Havendo acordo só faz sentido ser através do CEME o tal desconto pois é este que cobra. É também a maneira mais simples para o UVE, que sabe que se carregar no OPC x tem um desconto y. Tipo o desconto do Continente na Galp.
Perdi-me todo aqui... Não era mais simples exactamente ao contrário do que disseste?
O OPC só teria de ter acordos com CEME, porque é o CEME que cobra... Porque há um CEME que não é preciso para nada!

O LIDL tem postos, certo? Quer fazer descontos a quem faz compras no LIDL. No modelo actual, teria de ser a quem faz compras no LIDL e com um determinado cartão de um CEME. Ou então constitui-se CEME e passam a poder ter descontos as pessoas que tenham o cartão do CEME LIDL. A partir daí, seria possível limitar os descontos às compras ou aos postos do LIDL? era possível o CEME LIDL descriminar positivamente o OPC LIDL? Isto a lei permite?
Num modelo simples tinhas, sei lá... O que faz o continente 😝

Em relação à comparação com o combustível da Galp, o exemplo mais adequado seria o Continente dar descontos em abastecimentos na Galp apenas se fossem pagos com Cartão Universo. Isto assumindo que a Galp não podia vender o seu combustível e havia um Comercializador de Combustível para a Mobilidade Fóssil e que o Cartão Universo era um CCMF.
Parece ridículo não parece? Pois :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
mjr Escreveu:
17 fev 2021, 13:38
Com isto não estou estou a dizer que num modelo liberalizado não pudesse ser diferente, mas o nosso modelo não faz qualquer sentido
Corrigi para ti. De nada :mrgreen: :lol:
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por rimsilva » 17 fev 2021, 20:49

Nonnus Escreveu:
17 fev 2021, 11:05

...

A questão da ilegalidade todos sabemos que o Continente não vende estacionamento, mas e prova-lo! Dando o exemplo do zeuz, o que não falta é exemplos de empresas que criam outras empresas para fazerem facturações entre elas para fugir aos impostos, no entanto continua acontecer e parece que é legal criar esta ilegalidade :think: .

Para concluir o porquê da minha discórdia contigo neste ponto. Não é o Continente que esta mal. Foi o monstro que criaram a volta da ME e, como devemos optar sempre pelo mais simples, outros deviam de romper com o sistema (desde que dentro do que é legal) e fazer o mesmo e, assim obrigar a alterações profundas ao que temos actualmente.

Como o BrunoAlves já escreveu. Esperamos que mais tarde, ou mais cedo (de preferência mais cedo) venha acontecer.
Se dei a entender que se estava perante o desrespeito da lei, não fui claro nem estava a ser rigoroso, refiro-me ao espirito da lei, ou seja, quando se está a proporcionar um carregamento de um VE, estamos no âmbito de uma atividade de OPC e não de estacionamento, São actividades diferentes com CAE também diferentes.

Não tenho duvidas que o pior disto tudo é a lei actual (que sempre critiquei desde o momento que se soube da existência da figura CEME), mas isso não legitima o que o continente fez (do meu ponto de vista como é obvio) e por isso referi que não "bato palmas" ao continente.

Claro que cada um é livre de usar a rede e tomar a atitude que entender, eu não era cliente do continente, não vou passar a ser, nem usar a rede.

Espero que é a lei seja alterada e que todos possam retirar rendimento da actividade de carregamento de veiculos electricos, mas com regras iguais, sem concorrência desleal que afecte investimentos já feitos ou futuros.
Ainda não perdi a esperança que a UE venha a obrigar a uma uniformização neste campo da ME, porque não estou a ver essa vontade a vir de dentro do país.
BrunoAlves Escreveu:
17 fev 2021, 13:13

Em relação à estratégia de investimento do continente, é o que é. A larga maioria dos OPC só começaram a investir a sério depois de o mercado já ter alguma expressão, deixaram outros correr os riscos. Mais uma vez, devíamos todos usar só PCR da Galp?
Em relação aos fundos, bom a mobiletric teve os primeiros PCR nas melhores localizações a "custo 0". Claro que suportaram muito tempo às borlas, mas de certeza que não foi por opção própria que o fizeram :mrgreen:
Olha, se não fosse o modelo certamente que podiam ter desde o início uma app própria, pagamentos próprios, tudo a tempo e horas :mrgreen:
Qual estratégia, a de transformar um local privado de acesso publico de estacionamento gratis em estacionamento pago? Se acham que isso é uma estratégia fiquem lá com a bicicleta :lol:

Se acham que não se deve ter alguma consideração por aqueles que foram os pioneiros numa fase crucial do arranque da ME, eu acho, é a mesma postura que tenho quando falo da VW e do Dieselgate.
Pensava que tinha ficado claro que era nesta prespectiva e não de quem tinha instalado o 1º posto de carregamento, não me parece que seja um bom exemplo falar na Mobiletric e as localizações a custo 0, porque independentemente da incerteza das borlas terem dado muito prejuiso, essa "oferta" tinha como contrapartida um preço mais baixo de operação.

Continuam a insistir numa serie de problemas no "modelo", que quanto a mim não o são (ou pelo mesmo são facilmente ultrapassados):

Nada impede a miio de ter uma aplicação (ainda antes já a BMW tinha a charge now), se não existesse a fugura do CEME, nada impedia que fosse um OPC.
O pagamento próprio também não é problema nenhum, uma vez que hoje em dia fazemos o pagamento das portagens de varias concessionárias à Via verde sem qualquer problema.

O principal problema, que neste momento é intransponível, é o CEME.

Estou convencido que só quando a rede atingir uma grande dimensão e concorrência, é que os OPC vão "acordar" para as dificuldades de apresentar preços competitivos por não poderem influência a componente "energia".

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 17 fev 2021, 22:09

BrunoAlves Escreveu:
17 fev 2021, 18:03
Mais um bocadinho de discordância saudável :mrgreen:
mjr Escreveu:
17 fev 2021, 13:38
Na verdade qual é mesmo a vantagem que um OPC teria em ter preços diferentes de acordo com o CEME se não fizer um acordo com esses CEMEs? Iria beneficiar um CEME só porque sim?? Havendo acordo só faz sentido ser através do CEME o tal desconto pois é este que cobra. É também a maneira mais simples para o UVE, que sabe que se carregar no OPC x tem um desconto y. Tipo o desconto do Continente na Galp.
Perdi-me todo aqui... Não era mais simples exactamente ao contrário do que disseste?
O OPC só teria de ter acordos com CEME, porque é o CEME que cobra... Porque há um CEME que não é preciso para nada!

O LIDL tem postos, certo? Quer fazer descontos a quem faz compras no LIDL. No modelo actual, teria de ser a quem faz compras no LIDL e com um determinado cartão de um CEME. Ou então constitui-se CEME e passam a poder ter descontos as pessoas que tenham o cartão do CEME LIDL. A partir daí, seria possível limitar os descontos às compras ou aos postos do LIDL? era possível o CEME LIDL descriminar positivamente o OPC LIDL? Isto a lei permite?
Num modelo simples tinhas, sei lá... O que faz o continente 😝

Em relação à comparação com o combustível da Galp, o exemplo mais adequado seria o Continente dar descontos em abastecimentos na Galp apenas se fossem pagos com Cartão Universo. Isto assumindo que a Galp não podia vender o seu combustível e havia um Comercializador de Combustível para a Mobilidade Fóssil e que o Cartão Universo era um CCMF.
Parece ridículo não parece? Pois :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
mjr Escreveu:
17 fev 2021, 13:38
Com isto não estou estou a dizer que num modelo liberalizado não pudesse ser diferente, mas o nosso modelo não faz qualquer sentido
Corrigi para ti. De nada :mrgreen: :lol:
:lol: Ainda tiram um print do quote a achar que eu escrevi mesmo isso.

Acho que na verdade concordamos na parte em que no nosso modelo não faz sentido ser o OPC a fazer os descontos. O exemplo que deste só funciona sem a figura do CEME, logo fora do nosso modelo.

Lendo bem a lei, ela apenas diz que não pode tornar impossível ou excessivamente oneroso carregar em certos postos, mas pode obviamente fazer o contrário ou seja realizar descontos ou borlas em certos postos, como é aliás esclarecido logo no ponto seguinte onde indica que podem ser realizadas promoções. O CEME podia tentar fazer alguma chico espertice, mas em tribunal não tinha hipótese caso fosse óbvio que estava a fazer um preço acima do mercado aos postos fora da sua rede.

Quem não gosta do modelo acho que não devia criticar o Continente (não estou obviamente a referir-me a ti). Apesar de achar que estão a fazer um preço baixo propositado para abanar o mercado e marcar a sua posição, tendo músculo para isso, só assim é que pode ser provada a inépcia do modelo em ter preços competitivos. Precisamos é de mais exemplos desses para perceber se é mesmo assim ou não. E de uma colaboração da ERSE em não discriminar a TAR da ME em MT face à TAR geral em MT. Na próxima revisão da TAR espero que tenham isso em conta, pois já lhes foi comunicada essa preocupação.

Nós vivemos isto muito intensamente, mas este é um mercado muito verde ainda. O número de VEs em circulação dificilmente chega a 2% do total de veículos em circulação (cerca de 4 milhões!). Com o crescimento do mercado o uso dos equipamentos aumenta, a energia vendida pelos CEMEs aumenta, e tudo isto faz diminuir os overheads de gestão e amortização ao mesmo tempo que aumenta, espero eu, a concorrência.

Vou-me distanciar (se conseguir) um pouco desta discussão, até porque não têm aparecido argumentos novos. Daqui a uns meses vamos ver como estará o mercado.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por LuisG » 18 fev 2021, 01:31

Uma coisa é certa este modelo não contribui para a ME.
- complica-se o que pode ser simples
- dão-se rédeas a quem não tem muito interesse que avance
- ataca-se os que tentam fazer diferente
- atacam os plug-in

O resultado parece ser o desejado, se o Uve não entende muito menos o indeciso que continua a andar de ice.
Tenho conhecimento de Tvde que voltaram à combustão.
Vendi bastante a ME, e alguns até compraram, e não se arrependem, mas hoje se me perguntam, digo, “se não podes carregar em casa, esquece”. E não deveria ser assim!
Pode ser problema meu de vendedor...mas só vendo no que acredito.
Se estamos melhores do que há 4 anos...talvez, pelo menos em quantidade, porque em qualidade nem por isso. Pensamos que os pagamentos iriam resolver alguns problemas mas ainda se criaram outros. :?
Tal como na natureza, a seu tempo, com as diminutas taxas de ocupação, se encontre um melhor equilíbrio.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por rimsilva » 19 fev 2021, 11:09

Não concordo muito com esse ponto de vista, acho demasiado fatalista:

- Concordo que é complicado e burocratico (embora pode ser facilitado como faz a miio e já fazia a BMW charging antes);
- Concordo que o unico objectivo é defender os lobbies da energia, que tomam as "rédeas" em termos de politica comercial (descontos e preços nivelados por cima). Dá azo a que se retire rendimento da activade CEME sem trazer qualquer valor acrescentedo à actividade de carregamentos de VE.

Agora não tenho duvidas que estamos muito melhor do que estavamos no ano passado e que no proximo ano estaremos melhor do este.
No entanto não há mérito nenhum deste "modelo ", como alguém diria "o mérito é bola", esta evolução é simplesmente natural e imposta pela crescimento da ME, pessoalmente acho estariamos muito melhor hoje se não tivesse sido criado em "elefante branco", mais um em Portugal.

Mesmo sendo caro (em grande parte dos postos de carregamento), se houver interesse e alguma analise, continua a ser mais economico carregar do que andar a combustão.

Mais infelizmente é o que temos, até na politica de incentivos à compra de VE's, temos uma politicas vergonhosas que incentiva de forma desproporcianada a compra de VE e com uma lógica completamente inversa aquilo que seria logico (carros mais caros de "luxo", com incentivos mais elevados) e que se vê em países mais evoluidos economicamente, como seja a Alemanha.

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