Fim do modelo ridículo português à vista?

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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rimsilva
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por rimsilva » 10 set 2020, 12:25

RJSC Escreveu:
10 set 2020, 11:19
Cada vez que recebo faturas fica bem obvio que o problema não é existir CEME.
Exemplo da última fatura:
5.818 kWh em 22 minutos para um Leaf MK1 passar de 2 barras até 6 (SOC baixo, máxima potência possível)
Resultado - 0.46€ para o CEME 2.32€ para o OPC ao minuto (Prio) :roll:
Mesmo ignorando o CEME ficou caro: 40 cêntimos o kWh só para o OPC.

Na mesma viagem foi possível no regresso carregar quase a mesma coisa na Repsol que cobra ao kWh e é ver a diferença: 5.98kWh, 0.48€ para o CEME e 0.69€ para o OPC.

O que está ridículo no modelo português é a cobrança ao minuto (seja em OPC seja em CEMEs como a prio).
Não concordo, quanto a mim são 2 questões distintas.

Uma coisa é a cobrança ao minuto, que introduz a questão das caracteristicas do VE vs postos e que evita (ou deveria) a eterna preocupação do abuso nos PCRs.
Embora eu ache que cobrar ao kWh se adapta mais PCN's (uma vez que o factor tempo não é tão relevante), isto só vem colocar a nú a falta de postos de diferentes caracteristicas.

A outra questão é que quando os postos são ao kWh ou por tempo (mas usados por VE que aproveitem a capacidade máxima) o custo final do kWh é repartido de forma muito desproporcional 1/3 para OPC e 2/3 para CEME...

Sou da opinião que a não existência do CEME ajudaria a reduzir o custo dos carregamentos, embora haja o risco do uso dos postos por tempo, caso o utilizador não tenha o cuidado de escolher os postos...

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rimsilva
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por rimsilva » 10 set 2020, 12:28

jfr2006 Escreveu:
10 set 2020, 12:04
rimsilva Escreveu:
10 set 2020, 09:47

Como já referi, não critico o continente por estar a procurar "contornar" as dificuldades da lei, no sentido de prestar um serviço ou conceder um beneficio aos seus clientes, só acho que isto não deveria estar a acontecer, só prejudicando a ME, mas é a lei que temos e nese sentido também será importante perceber em concreto se isto não será um negócio que possa ser encarado como concorrência desleal para com os operadores da rede mobi.e.
Pelo contrário...isto deveria ser o que deveria começar a acontecer, para acabar de vez com este modelo ridículo :evil: :twisted:

Mas claro que os interesses politicos e o "tachinho" jogam mais alto nesta república das bananas :evil:
Mais atrás abordei essa questão, mas preferia que fosse mesmo cortado o mal pela raiz e se fizesse esse ajuste na legislação.
...os OPC abandonem os postos na via publica e passam a explorar a sua actividade de estacionamento, cartões de fidelização em locais privados de acesso privados, assim talvez se resolve-se outra questão que está cada vez mais a ser falada, as sombras! Teriamos todos os postos sem sol e chuva!

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zeuz
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por zeuz » 10 set 2020, 12:29

RJSC Escreveu:
10 set 2020, 11:19
Cada vez que recebo faturas fica bem obvio que o problema não é existir CEME.
Exemplo da última fatura:
5.818 kWh em 22 minutos para um Leaf MK1 passar de 2 barras até 6 (SOC baixo, máxima potência possível)
Resultado - 0.46€ para o CEME 2.32€ para o OPC ao minuto (Prio) :roll:
Mesmo ignorando o CEME ficou caro: 40 cêntimos o kWh só para o OPC.

Na mesma viagem foi possível no regresso carregar quase a mesma coisa na Repsol que cobra ao kWh e é ver a diferença: 5.98kWh, 0.48€ para o CEME e 0.69€ para o OPC.

O que está ridículo no modelo português é a cobrança ao minuto (seja em OPC seja em CEMEs como a prio).
Eis a minha factura de Agosto, correspondente a 2,16kWh em 38 minutos, no período Fora de Vazio , no PCN ALM-90015 :
eVaz.png
eVaz.png (23.64 KiB) Visto 1884 vezes
Imagem Vectrix VX-1 Li+ '11 (catalã) (06/2014 - )
Imagem Opel Ampera 1.4i ECOTEC (10/2017 - 04/2022)

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BrunoFonseca
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por BrunoFonseca » 10 set 2020, 14:12

RJSC Escreveu:
10 set 2020, 11:19
Cada vez que recebo faturas fica bem obvio que o problema não é existir CEME.
Exemplo da última fatura:
5.818 kWh em 22 minutos para um Leaf MK1 passar de 2 barras até 6 (SOC baixo, máxima potência possível)
Resultado - 0.46€ para o CEME 2.32€ para o OPC ao minuto (Prio) :roll:
Mesmo ignorando o CEME ficou caro: 40 cêntimos o kWh só para o OPC.

Na mesma viagem foi possível no regresso carregar quase a mesma coisa na Repsol que cobra ao kWh e é ver a diferença: 5.98kWh, 0.48€ para o CEME e 0.69€ para o OPC.

O que está ridículo no modelo português é a cobrança ao minuto (seja em OPC seja em CEMEs como a prio).
Quanto a usar CEME ao minuto, é uma questão de escolha do UVE, pois há n CEME com outras opções, e são válidas em qualquer posto.
Quanto aos OPC, não vendem energia logo não faz sentido cobrar ao kWh.
Escolham os postos que melhor se adaptam às condições dos vossos carros. É o que eu faço, e pago balurdios quando tenho de usar um PCR em AE não havendo outra solução (PCN)

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frankesousa
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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por frankesousa » 10 set 2020, 14:44

rimsilva Escreveu:
10 set 2020, 12:25
...

A outra questão é que quando os postos são ao kWh ou por tempo (mas usados por VE que aproveitem a capacidade máxima) o custo final do kWh é repartido de forma muito desproporcional 1/3 para OPC e 2/3 para CEME...
...

Não podia ser de outra maneira, então se usas o recurso do OPC (posto) por pouco tempo e se gastas muitas matéria prima (electrões) é normal que pagues mais ao fornecedor da matéria prima do quer ou dono do posto de entrega.

Agora cabe ao UVE escolher carros que usem essa potencia toda para fazer pressão para as fabricantes "irem por aí" e disponibilizarem potencias elevadas de carga AC.

Como um posto de 3.7kW e um de 22kW apenas altera "meia dúzia de fios" internos, e portanto o custo é +- o mesmo (fora o ramal obviamente) acho que agora vão ser "quase sempre" de 22kW os PCN publicos.

Os PCN privados, voltando ao tema do tópico, esses sim vão ser de tudo e mais alguma coisa dependendo da potencia disponível no local (estacionamento normalmente).
Leaf Acenta 30kWh de 2016
10/2018 - 47.500km (12 Barras-90,27% SOH) --- 05/2020 - 96.660km (11 Barras-81 % SOH)
05/2021 - 111.417km (10 Barras-78.2% SOH) --- 08/2023 - 137.300km (9 Barras-69.74% SOH)
11/2023 - 140.000km (9 Barras-67.86% SOH) --- 02/2024 - 144.757km (8 Barras-65.83% SOH)

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por RJSC » 10 set 2020, 14:48

BrunoFonseca Escreveu:
10 set 2020, 14:12
Escolham os postos que melhor se adaptam às condições dos vossos carros. É o que eu faço, e pago balurdios quando tenho de usar um PCR em AE não havendo outra solução (PCN)
Se houvesse escolha não teria carregado num PCR ao minuto.
E agora que a EDP também passou para cobrança ao minuto o panorama está a ficar muito mau.
Os VE mais antigos e com a bateria degradada são os que mais necessitam dos PCR para se manterem na estrada.
A cobrar ao minuto com estes valores fica muito caro.
Além dos VEs antigos, os Leafs 40kWh num dia de calor também ficam com a potência de carregamento igualmente reduzida.
O que deveria existir era uma taxa pela ocupação quando acabasse o carregamento para quem deixa os veículos agarrados ao posto.

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por BrunoFonseca » 10 set 2020, 14:59

RJSC Escreveu:
10 set 2020, 14:48
BrunoFonseca Escreveu:
10 set 2020, 14:12
Escolham os postos que melhor se adaptam às condições dos vossos carros. É o que eu faço, e pago balurdios quando tenho de usar um PCR em AE não havendo outra solução (PCN)
Se houvesse escolha não teria carregado num PCR ao minuto.
E agora que a EDP também passou para cobrança ao minuto o panorama está a ficar muito mau.
Os VE mais antigos e com a bateria degradada são os que mais necessitam dos PCR para se manterem na estrada.
A cobrar ao minuto com estes valores fica muito caro.
Além dos VEs antigos, os Leafs 40kWh num dia de calor também ficam com a potência de carregamento igualmente reduzida.
Sabes... fui muito criticado quando comprei um VE sem carga rápida. Faz parte. Se o veiculo que tens não te serve tens de mudar. É um risco. Todos aqueles que foram pioneiros de alguma coisa sabiam os riscos que corriam.
Por algum motivo tambem beneficiamos em determinadas coisas, como cargas gratis, isenções de impostos, incentivos do estado, etc.
É claro que nos mexe no bolso e isso é sempre desagradável.
Pode ser que estas solucoes que se tem falado do Continente possam colmatar esses problemas.

Refiro também que pelo que vi (não foi uma busca exaustiva) no resto da Europa os modelos são mistos com componentes de energia, tempo e tx de activação altissimas.

Parece-me que temos que dar tempo ao mercado para este se adaptar.
Se o teu caso for uma minoria, então aí o mercado estará nas tintas para ti e aí sim terás um problema.

Desculpa se fui demasiado bruto na resposta mas parece-me que cada um quer é saber do seu umbigo e nao nao ME.

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por rimsilva » 10 set 2020, 15:45

frankesousa Escreveu:
10 set 2020, 14:44
rimsilva Escreveu:
10 set 2020, 12:25
...

A outra questão é que quando os postos são ao kWh ou por tempo (mas usados por VE que aproveitem a capacidade máxima) o custo final do kWh é repartido de forma muito desproporcional 1/3 para OPC e 2/3 para CEME...
...

Não podia ser de outra maneira, então se usas o recurso do OPC (posto) por pouco tempo e se gastas muitas matéria prima (electrões) é normal que pagues mais ao fornecedor da matéria prima do quer ou dono do posto de entrega.

Não só poderia como deveria.

Independente do que quer que seja, o custo final kWh de um carregamento começa logo nos 0,2€ de energia (um pouco mais baixo durante o periodo da noite), acho que seria perfeitamente possivel começar nos 0,16€, continuando a dasr lucro ao CEME.
Se pegarmos no exemplo dos preços que a KLC está a praticar na ex rede piloto de 0.11€/kWh (tendo ainda de pagar bem caro pelas licenças), lá temos a tal proporção que eu referi.

Se quisermos olhar para o exemplo dos PCRs em Espanha a 0,3€ kWh, podemos imginar o que seria dos OPC se tivessem um CEME....

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por frankesousa » 10 set 2020, 16:24

rimsilva Escreveu:
10 set 2020, 15:45
Não só poderia como deveria.

Independente do que quer que seja, o custo final kWh de um carregamento começa logo nos 0,2€ de energia (um pouco mais baixo durante o periodo da noite), acho que seria perfeitamente possivel começar nos 0,16€, continuando a dasr lucro ao CEME.
Se pegarmos no exemplo dos preços que a KLC está a praticar na ex rede piloto de 0.11€/kWh (tendo ainda de pagar bem caro pelas licenças), lá temos a tal proporção que eu referi.

Se quisermos olhar para o exemplo dos PCRs em Espanha a 0,3€ kWh, podemos imginar o que seria dos OPC se tivessem um CEME....
Atenção que eu concordo a 100% que isto do OPC+CEME só tem como resultado preços altos demais para o utilizador.

Só comentei para não haver duvidas que a electricidade propriamente dita tem um custo superior quando se usa mais kWh obviamente.

Com este modelo eléctrico e ME em portugal em que imaginemos que o local com postos tinha produção local fotovoltaica o UVE ia pagar na mesma taxas de acesso à rede e assim pelo que a meu ver o preço da electricidade para a ME nunca vai baixar destes valores antes pelo contrário vão subir quando acabar o beneficio da TAR.

Sobre o preço em si e os 0.16€/kWh que falas, talvez seja pouco demais com as taxas que temos, eu em casa que supostamente pago a electricidade ao preço de custo (se não me estão a enganar :lol: ) paguei em julho 0,157772 €/kWh, portanto, é difícil que um CEME a ter de "pagar as contas" e emitir faturas vá fazer valores assim facilmente.
Leaf Acenta 30kWh de 2016
10/2018 - 47.500km (12 Barras-90,27% SOH) --- 05/2020 - 96.660km (11 Barras-81 % SOH)
05/2021 - 111.417km (10 Barras-78.2% SOH) --- 08/2023 - 137.300km (9 Barras-69.74% SOH)
11/2023 - 140.000km (9 Barras-67.86% SOH) --- 02/2024 - 144.757km (8 Barras-65.83% SOH)

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Re: Fim do modelo ridículo português à vista?

Mensagem por rnlcarlov » 10 set 2020, 18:48

frankesousa Escreveu:
10 set 2020, 16:24
Sobre o preço em si e os 0.16€/kWh que falas, talvez seja pouco demais com as taxas que temos, eu em casa que supostamente pago a electricidade ao preço de custo (se não me estão a enganar :lol: ) paguei em julho 0,157772 €/kWh, portanto, é difícil que um CEME a ter de "pagar as contas" e emitir faturas vá fazer valores assim facilmente.
Tu tens uma TAR de cliente residencial. Acima dos 41kVA, na BTE, os valores são mais baixos. Isto se um posto puder usar a TAR da instalação e não da ME. Estava curioso de ver como os postos da rede privada lidam com isto. Se realmente conseguem fugir à TAR da ME através das instalações privadas, torna-se bem possível conseguir custos mais competitivos.
Agora na rede pública, é para esquecer para já.
Na cashback-power também está nos planos entrar como CEME, mas não vai ser no imediato. Não faço ideia que proposta vamos conseguir a jogar com estas regras.

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