Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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migle
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por migle » 27 out 2019, 22:24

t3lmo Escreveu:
10 set 2019, 10:21
migle Escreveu:
09 set 2019, 22:46
t3lmo Escreveu:
09 set 2019, 22:41
A BMW (ChargeNow) tem para os seus clientes BMW, postos MOBI.E gratuitos (assumindo os custos) e outros com tarifas simples e mais em conta. E paga-se com Paypal.
Como é que isto funciona? Se um OPC não pode discriminar utilizadores pelo CEME... E a TAR?
É possível carregar nesses postos com um cartão de outro CEME?
Sim, é possível, são postos normais, onde o CEME suporta os custos para os seus clientes e o OPC recebe da mesma forma que nos restantes utilizadores, sem qualquer distinção. Um exemplo, posto do Strada em Odivelas é grátis para clientes ChargeNow, energia e OPC.
Peço desculpa por repescar este assunto da ChargeNow, mas eu continuo sem perceber muito bem como isto é possível.
O assunto é importante, porque é o primeiro caso de uma rede de um construtor automóvel.
E, desde logo, o que eu quero aqui é que estas redes sejam possíveis, com o modelo de negócio que eles entenderem.

Nesta discussão acerca de serem ou não possíveis determinados modelos de negócio, discutimos por exemplo que situações de favorecimento de um CEME são explicitamente excluídas pela lei. Por exemplo, um posto do OPC Galp não pode ter um preço diferente para um cliente do CEME Galp do que tem para um cliente de um CEME EDP.

Como é que essa situação é diferente de um posto ser gratuito para um cliente ChargeNow (OPC e CEME) e não ser gratuito para o cliente de outro OPC? Dizemos que o CEME suporta os custos do OPC...
Bem... se isso é possível, então no cenário anterior, também seria possível o CEME Galp suportar os custos do OPC Galp e efectivamente os custos do OPC para o cliente do CEME Galp serem diferentes dos de um cliente do CEME EDP...

Gostava de saber mais pormenores.
E eu estou interessado na existência destas redes nem tanto pelo preço, mas pela riqueza de serviços que podem oferecer, pela integração com os carros, autenticação simplificada, etc...
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 27 out 2019, 23:10

Como é possível faz parte do segredo do negócio, mas uma maneira muito fácil de o fazer é o CEME descontar na sua tarifa o custo do OPC. Isso é legal e permitido pelo modelo.

Haverá certamente outras maneiras...
Nissan Leaf 40 Tekna preto, entregue em 30 de maio de 2018. 51400km em 2024-02-15
Nissan LEAF mk1 Preto, entregue em 7 de julho de 2011. 180000 km em 2023-12-22.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por migle » 27 out 2019, 23:13

Sim, é o que imaginei que se estava a dizer.
Mas então, isso quer dizer que a parte da lei que diz que o OPC não pode discriminar CEMEs é letra morta.
Basta trocar de bolso...
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 27 out 2019, 23:40

O OPC recebe na mesma do CEME o valor afixado no posto. O que acontece depois disso não sabemos...
Nissan Leaf 40 Tekna preto, entregue em 30 de maio de 2018. 51400km em 2024-02-15
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por migle » 28 out 2019, 00:02

Mas sabemos o que pagamos. Está na factura.
Está tudo à vista e, se é assim, tipo o CEME fazer desconto nos postos de algum OPC, qualquer pessoa pode fazer essa análise e... é letra morta: tanto faz se é o OPC que faz desconto a alguns CEME como o contrário.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 28 out 2019, 00:11

Não é bem assim porque o CEME para poder dar esses descontos tem de ter uma margem adicional na sua tarifa, mas se essa margem for muito elevada ninguém vai usar esse CEME em postos fora da rede. É uma dança engraçada que podemos ver em breve acontecer.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por rimsilva » 28 out 2019, 13:00

migle Escreveu:
27 out 2019, 22:24

Peço desculpa por repescar este assunto da ChargeNow, mas eu continuo sem perceber muito bem como isto é possível.
O assunto é importante, porque é o primeiro caso de uma rede de um construtor automóvel.
E, desde logo, o que eu quero aqui é que estas redes sejam possíveis, com o modelo de negócio que eles entenderem.

Nesta discussão acerca de serem ou não possíveis determinados modelos de negócio, discutimos por exemplo que situações de favorecimento de um CEME são explicitamente excluídas pela lei. Por exemplo, um posto do OPC Galp não pode ter um preço diferente para um cliente do CEME Galp do que tem para um cliente de um CEME EDP.

Como é que essa situação é diferente de um posto ser gratuito para um cliente ChargeNow (OPC e CEME) e não ser gratuito para o cliente de outro OPC? Dizemos que o CEME suporta os custos do OPC...
Bem... se isso é possível, então no cenário anterior, também seria possível o CEME Galp suportar os custos do OPC Galp e efectivamente os custos do OPC para o cliente do CEME Galp serem diferentes dos de um cliente do CEME EDP...

Gostava de saber mais pormenores.
E eu estou interessado na existência destas redes nem tanto pelo preço, mas pela riqueza de serviços que podem oferecer, pela integração com os carros, autenticação simplificada, etc...
Os únicos beneficiados com o "cartão" do CEME ChargeNow são os clientes da BMW (com uma tarifa plana por kWh + activação e tempo de carregamento), foi a forma que a marca encontrou para dar um suposto privilégio a quem adquire um BMW, já acontece desde há muito tempo fora de Portugal, nomeadamente nos EUA, onde quem tivesse um i3 não pagou carregamentos durante um largo periodo de tempo.

No exemplo apresentado, o OPC não cobra custo, logo qualquer utilizador não o pagaria, ao ser totalmente grátis para um cliente da BMW é porque o CEME Charge Now oferece a energia, como aconteceu no inicio dos pagamentos dos PRCs, onde a EDP e Galp ofereciam os 1500 kWh de energia.

A chargeNow não tendo postos próprios, nunca se poderia falar em favorecimentos, uma vez que o valor do serviço de carregamento tem de ser entregue ao OPC, independentemente daquilo que o cliente tenha pago (ou não) na fatura.

Sendo GALP ou EDP, será a mesma coisa, uma vez que CEME e OPC são 2 entidades jurídicas distintas.

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Brunus » 28 out 2019, 18:14

t3lmo Escreveu:
23 out 2019, 21:05
caz Escreveu:
23 out 2019, 20:00
Isto não é completamente à revelia do regulamento de mobilidade elétrica ??? Já se pode cobrar energia sem ser CEME ???
Nem por isso pois este produto da EDP necessita que o condomínio e os condóminos possam ser clientes EDP. Depois com a box de leitura decrementa da fatura do condomínio a energia consumida para os carregamentos e passa a contabiliza-la na fatura de mobilidade elétrica do condómino.
É sempre a EDP Comercial a vender a energia, e o produto serve somente para acertar as contas de forma automática.
Não foi o "peixe" que me venderam.
Fui contactado pela EDP Comercial, e do que me foi explicado, a administração do condomínio tem acesso a um portal onde consegue ver os consumos de todos os carregadores, e definir a tarifa de electricidade do condomínio.
O acerto de contas é sempre feito entre condóminos e condomínio. O total do consumo estará sempre reflectido na factura de electricidade do condomínio.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por frankesousa » 28 out 2019, 18:27

Brunus Escreveu:
28 out 2019, 18:14
t3lmo Escreveu:
23 out 2019, 21:05
caz Escreveu:
23 out 2019, 20:00
Isto não é completamente à revelia do regulamento de mobilidade elétrica ??? Já se pode cobrar energia sem ser CEME ???
Nem por isso pois este produto da EDP necessita que o condomínio e os condóminos possam ser clientes EDP. Depois com a box de leitura decrementa da fatura do condomínio a energia consumida para os carregamentos e passa a contabiliza-la na fatura de mobilidade elétrica do condómino.
É sempre a EDP Comercial a vender a energia, e o produto serve somente para acertar as contas de forma automática.
Não foi o "peixe" que me venderam.
Fui contactado pela EDP Comercial, e do que me foi explicado, a administração do condomínio tem acesso a um portal onde consegue ver os consumos de todos os carregadores, e definir a tarifa de electricidade do condomínio.
O acerto de contas é sempre feito entre condóminos e condomínio. O total do consumo estará sempre reflectido na factura de electricidade do condomínio.
Embora a "ideia" de ser a EDP a faturar a parte do carregamento ao utilizador seja um passo "muito à frente" e muito bom para todos, mesmo não sendo totalidade verdade, o pagamento pelo parte da fatura correspondente aos kWh gastos pelo UVE na carga nunca será "venda de electricidade" mas apenas cada um pagar aquilo que gasta.

Mais acima falava-se do problema do condomínio "vender" a electricidade ao UVE, mas não é bem isso que ocorre.

Ser a EDP a vender este serviço e a instalar o carregador com um "contador homologado" (espero eu que seja devidamente certificado a contagem de energia do EVSE!) penso que deixará os restantes condóminos bastante mais tranquilos do que se for o UVE a "contar a sua própria electricidade".

Portanto, bem haja e espero que ajude muitos UVE a viver em prédios.
Leaf Acenta 30kWh de 2016
10/2018 - 47.500km (12 Barras-90,27% SOH) --- 05/2020 - 96.660km (11 Barras-81 % SOH)
05/2021 - 111.417km (10 Barras-78.2% SOH) --- 08/2023 - 137.300km (9 Barras-69.74% SOH)
11/2023 - 140.000km (9 Barras-67.86% SOH) --- 02/2024 - 144.757km (8 Barras-65.83% SOH)

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por t3lmo » 28 out 2019, 21:58

Brunus Escreveu:
28 out 2019, 18:14
Não foi o "peixe" que me venderam.
Sim Bruno, a ideia inicial ficou muito mais simples e será em breve apresentada na totalidade ao público.

O condomínio tem um portal cloud de gestão onde regista os carregadores dos vários condóminos, estes poderão ser normais (Efacec) ou se já existir um carregador próprio pode ficar ligado num sensor/medidor inteligente de consumos.

O condómino tem depois uma app com uma 'carteira virtual' que carregará (em euros) para usar nos seus carregamentos, tal como as de parquímetros ou ride sharing. Esta app comunica por BLE com o carregador/medidor e informa o saldo disponível para carregar e no fim de carregamento os dados retornam à app e esta sincroniza no sistema cloud. O carregador/medidor não necessitam assim de ter rede ou estar online.

Os dados enviados pelas apps dos condóminos geram uma receita a crédito na fatura do condomínio, e a fatura de consumos é paga por este na totalidade ao seu comercializador.

Problema por resolver: ainda não existe balanceamento de carga, pois não existe um centralizador e os carregadores não 'falam entre si', logo as limitações de potência disponível serão o maior obstáculo a estes sistemas.
ekoway · Dez-2011 · 34.333km
PHEV · Dez-2014 · 80.000km
C-Evo · Set-2015 · 85.000km
iOn · Jan-2017 · 65.00km
Kauai · Jul-2019 · 46.000km

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