Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
hdcr
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por hdcr » 06 abr 2021, 11:05

Se me permitem, um leigo deixar a sua opinião, não creio que reserva seja uma solução para o presente nem para o futuro da ME.

Temos de ter noção e "exigir" aos construtores que os "carros sejam mais inteligentes" e que as redes ME sejam mais inteligentes e com isto criar sistemas em que o carro tenha noção da sua capacidade e necessidade e sugira sair para o posto de carregamento quando necessário. Acho que fará mais sentido um sistema integrado entre os carros e os postos de carregamento do que um sistema de reserva.

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Nonnus
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 06 abr 2021, 11:29

frankesousa Escreveu:
06 abr 2021, 10:38
O pessoal ama ver a parte má das coisas, mas se virem a parte boa, a verdade é que com um CEME "muito bom" no limite pode haver preços bons (o que não é o caso por cá infelizmente).
Ainda bem que já nos entendemos.

A questão levantada por mim tem como objectivo mostrar como pode ser enganador a frase "apenas um cartão" para promover a mais valia do nosso sistema.

Se tenho o azar de ter o cartão errado, não há nenhuma mais valia para mim. Já se tiver os 50 cartões...

Não sei estas lembrado, mas nos primórdios desta discussão do que ia ser o nosso modelo, muitos diziam que era uma vantagem ter um cartão em vez de 50 Apps (cheguei a concordar com esta visão), hoje, olhando para os exemplos que dei, não consigo perceber onde esta a vantagem.


----------------------------------------- "-------------------------------------------

Em relação as reservas na minha opinião é só estupido. Pegando no exemplo do Bruno Alves, mas agora para algo que é mais comum a todos nós. Imaginem o que era eu telefonar para uma bomba da gasolina, daquelas que fazem fila (sim, isto de filas de espera de 30 minutos também existe nalgumas bomba de gasolina), a fazer uma marcação. Chegava lá, passava a frente de uma fila de 10 ou 20 carros e atestava, porque tinha sido mais esperto. Tinha feito uma marcação. Como o Bruno Alves escreveu: "Decerto concordam que havia um motim?"

Tantas vezes queremos que o sistema de carregamento se pareça com simplicidade de atestar um fóssil, e no entanto depois defendemos sistemas que na minha opinião só trazem confusão.

Também acho que estamos a ser limitados na abordagem deste assunto. Este assunto deixa de ser assunto em breve (assim espero) e, deixa de fazer sentido.

Os carregamentos estão cada vez mais rápidos. Para isso tem contribuído vários fatores:

- Os carros são cada vez mais eficientes.
- Temos maior numero de postos tanto por zonas geográficas, como num determinado local.
- Começam a surgir em pontos estratégicos (ou não!) os PCUR e os HUBS.

Se não tivermos medo de correr o risco de ter mais carregadores que carros, daqui a 1 ou 2 anos esta discussão não faz qualquer sentido.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 06 abr 2021, 11:35

JLMF Escreveu:
06 abr 2021, 10:58
Precisamente, se metade ou mais desses 30 clientes tivessem feito reserva não se encontravam lá todos ao mesmo tempo, estariam a ocupar o seu tempo em algo mais interessante. Se uma parte dos postos, neste caso privados, fossem prioritariamente dedicados para reservas num sistema adaptativo, não se acumulavam tantos clientes á mesma hora do dia e aposto que no mesmo dia do exemplo citado dos 30 em espera, em muitas outras horas desse mesmo dia os postos estavam vazios
Eu discordo porque, mais uma vez, não estamos a falar de marcar a ida ao cabeleireiro ou reservar a estadia de fim de semana num hotel. Estamos a falar de andar de carro. Nós fazemos a nossa vida e o carro é um meio para as deslocações. Ir ao cabeleireiro é ir ao local X à hora Y.
Naquele local as filas acontecem ao Domingo à noite e ao Sábado à hora de almoço:
- ao Sábado a malta vai "para baixo" e é um óptimo sítio para almoçar enquanto o carro carrega
- ao Domingo a malta quer aproveitar ao máximo a estadia antes de voltar "para cima" e portanto voltam todos à mesma hora.
Ao Domingo de manhã e ao Sábado à noite (bem como em qualquer outro dia da semana) os postos estão maioritariamente disponíveis. A única forma de fugir à confusão é mudar as horas das viagens, com ou sem reserva. E as pessoas não estão para perder meio dia de praia porque estão de carro eléctrico.
No caso dos Tesla até se sabe exactamente quantos postos estão disponíveis no próprio carro e, olhando para a evolução daquele número, dá uma excelente ideia da ocupação (além de redes sociais e toda uma panóplia de informação disponível). Só que as pessoas querem (e bem) fazer a vida como lhes dá jeito e não como o carro quer. E portanto sujeitam-se. Se quisessem fugir à fila saíam do Algarve a seguir ao almoço, só que não querem e têm esse direito.
Portanto não, com um sistema de reservas é altamente improvável que aquelas 30 pessoas estivessem noutro lugar a fazer outra coisa qualquer, até porque já actualmente têm muita informação à frente que lhes permite tomar decisões informadas.

Há uns 2 anos, exactamente no regresso do Domingo de Páscoa, houve uma fila monstruosa no PCR de Aljustrel. Chegaram a estar 6 carros em espera se não me falha a memória. Ao contrário dos SuC, 6 carros são mais de 3h de espera para o ultimo. Mais uma vez, malta ali frustrada há 3h à espera, chega uma "reserva" e "com licença que agora sou eu". Motim :mrgreen:
Não há outra forma que não desfasar as horas de viagem, e as pessoas não querem. Se quisessem (ou quando quiserem), já não havia problema de maior.

Colocar em funcionamento um sistema desses só servia para clivar ainda mais diferenças entre utilizadores mais e menos informados. Ainda actualmente aparecem pessoas à frente dos postos que não sabem que é preciso um cartão, um CEME, que não se pode pagar directamente.

Quando se fala de viagens (os PCN poderão ter uma dinâmica diferente) acho que faz sentido comparar o carregamento de VEs com o abastecimento de carros a combustão. Faz-me mais sentido do que comparar com o cabeleireiro.
Já mais de uma vez, na ida "para baixo", passei por áreas de serviço com filas para as bombas que vinham até à faixa de desaceleração. Numa situação destas (que é totalmente equiparável a uma fila para carregamento de VE com a diferença que infelizmente temos 1 PCR quando temos...) qual é o sentido que faz pensar em reservar uma "mangueira"?
Última edição por BrunoAlves em 06 abr 2021, 12:08, editado 1 vez no total.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por LuisG » 06 abr 2021, 11:47

Com a pouca oferta de PCR, normalmente só 1 posto, e grande parte nem permite AC e DC em simultâneo, a reserva não é solução.
Numa viagem, reservar um hotel ou restaurante que tenham ponto de carga, ai sim, é essencial.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por JLMF » 06 abr 2021, 12:52

BrunoAlves Escreveu:
06 abr 2021, 11:35
...
Quando se fala de viagens (os PCN poderão ter uma dinâmica diferente) acho que faz sentido comparar o carregamento de VEs com o abastecimento de carros a combustão. Faz-me mais sentido do que comparar com o cabeleireiro.
Já mais de uma vez, na ida "para baixo", passei por áreas de serviço com filas para as bombas que vinham até à faixa de desaceleração. Numa situação destas (que é totalmente equiparável a uma fila para carregamento de VE com a diferença que infelizmente temos 1 PCR quando temos...) qual é o sentido que faz pensar em reservar uma "mangueira"?
Para comparar algo seria sempre bom utilizar unidades de medida comuns, compatíveis ou convertíveis e para mim a unidade comum aqui são minutos, horas e a grandeza tempo.
Reservar uma mangueira não é comparável, em minha opinião e atualmente, com reservar para um cabeleireiro ou para um posto de carregamento de VE.
Estão em causa disparidades em tempo e comparar abastecimento de veículos a combustão com recargas de VEs no sentido de planeamento de viagens e reservas de posto para abastecimento é um termo base errado.

Num combustão seria mais o tempo gasto a formalizar reserva que o tempo de abastecimento individual e mesmo com uma fila grande á espera de mangueira o tempo de fila será maioritariamente inferior ao tempo de recarga individual de um VE. Mas isto é uma mix de otimização produtiva com logística e processos administrativos de gestão de cliente que de fato não serão preocupações numa rede pública no sentido de melhorar e gerar conforto para o utente.

Não acredito que uma fila de abastecimento de fosseis seja "totalmente equiparável" a uma fila de recarga de VEs, como afirmado, a não ser para pessoas que dirijam e sejam parte interessada na Mobie.e, por exemplo.

Nunca será possível gerir os grandes fluxos de trânsito com a mesma qualidade de serviço do fluxo médio e pensar preparar infraestruturas permanentes tendo em vista os fluxos máximos é utópico, nomeadamente infraestruturas de recarga de VEs.

Uma forma de otimizar recursos, premente em grandes afluxos, em minha opinião passa por colocar de forma dinâmica uma parte dos postos em sistema de reserva provocando uma maior utilização e mais uniforme ao longo do dia com maior comodidade para quem aderir e uma menor concentração de utentes ou clientes em espera; quem preferisse não reservar pois, iria para a eventual fila ás mesmas horas mais solicitadas de todos os outros de forma "totalmente equiparável" a uma estação de serviço de fosseis. excepto no tempo de espera e na qualidade do serviço.

Uma forma de otimizar comodidade para o utente ou cliente mesmo com recursos já disponíveis é permitir o escalonamento de utilização de uma parte dos postos permitindo aos mesmos possibilidade de planear viagens sem surpresas efetuando reserva no posto de recarga pretendido.

Enfim. esta questão de reservas, e muitas outras, ficariam esvaziadas de conteúdo, ou quase, se qualquer estação de serviço, parque de estacionamento, empresário, comércio, pudesse comprar e vender kW, prestar o serviço de recarga de VEs como faz qualquer vendedor de fosseis, com disponibilização ou não de WCs, cafetarias, abrigos de intempéries, afixação de preços, aceitação de pagamentos imediatos em dinheiro ou cartões com caixa ou automáticos, respondendo perante o cliente e autoridades pelo serviço prestado, mas isso seria demasiado simples e honesto.

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 06 abr 2021, 14:20

JLMF Escreveu:
06 abr 2021, 12:52
Não acredito que uma fila de abastecimento de fosseis seja "totalmente equiparável" a uma fila de recarga de VEs, como afirmado, a não ser para pessoas que dirijam e sejam parte interessada na Mobie.e, por exemplo.
Antes demais este assunto é muito mais abrangente do que aquilo que parece.

Você já alguma vez comparou o tempo de carregamento do seu carro com o tempo de abastecimento numa bomba de gasolina? Eu já, e digo-lhe que em certas ocasiões leva tanto, ou mais tempo um fóssil abastecer que o meu VE. Como disse e não vou ser hipócrita em situações especiais, mas do que estamos a falar são dessas mesmas situações especiais de carregamento, para fazer uma reserva (como já escrevi, a mim não faz qualquer sentido).

No PCR de Évora na bomba da Repsol ao domingo existe muita afluência de fosseis, eu por várias vezes dei-me ao trabalho de fazer o registo do tempo que alguns fosseis demoram abastecer em comparação com o meu carregamento. Se calhar há resultados surpreendentes. Tenho diferenças de 4 minutos. Para isto acontecer existe duas coisas importantes.

1ª A cultura do carregamento, o que muitas pessoas não tem. Se tenho uma viagem de 100km para fazer e, o meu carro tem capacidade para fazer 400km, por que motivo devo carregar o carro até aos 100%, ou mesmo até aos 80%? Nos fosseis rara são as vezes que se atesta o carro até a "boca"! :think:

2ª a afluência em determinada hora do posto de abastecimento.

Hoje as marcas já encontraram o standard de capacidade das baterias, qualquer coisa entre os 50kWh e os 75kWh. Longe vão os tempos é que tínhamos apenas carros com 24kWh. Isto permite-nos fazer as mesmas viagens dependendo cada vez menos dos carregadores. Como disse anteriormente estamos a ser limitados na abordagem deste assunto.

Eu já ando nisto algum tempo e ainda sou do tempo em que as pessoas com VE quando se encontravam no posto de carregamento havia cortesia, havia a preocupação de saber quanto tempo a pessoa que estava a espera ia carregar e, se fosse caso disso um dava lugar ao outro. Hoje, bom hoje, com o crescente numero de VE´s só não se atropelam uns aos outros se não forem capaz.

Sem dúvida com a falta de cultura que existe no carregamento, e com um sistema de reservas, é meio caminho andado para onde isso acontecer, em pouco tempo andar tudo a porrada.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Gameiro101 » 06 abr 2021, 18:58

JLMF Escreveu:
06 abr 2021, 10:28
É preciso ser
Gameiro101 Escreveu:
06 abr 2021, 09:24
Tambem sou da opinião que a possibilidade de reserva é uma aberração ainda temos tão poucos postos e vamos estar a bloquear alguns a espera que o sr. Dr. chegue? A lógica terá sempre de ser por ordem de chegada, o que poderia dar é para criar "lista de espera" para não existir problemas com quem chegou primeiro, já vi alguém passar a frente no SuC de Alcácer, por não ter visto o outro carro a espera, mas assim que foi chamado a atenção cedeu logo o lugar.
Pessoas que distraidamente ou não, "passam á frente" numa fila nada tem a ver com sistema de reservas.

È preciso ser "sr. Dr." para reservar? Não conheço nenhum sistema de reservas que explicite essa condição.

A ordem de chegada é ultimo recurso a evitar, acontece quando há muita procura e pouca oferta para um serviço mas que agrava ainda mais a situação, cujos prestadores não se preocupam com o utilizador ou utente (posto privado é cliente).
Obriga a filas demoradas por momentos e a ausência de procura em outros períodos provocando menos eficiência e diminuição global de quantidade de serviço prestado e neste caso é mais incerteza e insegurança para planeamento de viagens, curtas ou longas.

Assim o sistema de carregamento fosse livre, aberto á iniciativa privada concorrencial, preocupando cada prestador do serviço com a qualidade do mesmo, cada qual otimizaria da melhor maneira a sua prestação e com sistema misto ou só com reserva com bonus/malus para os menos pontuais/responsáveis, as filas seriam menores ou inexistentes e a ocupação dos postos mais constante com menos horas perdidas pelos adeptos/viciados em filas.

A verdade é que há pessoas, já ouvi algumas com responsabilidades em serviços, adeptos do sistema de filas, tipo centenas de pessoas á espera a determinada hora da madrugada e renegando um sistema de marcação. Somando as horas todas de improdutividade perdidas em filas o resultado é isso sim uma aberração; por marcação antecipada. zero horas perdidas e sistema a rodar. Listas de espera como sugerido é mais do mesmo, tudo ao molho e fé em Deus que não temos nada mais importante para fazer ao tempo que estar em filas porque não pude agendar/reservar.

Quando a oferta for enorme a questão perde relevância mas creio que a reserva será sempre um possibilidade a manter, para otimizar a ocupação do posto e permitir ao utilizador ou utente do posto (se for privado é cliente) gerir o seu tempo com maior comodidade.
Quando referi "Sr. Dr." estava meio a brincar, mas imagina que o pessoal aqui do fórum até é dado as tecnologias está a 10 minutos do PC, e resolve reservar, no entanto o meu pai, assim como milhares de condutores, não é dado a tecnologia, tinha acabado de estacionar o carro no PC, e ao ligar vê que o posto não esta a trabalhar, fica atrapalhado a tentar arranjar maneira de conseguir ligar, até que la chega uma pessoa e lhe diz "olhe tire mas é dai o carro que eu já tinha reservado por isso eu é que vou carregar".

Acham que é a melhor maneira de utilizar um sistema com pouca oferta forçando os Downtimes com reservas?

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por rnlcarlov » 06 abr 2021, 22:30

Ainda hoje cheguei a Aljustrel e tinha um I-pace iniciado a carga há 1 minuto. Felizmente falei com o condutor e ele ia estar pouco tempo (e eu também, por sinal). Se por um lado uma reserva para quem está nesta situação possa parecer desejável no momento, a verdade é que olhando para a app da Iberdrola em que um posto fica reservado até 30 minutos, é uma enormidade de tempo que fica um posto pode ficar indisponível se a reserva for feita bem cedo, o que em vias movimentadas pode originar maiores problemas do que os que resolve.
E se estão a falar de implementar marcações tipo 5h da tarde para carregar, isso tem muita margem para falhar horários, sobretudo numa viagem longa. E até quando é que o posto deixaria carregar nessas condições?

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por rimsilva » 07 abr 2021, 10:42

Sempre interessantes estas discussões :D , a minha opinião em relação aos 2 assuntos aqui levantadas é a seguinte:

1- Cartão unico e diferentes preços: Nós que gostamos de nos antecipar à implementação das medidas fizemos algumas conjunturas, eu próprio via um cartão unico (fisico ou virtual) e uma fatura unica com os carregamentos realizados, mas os nossos governantes e visionários da ME, decidiram acrescentar a "emoção" de ter vários CEME's para tornar a coisa mais confusa, para evitar a monotonia das coisas que funcionam bem (e outras coisas mais, mas que não interessa agora...) :D

MAS no final o "anunciado" está lá, 1 cartão dá acesso a toda a rede. A questão financeira é outro tema completamente independente, ou seja, se quisermos juntar ao acesso o cartão mais económico (que pode ir ao limite de fazer essa gestão posto a posto) é que obriga a ter mais cartões.
Quem olha para um par de simulações na miio facilmente percebe que os preços variam pela componente CEME, não é preciso uma reportagem para nos mostrar isso e também se percebe que no futuro será ainda muito pior com os descontos e descontinhos, com as ofertas dos construtores e assim em diante.
No final teremos utilizadores prejudicados financeiramente, porque não sendo utilizadores intensivos de carregamentos fora de casa, não vão aderir a nenhum plano e vão pagar por eles e para compensar os descontos que são dados a outros, em vez de haver um preço igual para todos... será como ir às compras dos supermercados.
Acho que todos já percebemos que a intenção sempre foi essa e deixar o OPC a "vê-los passar".

2 - A reserva dos postos: Mais uma vez acho que analisar algo de forma isolado e descontextualizada acaba por levar a conclusões erradas.
Na sua essência reservar um caregador que permita realizar uma viagem de forma controlada e sem riscos é positivo, só isto não chega, porque é preciso ver se a rede está preparada para isso e em Portugal não está.
Não vejo postos suficientes e muito pior do que os postos é competência para montar um sistema que funcione.
A atitude e preparação do utilizador para poder usufruir de um sistema destes, também é importante e o histórico em Portugal não é favorável, desde o tempo das borlas, do "eu tenho tanto direito a carregar como os outros", do whatsapp do TVDE, dos carergadores excluivos para clientes, etc...

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 07 abr 2021, 12:03

rimsilva Escreveu:
07 abr 2021, 10:42
MAS no final o "anunciado" está lá, 1 cartão dá acesso a toda a rede.
Verdade.
rimsilva Escreveu:
07 abr 2021, 10:42
A questão financeira é outro tema completamente independente, ou seja, se quisermos juntar ao acesso o cartão mais económico (que pode ir ao limite de fazer essa gestão posto a posto) é que obriga a ter mais cartões.
Quem olha para um par de simulações na miio facilmente percebe que os preços variam pela componente CEME, não é preciso uma reportagem para nos mostrar isso...
A questão é mesmo essa. Não é preciso uma reportagem, são precisas muitas reportagens. Vou-te dar um exemplo que aconteceu a duas semanas. Em conversa com um proprietário de um Tesla do tipo, então e adaptou-se bem, esta contente com o carro, bla bla, chegamos a parte dos carregamentos em que eu falo no Continente. Surpresa, o senhor desconhecia totalmente que o Continente já tinha carregadores e de como funcionava. Isto para dizer que todos nós que frequentamos esta casa somos pessoas informadas acerca da ME, mas a maioria das pessoas não sabe nada. Eu sei que cabe a cada um de nós procurar informação, mas se ouves que basta um cartão e tens o assunto resolvido, a partida não há motivo para desconfiar que assim seja. Mas existe tantos "mas" no nosso modelo que podem levar ao engano. Achas mesmo que a maioria das pessoas sabe o que é a Miio e que, entre muitas coisas, faz simulações dos carregamentos?

Dou-te outro exemplo ainda mais gritante da falta de informação das pessoas. Quando fui ao Algarve encontrei uma pessoa com um Leaf e pergunto-lhe se o centro comercial tinha algum posto de carregamento que funciona-se como os carregadores públicos, em se usa o cabo mennekes, porque naquele centro comercial disponibilizavam fichas 220v para se usar o evse. A pessoa olha para mim com uma expressão de total desconhecimento de que cabo é que estava a falar. Lá lhe tento explicar e pessoa acaba por me dizer que nunca viu esse cabo e o carro dela não tem e que no centro comercial apenas havia aqueles locais para carregar.

Não é preciso uma reportagem...
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