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Uma tomada CEE de 63A, e um EVSE mennkes trifásico, em vez de um posto mais carro que um carro inteiro.
É isto que me encanta no ZOE...

E pagar 2€ por cada carga rápida, fora a energia!

mjr Escreveu:E pagar 2€ por cada carga rápida, fora a energia!

Estou a falar do veículo em si, não de toda a especulação financeira à volta dele, que se a considerarmos, é para esquecer.

Mas sempre é melhor pagar 2€ por uma carga rápida que pagar 20000€ por um carregador chademo que nem cabe no carro se não se rebaterem os bancos.

Uma coisa é certa, os Smarts têm um carregador de 22 kW que cabe dentro do carro, e o volvo C30 também, o mínimo que se exigia aos Leafs europeus era que pelo menos tivessem a opção, como nos smarts do carregador trifásico de 22 kW.

Há aqui muito mais do que a questão técnica em jogo. A Nissan apostou no Chademo no início como tecnologia de carga, numa altura em que os custos de desenvolvimento e acrescidos no preço do carro tornavam proibitiva sua inclusão no Leaf. A partir daí existe uma quantidade respeitável de veículos com essa interface de carga que tornam impossível a desistência de repente da tecnologia.

Além de que ainda não há carros suficientes na estrada que mostrem a durabilidade a médio prazo de um carregador integrado de 43kW. Se usarmos a analogia dos PCRs atuais Chademo não me parece brilhante. Os 2€ por carga rápida são um incentivo extra a evitar usar o carregador integrado na sua plenitude.

Fora estas questões, obviamente que é muito mais aliciante a solução da Renualt.

Pouco percebo da tecnologia, mas parece- me que para a nissan fica mais barato instalar carregadores rápidos nas ruas, do que um em cada carro!

Se for feito como na Renault, aproveitando o inversor do motor e as próprias bobinas do motor para servir de carregador, fica praticamente de borla.

Mesmo que não seja assim, ter um carregador mais rápido à escolha não fazia mal nenhum.
No Leaf de 2013 já acontece haver escolha de um carregador monofásico de 32A ou o de 16A como no início.
Na Europa, quem tem mais de 32A numa residência têm-no dividido em 3 fases.

Deve ser por não quererem dar o braço a torcer, como o mjr sugeriu, que estão a produzir o Leaf Europeu, em solo europeu ao que consta com a mesma tomada de carga japonesa/americana que os importados do Japão usavam (J1772) em vez de usarem a Mennekes, que é o padrão definido pela União Europeia ao qual também a China aderiu.

O pequeno comércio, como os restaurantes a que vamos nos encontros, os hotéis e mesmo muitos centros comerciais não estão para investir 20000€ num carregador chademo que carregue um Leaf em 2 horas para percentagem muito baixa de clientes.
No entanto, muitos já têm tomadas CEE trifásicas de 16A nas garagens, que são capazes de carregar um Leaf em 2 horas, tivesse ele um carregador trifásico.
Os locais que não têm uma tomada CEE, por menos de uma centena de euros colocam uma, com alguns metros de cabo, tomada e mão de obra.

Em Aveiro, por exemplo, a única hipótese de carregar um VE em menos de 5 ou 6 horas é no parque do Centro Comercial Glicíneas, que tem tomadas CEE trifásicas.

Na Figueira da Foz, ponto de carregamento, só no centro comercial Foz Plaza (não sei se tem tomadas trifásicas, mas muito provavelmente terá).

Eu duvido que a Nissan vá desembolsar dinheiro para milhares de postos chademo que seriam necessários para ficar com uma rede pelo menos igual à que temos hoje com postos de carregamento normal, e que mesmo assim deixa largas áreas do país no interior sem cobertura.
Prometeu 400 espalhados por toda a Europa. Em Portugal ainda não colocou nenhum desses e mesmo 400 em Portugal seriam poucos.
Com carregadores trifásicos, todos os postos de carregamento normal da mobi.e se transformam em postos de carga rápida em uma hora com uma centena de euros de material.
Imagina as viagens que se tornam possíveis ao poder carregar numa hora em qualquer posto mobi.e já existente.

Até a Tesla, que é o único fabricante que está realmente a implementar uma rede de carga rápida por conta própria para cobrir um país inteiro, reconheceu que na Europa o paradigma de rede elétrica é diferente e vai enviar os Model S para Europa com carregador trifásico, pois o carregador de 80A monofásico que vem nos Model S dos EUA de nada serviria por cá.

Além disso uma tomada CEE dificilmente sofre uma avaria, ao contrário dos postos chademo.
Não faltam aqui relatos de quem iniciou viagem a contar com um PCR, chegar ao local, ficar apeado e ter como única alternativa esperar 6 horas numa tomada monofásica.
Aveiras tem sido o caso mais falado, mas há outros por aí.

No entanto apesar de tudo isto, se fosse comprar um VE amanhã compraria um Leaf, já que a Renault não vende baterias e aparentemente, as da LG que estão a usar no ZOE dão-se mal com cargas rápidas...
Também não percebi porque não usaram as produzidas pela sua "aliada" Nissan...
Será que a Nissan disse: "ou fazem o ZOE com chademo ou então não vos fornecemos baterias"
(Já ouvi notícias oficiais mais descabidas, como o CEO da Aliança, Carlos Ghosn ter dito que adiou o lançamento do ZOE para não roubar clientes ao Clio 4 )

Pelo menos, para venderem carros na união europeia, deveria estar a seguir o padrão definido pela mesma.
Se assim não for, então as malas de VE's terão que andar cheias ainda com mais adaptadores.

Se esta nova "Guerra das Correntes AC vs DC" na carga rápida não se decidir rapidamente é mais um motivo para muita gente vai adiar a compra de um VE.

Eu próprio, apesar de desejar que o AC vença, pela liberdade e independência que me proporciona, me sinto com medo de avançar na compra, depois o DC vencer a guerra e boicotar a instalação de cabos para carga AC nos postos existentes.

Em Lisboa isto está a começar a acontecer: já há 2 PCR Mennekes instalados sem tomada chademo, e os chademo não têm tomada Mennkes, apesar de os fabricantes nos catálogos dizerem que os postos vêm preparados para isso, ao que me parece em cantos opostos da cidade.