Fim do modelo ridículo português à vista?

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mjr
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por mjr » 22 out 2020, 18:25

Vamos naturalmente estar a pagar a um CEME, seja o CEME associado ao OPC ou outro com o qual o OPC faça um contrato.

O problema do pagamento por cartão de débito é o overhead que significa ter uma margem a ser consumida para a banca em transações pequenas. E certamente haverá outras situações que não a tornam atrativa para o CEME, por exemplo a obrigatoriedade de ter de ter uma interface onde colocar o NIF.
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ljbmartins
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por ljbmartins » 22 out 2020, 23:41

jfr2006 Escreveu:
22 out 2020, 15:57

Isto. Só o facto de eu não saber à partida quando vou pagar por um serviço, devia ser razão mais que suficiente para acabar de vez com este modelo ridículo.

Aliás, nem sei até que ponto será legal :think:
Tenho um abastecimento em validação desde 28 Agosto. Só tenho uma ideia do preço que vou pagar porque usei cartão miio. Temos portanto um modelo fantástico.

Espero que isto um dia mude, pois além de ser roubado ao minuto rararamente sei o valor desse roubo. Simplesmente absurdo.
O meu VE é abastecido em kWh. O gajo não "pasta" minutos vá-se lá a saber porquê. :evil:

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por rimsilva » 23 out 2020, 10:57

Apenas para acrescentar (ao que já referi) como grande vantagem do nosso país em relação ao resto da Europa (rede unica nacional) é aquilo que todos nos vemos na aplicação miio e que poderia ser aproveitado para que a mobilida de em Portugal fosse um verdadeiro exemplo.

Os mais antigos neste forum seguramente se lembram da mobichecker, da intenção da electromaps em conseguir mostar o estado dos postos (e mais tarde permitir pagamentos), e depois disso a miio, que hoje em dia é a referência neste campo.

Voltando à minha prespectiva simplista, a miio tem todas as condições para ser o "interface" dos utilizadores de VEs e permitir ao mesmo tempo o pagamento de carregamentos (seria a aplicação da via verde da ME :D ).

Sei que neste momento a miio é mais parte interessada, do que um "elemento neutro", mas num mundo ideal eu adicionava à miio as várias contas CEME (enquanto a lei não muda :lol: ) e no momento do carregamento escolheria o CEME a usar para efeitos de faturação, onde o preço a pagar seria o que a aplicação apresenta (que poderia estar sempre sujeito a uma ou outra correcção excepcional, caso algum erro fosse detectado).

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por BrunoAlves » 23 out 2020, 14:21

rimsilva Escreveu:
23 out 2020, 10:57
Voltando à minha prespectiva simplista, a miio tem todas as condições para ser o "interface" dos utilizadores de VEs e permitir ao mesmo tempo o pagamento de carregamentos (seria a aplicação da via verde da ME :D ).
Precisamente o que eu disse acima, mas sem o modelo. O mercado livre dos OPC donos dos postos e dos fornecimentos de energia e a Miio (neste momento acho que ninguém lhes conseguiria sequer chegar aos calcanhares - já não conseguia antes de serem CEME) a fazer o tal "roaming" para quem quisesse ter um meio único (e pagar por isso, naturalmente) em vez de interagir directamente com os vários OPC.
Até acho este modelo mais rentável para a Miio do que ser CEME.

Pode ser simplista, mas eu adoro o princípio KISS :)
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por rimsilva » 23 out 2020, 14:40

BrunoAlves Escreveu:
23 out 2020, 14:21
rimsilva Escreveu:
23 out 2020, 10:57
Voltando à minha prespectiva simplista, a miio tem todas as condições para ser o "interface" dos utilizadores de VEs e permitir ao mesmo tempo o pagamento de carregamentos (seria a aplicação da via verde da ME :D ).
Precisamente o que eu disse acima, mas sem o modelo. O mercado livre dos OPC donos dos postos e dos fornecimentos de energia e a Miio (neste momento acho que ninguém lhes conseguiria sequer chegar aos calcanhares - já não conseguia antes de serem CEME) a fazer o tal "roaming" para quem quisesse ter um meio único (e pagar por isso, naturalmente) em vez de interagir directamente com os vários OPC.
Até acho este modelo mais rentável para a Miio do que ser CEME.

Pode ser simplista, mas eu adoro o princípio KISS :)
Não tinha reparado :roll:
O modelo de pagamento apenas porque não pode ser encarada uma mudança no imediato, mas sim, esta sempre foi a minha prespectiva antes de conhecer este "monstro" montado em Portugal... Tudo para nos manter sempre à frente na Europa, neste caso como os campeões dos preços altos da energia!

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por Gameiro101 » 23 out 2020, 17:36

mjr Escreveu:
22 out 2020, 18:25
Vamos naturalmente estar a pagar a um CEME, seja o CEME associado ao OPC ou outro com o qual o OPC faça um contrato.

O problema do pagamento por cartão de débito é o overhead que significa ter uma margem a ser consumida para a banca em transações pequenas. E certamente haverá outras situações que não a tornam atrativa para o CEME, por exemplo a obrigatoriedade de ter de ter uma interface onde colocar o NIF.
As bombas de combustíveis já tem esse interface a muitos anos, não deverá ser assim tão complicado, o problema poderá estar nos fabricantes dos PCR, mas esses terão de arranjar alternativa.

Os custos de pagamento por cartão de crédito pode ser gerido de duas maneiras, o custo diluído no preço por kWh, ou então uma fee de activação do posto.

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por mjr » 23 out 2020, 20:45

Complicado não será ter mais uma interface onde colocar um NIF e que lance faturas certificadas, mas tem um custo. Numa bomba estamos sempre a falar de 20,50 ou até mesmo 100€ (até arrepia...) de consumo por transação, o que dilui bastante esses overheads.

Aqui não será assim tão interessante por serem transações muito mais pequenas.
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por beme83 » 23 out 2020, 21:58

mjr Escreveu:
23 out 2020, 20:45
Complicado não será ter mais uma interface onde colocar um NIF e que lance faturas certificadas, mas tem um custo. Numa bomba estamos sempre a falar de 20,50 ou até mesmo 100€ (até arrepia...) de consumo por transação, o que dilui bastante esses overheads.

Aqui não será assim tão interessante por serem transações muito mais pequenas.
A partir do próximo ano com o QR code a inserção do nif vai se tornar algo secundário. Muitas desculpas para se manter um sistema ineficaz cheio de Burocracias e areia na engrenagem.

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por rafaelferreirapt » 23 out 2020, 22:36

mjr Escreveu:
23 out 2020, 20:45
Complicado não será ter mais uma interface onde colocar um NIF e que lance faturas certificadas, mas tem um custo. Numa bomba estamos sempre a falar de 20,50 ou até mesmo 100€ (até arrepia...) de consumo por transação, o que dilui bastante esses overheads.

Aqui não será assim tão interessante por serem transações muito mais pequenas.
Sim, este será uma entrave à colocação dos terminais de multibanco, e tenho a ideia que poucos postos vão ter porque podem não ter afluência suficiente que se justifique. Na aplicação já é algo mais simples, e que até já está pensado como se vai introduzir os pagamentos na hora.
BrunoAlves Escreveu:
23 out 2020, 14:21
rimsilva Escreveu:
23 out 2020, 10:57
Voltando à minha prespectiva simplista, a miio tem todas as condições para ser o "interface" dos utilizadores de VEs e permitir ao mesmo tempo o pagamento de carregamentos (seria a aplicação da via verde da ME :D ).
Precisamente o que eu disse acima, mas sem o modelo. O mercado livre dos OPC donos dos postos e dos fornecimentos de energia e a Miio (neste momento acho que ninguém lhes conseguiria sequer chegar aos calcanhares - já não conseguia antes de serem CEME) a fazer o tal "roaming" para quem quisesse ter um meio único (e pagar por isso, naturalmente) em vez de interagir directamente com os vários OPC.
Até acho este modelo mais rentável para a Miio do que ser CEME.

Pode ser simplista, mas eu adoro o princípio KISS :)
Num mercado menos regulado, em que o roaming fosse obrigatório mas em que fosse possível pagar ao operador diretamente também, teoricamente teria de haver margens superiores ou iguais, depende agora do volume que se pretenda atingir. Até podia ser mesmo preço, dependeria da disponibilidade do operador e a sua visão de negócio.

O problema nas redes que não são obrigadas a ter roaming é que depois desleixam e vão adiando sempre o roaming, acontece cá em Portugal e também assisto a isso em Espanha.

Hoje a linha de apoio (que ainda não é publica, mas irá ser) esteve com um senhor (só estive a ouvir a conversa depois) que tem um Tesla e que defendia que deveria ser possível ter um cartão único para toda a Europa, e que não deveria ser necessário ter várias aplicações e cartões. Na ideia dele, já não interessa o valor por kWh, apesar de que quanto mais barato melhor, mas sim a simplicidade de saber que com apenas um cartão consegue aceder a todos os postos.

Cada vez mais estamos assistir a mobilidade elétrica a tornar-se do público em geral, e para a mudança ser mais fácil temos de adotar meios que simplifiquem a vida quando precisamos de carregar um veículo ou estamos na jornada inicial de perceber como isto funciona. A missão tem de começar a ser a simplicidade e confiança, em detrimento de que os carros elétricos são super baratos de carregar. Ok, em alguns casos vão ser super baratos, mas noutros não vão ser super, vão ser só baratos e isso está bem para o utilizador comum. Claro que super caro também não.

Agora imagine-se quando um veículo elétrico for mais barato ou igual no preço a um carro a combustão, aliado a ter menos manutenção - mais ano menos ano está aí. Então é que vamos perceber que para uma mudança generalizada vamos ter de simplificar ao máximo e a mobilidade elétrica tem de ser super clara - talvez nem se apresente kW e kWh numa aplicação... para alguns só precisam de minutos e horas ou kms adicionados.. o que são kW?

Pronto já estou a fugir do tema, resumindo, claro que é bom para o consumidor esmagar preços mas também considero que o roaming deverá ter de ser obrigatório para manter a simplicidade.

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BrunoAlves
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por BrunoAlves » 23 out 2020, 23:36

rafaelferreirapt Escreveu:
23 out 2020, 22:36
Pronto já estou a fugir do tema
Estás. ;)
Entendo e obviamente respeito o teu ponto de vista, mas estás a justificar uma suposta necessidade com temas paralelos, não necessariamente relacionados ou exclusivos.
rafaelferreirapt Escreveu:
23 out 2020, 22:36
O problema nas redes que não são obrigadas a ter roaming
Como disse antes, como a legislação pariu este aborto, facilmente estabelecia que os OPC teriam de dar acesso aos operadores de roaming. E até acho básico, afinal o operador facturava no mínimo o mesmo. Mais uma vez digo, aquele texto da electromaps vale zero, é só um exemplo de aproveitamento e má implementação. Porra se a lei é capaz de estabelecer esta quantidade incrível de limites, áreas de actuação e responsabilidade, não poderia estar ali no meio? Não estamos no preto ou branco, existem muitos tons de cinzento...
rafaelferreirapt Escreveu:
23 out 2020, 22:36
defendia que deveria ser possível ter um cartão único para toda a Europa, e que não deveria ser necessário ter várias aplicações e cartões
Há uns dias o Telmo já "jogou essa carta", como se a necessidade de ter só um cartão que funcione em toda a Europa validasse o modelo português. Lamento, não tem nada a ver. Aliás, porra, em toda a Europa há roaming (caro ou barato) menos aqui!
E o roaming europeu já existe, mundial até. É o dinheiro. Entendo, claro que entendo, a dificuldade de compatibilizar equipamentos heterogéneos e não pensados para esse fim, mas a (evidente!) necessidade de facilitar o pagamento intra comunitário não justifica, de forma nenhuma, o que aqui se desenhou.
Lamento que, com toda a necessária ponderação pelas eventuais limitações tecnológicas ACTUAIS, achemos que o caminho são mais cartões, mais contratos, mais fees mensais. Quando temos o melhor sistema bancário do mundo, a interação intra comunitária em píncaros de eficiência e as ferramentas para a interação extra comunitária ali à mão, directas (Visa não serve? Revolut, etc etc).
A investir recursos estamos de qualquer forma, a minha opinião é que o estamos a fazer no caminho errado.
beme83 Escreveu:
23 out 2020, 21:58
A partir do próximo ano com o QR code a inserção do nif vai se tornar algo secundário. Muitas desculpas para se manter um sistema ineficaz
Isto. E se não fosse isto, outra realidade universal, não exclusiva dos carregadores de veículos eléctricos. Já o disse, até preservativos se consegue comprar numa máquina de rua com cartão MB...

Em relação à FACTURA e NIF claro que sim, é uma questão fundamental. Os velhos postos da efacec de 2010 nunca o farão. Agora vamos mesmo acreditar que os computadores com fichas type2, CCS e Chademo que existem actualmente não permitem fazer essa integração? Podemos investir 10+ anos de dinheiro público numa plataforma que ao fim desses 10 anos ainda obrigava a introduzir tarifas manualmente (e a arrear a rede no processo) e não podemos investir numa forma UNIVERSAL de pagar os nossos carregamentos?
E reparem que não é exclusivo. Não é preto e branco. É dar oportunidade a todas as soluções de existir, com apoios/motivação equivalentes.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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