Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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Nonnus
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 20 fev 2024, 03:20

Já recebi este email á alguns dias mas só hoje olhei para ele com olhos de ver:
A revisão do regime jurídico da ME tem sido defendida pela UVE já desde 2020, com a conclusão de um estudo conjunto com o CEiiA, no sentido de melhorar o modelo da mobilidade elétrica existente em Portugal. Após 3 anos da entrega à tutela desse documento e com a emergência do AFIR, há desafios adicionais a resolver e melhorias a implementar fruto do já grande historial de mercado existente em Portugal.

A UVE acompanha atentamente a evolução do mercado de carregamento de Veículos Elétricos em Portugal, tanto do ponto de vista das interações entre os diversos players, tendo sempre em vista a expansão acelerada da rede, como para defender os legítimos interesses dos utilizadores de veículos elétricos de modo que sejam tratados de forma justa e facilitadora da sua relação com os referidos players.

No âmbito da Revisão em curso do Regime Jurídico da Mobilidade Elétrica (RJME), a pedido do Gabinete do Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, a UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos entregou no passado mês de outubro de 2023 um documento com as suas ideias e propostas para os trabalhos em curso.
Pretende-se estruturar e sintetizar as várias contribuições que a UVE tem realizado nesse sentido, elencando 10 principais pontos chave que a revisão do regime jurídico da Mobilidade Elétrica deve responder:

A verticalização da relação OPC e CEME (denominado de parceiro) para carregamento com pagamento local. Criação do conceito de tarifa local do posto, um tarifário global que agrega todos os custos. Não colocando em causa a manutenção do modelo atual de universalidade e separação dos custos de operação do posto da comercialização de eletricidade;

Fluxo financeiro: EGME como “Tomei Conhecimento” em vez de “Autorizei” no fluxo das operações de carregamento pelo método tarifa local do posto e sempre que o CEME usado pelo UVE seja o CEME parceiro escolhido pelo OPC;

Clarificação e regulamentação da integração de sistemas próprios OPC e CEME com a EGME;

Tarifas expressa em €/kWh, com adicional em €/minuto após um tempo justo de carregamento em função da potência da tomada. Definir em portaria tempo mínimo de acordo com a potência do posto;

Informação clara e permanente do custo de carregamento nos PCVE, da tarifa local e da tarifa de operação do posto. Indicação do valor final da sessão de carregamento;

Afixação da potência máxima disponibilizada pelo PCVE, com indicação dupla quando é disponibilizado simultaneamente o carregamento para baterias de 400V e 800V;

Disponibilização de um portal público centralizado para registo, pelos utilizadores, dos problemas de falta de informação, localização incorreta, falta de sinalização ou operação deficiente dos postos de carregamento, com correspondente atuação sobre os SLA dos OPC (EGME e/ou ENSE);

Expansão da rede pública. Estabelecer metas obrigatórias para a rede Nacional de autoestradas. Número de PCVE e respetivas potências mínimas, em todas as Áreas de serviço das Autoestradas;

Criação de uma bonificação tarifária para os OPC na proporção da energia produzida localmente no CPE de autoconsumo associado ao seu posto de carregamento, a pagar pelo CEME por cada sessão de carregamento. Essa energia de autoconsumo deve também ser isenta da TAR paga pelo CEME;

Sinalização vertical obrigatória, em todos os postos públicos, de Parque para veículos elétricos em carga, assim como alteração do Código da Estrada para permitir a remoção dos veículos infratores quando existe a devida sinalização vertical.
Continua-se a querer inventar a roda.

Já era tempo de perceber que sem a figura CEME metade do que aqui está não era necessário.

Todas as propostas podem ser vistas em detalhe aqui: https://www.uve.pt/page/propostas-uve-r ... rjme-2024/
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BrunoAlves
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 20 fev 2024, 13:50

Tenho sérias, sérias dúvidas que, num modelo que tem numa das suas bases o acesso igual e não discriminável dos vários CEME ao mesmo posto (o OPC não pode dar condições favoráveis a um CEME em relação aos demais), o conceito de "CEME parceiro" não constitua um atropelo à concorrência. Se a AdC já levantou sérias observações ao modelo nos moldes actuais, isso parece-me ainda mais gritante.

Claro que, no modelo do resto do mundo, o dono do posto tem sempre vantagem sobre qualquer outro player. Mas esse princípio do acesso equitativo não existe (como não existe em qualquer outra venda de outro bem).
Em vez de se simplificar, procuramos complicar. E sem qualquer concretização do "como", tenho muita curiosidade do que se faria para implementar a proposta da bonificação com autoconsumo. Mais especificidades técnicas do retângulo à beira mar plantado, digo eu.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por pbaptista » 20 fev 2024, 15:17

BrunoAlves Escreveu:
20 fev 2024, 13:50
Claro que, no modelo do resto do mundo, o dono do posto tem sempre vantagem sobre qualquer outro player. Mas esse princípio do acesso equitativo não existe (como não existe em qualquer outra venda de outro bem).
Existe e não é só em Portugal, a comercialização de eletricidade e de gás natural para edificios e industria. E em Espanha, pelo menos no que diz respeito a eletricidade também para edificios o modelo é o mesmo (sei por experiencia própria).
E acredito que noutros paises da UE, pelo menos no que diz respeito à comercialização de energia eletrica, seja identico para edificios, é a unica forma de garantir concorrencia e desta forma proteger o consumidor.
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BrunoAlves
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 20 fev 2024, 19:39

Mas estamos a falar de carregamento de veículos elétricos, não de eletricidade e gás para edifícios. O fornecimento de energia para edifícios depende de uma rede de distribuição que interliga variadíssimos players e só faz sentido que o dono da distribuição não possa ser o único comercializador da energia que lá passa. Nós só temos um ORD, há países que têm mais, mas o princípio tem de ser o mesmo.
Mal comparando, seria como se o saneamento pudesse ser tratado por vários fornecedores mas, para o poderem fazer, cada um tivesse de trazer o esgoto próprio a cada habitação :mrgreen:

Qualquer outro bem, que é revendido depois de de alguma forma chegar ao ponto de fornecimento, não tem esse princípio de acesso equitativo. Em todo o mundo o operador do posto é o único responsável pelo carregamento do veículo. O AFIR define assim:
«Operador de um ponto de carregamento», a entidade que é responsável pela gestão e operação de um ponto de carregamento, e que presta um serviço de carregamento aos utilizadores finais, incluindo em nome e por conta de um prestador de serviços de mobilidade;
E define o "serviço de carregamento" assim:
«Serviço de carregamento», a venda ou o fornecimento de eletricidade, incluindo serviços conexos, através de um ponto de carregamento acessível ao público;
Não vejo grandes dúvidas em como o serviço de carregamento é equiparado à venda de um bem, e não "agarrado" ao mercado elétrico como teimosamente se pretende fazer cá :(
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por pbaptista » 20 fev 2024, 21:36

BrunoAlves Escreveu:
20 fev 2024, 19:39
Mas estamos a falar de carregamento de veículos elétricos, não de eletricidade e gás para edifícios. O fornecimento de energia para edifícios depende de uma rede de distribuição que interliga variadíssimos players e só faz sentido que o dono da distribuição não possa ser o único comercializador da energia que lá passa. Nós só temos um ORD, há países que têm mais, mas o princípio tem de ser o mesmo.
Mal comparando, seria como se o saneamento pudesse ser tratado por vários fornecedores mas, para o poderem fazer, cada um tivesse de trazer o esgoto próprio a cada habitação :mrgreen:

Qualquer outro bem, que é revendido depois de de alguma forma chegar ao ponto de fornecimento, não tem esse princípio de acesso equitativo. Em todo o mundo o operador do posto é o único responsável pelo carregamento do veículo. O AFIR define assim:
«Operador de um ponto de carregamento», a entidade que é responsável pela gestão e operação de um ponto de carregamento, e que presta um serviço de carregamento aos utilizadores finais, incluindo em nome e por conta de um prestador de serviços de mobilidade;
E define o "serviço de carregamento" assim:
«Serviço de carregamento», a venda ou o fornecimento de eletricidade, incluindo serviços conexos, através de um ponto de carregamento acessível ao público;
Não vejo grandes dúvidas em como o serviço de carregamento é equiparado à venda de um bem, e não "agarrado" ao mercado elétrico como teimosamente se pretende fazer cá :(
O meu comentário deve-se unicamente à expressão que utilizaste:
"Mas esse princípio do acesso equitativo não existe (como não existe em qualquer outra venda de outro bem"
A eletricidade é um bem, independentemente da forma como é utilizada, seja a iluminar uma casa, seja a carregar um VE na via publica, por isso não sabia que apenas estavas referi-te exclusivamente a eletricidade utilizada para carregar VE na via publica, se o tivesses feito não tinha comentado.

Conheço o modelo português e o modelo espanhol porque utilizo os dois, desconheço o que se passa no resto mundo por isso não consigo ser tão assertivo como tu sobre as comparações do nosso com todos os outros mas sobre os dois que conheço bem, o português e o espanhol, não consigo encontrar uma única vantagem do espanhol em relação ao português.
Preço (pelo menos em 2023) e facilidade de utilização, o português é de longe melhor que o espanhol, basta passares por sites de ME espanhóis e leres os comentários. Sobre o preço posso dizer-te que quando ando em Espanha e caso tenha que fazer duas cargas na rede publica a pagar, sai-me mais barato levar o carro a diesel da minha mulher.

Do meu DB:
Essencialmente a carga na rede publica tem sido devido às minhas deslocações a Sevilha (1 a 2 vezes por mês) e viagens em Espanha, assim já com algum histórico em 2023 temos:
Os carregamentos em PCUR Espanha tiverem um custo médio de 0,583€/kWh
Os carregamentos pagos em PCR Espanha tiverem um custo médio de 0,56€/kWh
Os carregamentos em PCR Portugal tiverem um custo médio de 0,234€/kWh
Volkswagen ID.3 Tour (77kWh), entregue em 12 de Fevereiro de 2021.

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BrunoAlves
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 21 fev 2024, 10:08

Entendo o argumento, mas não vou por aí. Já "dancámos essa dança", é a tua opinião sobre os modelos e eu respeito, discordando.

O meu comentário foi sobre pontos muito específicos acerca de uma proposta de reformulação do modelo: um dos pontos parece-me um grave atropelo à concorrência, o outro parece-me (mais uma) reinvenção tecnológica desnecessária, sem qualquer indicação de "como" seria implementada e que mais uma vez nos afasta do que é feito na Europa e no mundo. E sobre isso gostaria de discutir.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por pbaptista » 21 fev 2024, 13:28

BrunoAlves Escreveu:
21 fev 2024, 10:08
Entendo o argumento, mas não vou por aí. Já "dancámos essa dança", é a tua opinião sobre os modelos e eu respeito, discordando.
Estamos de acordo! :mrgreen:
BrunoAlves Escreveu:
21 fev 2024, 10:08
O meu comentário foi sobre pontos muito específicos acerca de uma proposta de reformulação do modelo: um dos pontos parece-me um grave atropelo à concorrência, o outro parece-me (mais uma) reinvenção tecnológica desnecessária, sem qualquer indicação de "como" seria implementada e que mais uma vez nos afasta do que é feito na Europa e no mundo. E sobre isso gostaria de discutir.
Confesso que não entrei nos detalhes tecnicos da proposta em concreto mas quando se fala da Europa e vejo algumas dessas vantagens "fantasticas" apregoadas aqui no forum e vou olhar para o que pago por elas, dispenso-as, prefiro o "mau" modelo portugues.

Alguns exemplos, o meu carro com a ultima utilização de software já tem a possibilidade de activar a funcionalidade "plug & charge" , não funciona em Portugal, mas mesmo que funcionasse, pelo valor que pago o KWh (DC-0,89€, DC Ionity-0,69€) valido para a Europa toda, nunca a ia utilizar e não vou utilizar em Espanha ou noutro sitio qualquer a não ser que seja mais barato.

A portabilidade das redes, um exemplo, Chargemap app que funciona em PC por essa Europa (menos em Portugal segundo parece), no PCUR da Wenea, na estação de serviço da CEPSA, perto de Villafranca los Barros, por vezes carrego lá, pela Chargemap pago 0,786€, pela Wenea pago 0,59€. Outro exemplo, no PCR de Villafranca de Los Barros, que é gratuito se for via wenea, se for pela miio pago 0,73€/kwh, ou via ACP Eletric pago 0,6095€/kWh +0,7€ de activação, fantastico não é? Metam as funcionalidades num sitio que eu cá sei.... :twisted:

O modelo português pode ser burocratico e dificil de explicar mas até agora garante preços mais baixos e para mim o custo é a prioridade.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 21 fev 2024, 15:03

pbaptista Escreveu:
21 fev 2024, 13:28
Confesso que não entrei nos detalhes tecnicos da proposta em concreto
Que é exatamente o meu comentário, os detalhes da proposta, nomeadamente os 2 que realcei
(...) no PCR de Villafranca de Los Barros, que é gratuito se for via wenea, (...) Metam as funcionalidades num sitio que eu cá sei.... :twisted:
O modelo português (...) garante preços mais baixos e para mim o custo é a prioridade.
Não consigo acompanhar o raciocínio. O modelo português garante preços mais baixos que gratuito? :roll:
Eu carrego virtualmente sempre mais barato em Espanha do que cá. Carreguei em França mais barato do que carrego cá. São experiências diferentes mas que dependem muito do carro, sobretudo. A diferença é que tu carregas mais barato cá porque tens uma determinada realidade (informação, carro que carrega muito rápido em DC, etc). Os carregamentos que faço em Espanha ou França são ao mesmo preço para mim e qualquer pessoa que use aqueles postos desde que use a app do CPO. Isto, para mim, é um ponto incontornável, a discriminação que o nosso modelo potencia em relação à "literacia" das pessoas.
Como disse, é a tua opinião e respeito, discordando. Acho que não vale a pena chover no molhado.

On-topic, em relação à diferença de preço com operadores via Chargemap/Miio/etc, não podes comparar diretamente com os preços cá. Podes comparar os preços no posto de lá (não há interoperabilidade lá, a realidade é como é) com os preços que consegues no posto cá, usando os respetivos sistemas locais. Em Espanha há um péssimo hábito em alguns CPO (que o AFIR vem eliminar, felizmente) de cobrar mais aos eMSP do que diretamente no posto (e claro, há a margem do eMSP).
Podes comparar com o tarifário da Chargepoint cá, que é um eMSP que permite carregar em todo o lado (Europa e cá). E aí vês que não é muito diferente: a Chargepoint cobra estupidamente mais do que consegues sem usar o eMSP: 65cts/kWh + 12,3cts/min aqui no posto do LIDL ao pé de mim.
Como vês, não é assim tão diferente.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por pbaptista » 21 fev 2024, 16:05

BrunoAlves Escreveu:
21 fev 2024, 15:03
(...) no PCR de Villafranca de Los Barros, que é gratuito se for via wenea, (...) Metam as funcionalidades num sitio que eu cá sei.... :twisted:
O modelo português (...) garante preços mais baixos e para mim o custo é a prioridade.
Não consigo acompanhar o raciocínio. O modelo português garante preços mais baixos que gratuito? :roll:
Não vou responder à tua questão devido ao apreço que tenho pela tua participação no forum, pelo menos desde que o frequento ,considero uma mais valia, por isso tenho a certeza que se pensares um pouco sobre o tema consegues responder a ti próprio e perceber que a tua questão não faz sentido.

BrunoAlves Escreveu:
21 fev 2024, 15:03
On-topic, em relação à diferença de preço com operadores via Chargemap/Miio/etc, não podes comparar diretamente com os preços cá. Podes comparar os preços no posto de lá (não há interoperabilidade lá, a realidade é como é) com os preços que consegues no posto cá, usando os respetivos sistemas locais. Em Espanha há um péssimo hábito em alguns CPO (que o AFIR vem eliminar, felizmente) de cobrar mais aos eMSP do que diretamente no posto (e claro, há a margem do eMSP).
Podes comparar com o tarifário da Chargepoint cá, que é um eMSP que permite carregar em todo o lado (Europa e cá). E aí vês que não é muito diferente: a Chargepoint cobra estupidamente mais do que consegues sem usar o eMSP: 65cts/kWh + 12,3cts/min aqui no posto do LIDL ao pé de mim.
Como vês, não é assim tão diferente.
Eu não comparei o custo do chargemap entre paises, comparei o custo de ter acesso a uma app que dá para vários paises, versus o custo local. Algumas pessoas aqui no forum consideram uma mais valia, eu não considero uma mais valia quando pago um prémio brutal em relação ao custo local.

Eu quando viajo para fora da Europa, (ainda agora quando fui de férias para a Tailandia 15 dias) apesar de ter roamming (fantastico, pago 2€/min por chamada recebida, sem falar em dados), cheguei ao aeroporto, comprei um cartão local para 15 dias por 15€, com 30gb de dados que deu para mim e para a minha mulher falar com quem precisavamos sem mais custos, se fosse em roamming, só mesmo o essencial não chegavam 100€.

É o mesmo que se passa com a "facilidade" oferecida pelas app que permitem carregar em mais do que um pais, pagas substancialmente mais, pelo menos em Espanha é a experiencia que tenho.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por LFN » 22 fev 2024, 00:45

O mesmo que acontecia nas comunicações até a UE determinar o fim das diferenciações de preço em roaming, tal como irá acontecer um destes dias na mobilidade elétrica.

A diferença entre o modelo de todos os países europeus e o orgulhosamente sós do português é que no primeiro caso basta uma diretiva para por toda a gente nos carris sem diferenciações de preços, no segundo não há ponta por onde se pegue para garantir a transparência dos preços e a atratividade para investimento.

Um exemplo que vi há dias em França:

https://imgur.com/SLsLSEf

Rede Fastned,16 postos de 300 kW cada, 0,59€/Kwh. Cá arranja-se um posto de 50 ou 100 kW a 0,45-0,50€/kWh nas áreas de serviço, e quando funciona.

Com o nosso modelo iremos ver este tipo de investimento? Jamais!

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