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Carros elétricos vão invadir Portugal

Enviado: 19 jan 2011, 19:19
por ruimegas
Carros elétricos vão invadir Portugal
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Conhece alguém que tenha um carro elétrico?

Conheço pessoas que usam protótipos. Ainda são poucas, mas tenho a certeza de que, para o ano, serão muito mais, com a chegada de carros em massa ao mercado. Ando de carro híbrido e estou à espera que cheguem modelos de carros elétricos para comprar um. É uma agradável surpresa para quem conduz. É mais rápido no arranque; é mais silencioso; não tem vibração; tem um binário muito elevado, o que significa que acelera rapidamente. Há a ideia de que os carros elétricos são carros de golfe, mas na verdade podem ser mais rápidos do que os carros a diesel ou gasolina.

Os incentivos criados pelo Governo são suficientes?

O Governo resolveu disponibilizar um apoio de 5 mil euros para os primeiros 5 mil veículos elétricos vendidos. Além disso, as pessoas que deem um carro usado para abate terão um acrescento de 1500 euros. Com esses apoios, o custo de um veículo elétrico será equivalente ao de um a combustão. Mas há ainda custos de manutenção e operação. O custo de manutenção de um carro elétrico pode ser 20% a 40% inferior ao de um carro a combustão. O motor elétrico não tem filtros, óleos, e peças que têm de ser substituídas regularmente. Os custos operacionais são menores, porque a eletricidade é mais barata do que a gasolina e o diesel. Se somarmos os custos de aquisição, manutenção e operação, concluímos que, ao fim de poucos quilómetros, justifica ter um carro elétrico. E não estamos a incorporar os benefícios relacionados com o ambiente, a comodidade, a inexistência de cheiros...

Mas há uma mudança de hábitos implícita. A autonomia energética é bem menor nos carros elétricos e por isso têm de ser carregados com maior frequência!

As autonomias anunciadas até agora rondam os 150, 160 quilómetros... mas vários estudos revelam que esta autonomia cobre mais de 85% das necessidades do dia-a-dia. Quanto muito, não dá para uma viagem maior num fim de semana. É possível optar por carregamentos lentos, que demoram entre seis e oito horas, e são feitos preferencialmente à noite ou quando o carro está parado. E os estudos mostram que, em três quartos do tempo, o carro está parado. A mudança de hábitos passa por levar os condutores a carregarem o carro quando está parado.

Com um único posto de carregamento a funcionar, não me parece que haja tomadas suficientes nas ruas...

O carregamento lento é mais barato do que o rápido, só que o rápido permite carregar baterias entre 15 e 30 minutos e obriga a criar postos de carregamento com alguma infraestrutura. O carregamento lento comporta um desafio: não há hoje uma rede com tomadas e pontos de carregamento dos automóveis. E por isso a Mobi.e vai instalar 1300 pontos de carregamento em 25 cidades, no primeiro semestre de 2011. É uma rede que vai dar uma segurança mínima a quem tem um carro elétrico. Além dos carregamentos nas vias públicas das 25 cidades, há entidades privadas que vão ter postos de carregamentos em locais públicos. Refiro-me a centros comerciais, bombas de gasolina, parques de estacionamento. Além disso, quem tiver uma garagem pode solicitar adaptações para fazer o carregamento e beneficiar de custos de eletricidade mais baixos à noite.

Que adaptações têm de ser feitas nas garagens?

Quem já tiver uma tomada elétrica apenas vai ter de cumprir algumas normas de segurança, com a instalação de equipamento muito acessível. Os grandes condomínios podem ter pontos de carregamento similares aos que vão ser instalados nas ruas. A rede Mobi.e foi criada à imagem do Multibanco. O utilizador escolhe o fornecedor (de energia elétrica) que quiser no mercado, e tem um cartão para carregar o carro em vários pontos - no parque de estacionamento à frente de casa, numa cidade vizinha, no supermercado ou numa bomba de gasolina. O cartão da Mobi.e permite carregamentos pré-pagos e pós-pagos. Não há problemas de interoperabilidade entre fornecedores ou cidades.

A entidade gestora única não limita a concorrência?

A entidade gestora funciona como câmara de compensação que faz roaming entre vários operadores. Esta entidade não faz negócios, apenas suporta fluxos financeiros, e indica o que cada pessoa consumiu nos postos dos vários fornecedores, e redistribui os montantes pelos operadores. O mercado é completamente aberto. Temos informação de que a EDP, a Galp, a Endesa, a Iberdrola e outras empresas querem estar neste negócio. Logo, há empresas que vendem energia; e há esta entidade que investe, instala e mantém os pontos de carregamento. Deste modo, evita-se a replicação de infraestruturas; e evita-se que uma zona do país tenha muitos pontos de carregamento e outras não tenham um único.
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Quando é que a rede Mobi.e entra em ritmo de cruzeiro?

Até ao final do ano, vamos manter-nos em pré-teste e sem cobrar eletricidade. Em janeiro de 2011, já se cobra eletricidade, mas ainda estaremos na fase-piloto, que tem como data limite o ano 2011. Quando todos os sistemas estiverem no terreno e todas as afinações e testes de qualidade estiverem feitos, o modelo passa para outra fase expansão e é alargado a todos os municípios que queiram aderir.

Os carros elétricos só servem usar dentro da cidade?

Os carros elétricos não vão ser só citadinos. No último salão automóvel de Genebra, foram apresentadas dezenas de modelos de veículos elétricos - entre eles, citadinos, carros de cinco lugares, para transporte de mercadorias, scooters... não falta muito para que boa parte da logística das cidades seja feita com estes veículos.

Há quem diga que os atropelamentos vão aumentar!

Há marcas a desenvolver soluções que fazem barulho enquanto carro anda a velocidades de inferiores a 40 km/h. Trata-se de um barulho induzido por questões de segurança nos ambientes citadinos.

Segundo as previsões, em 2020 vai haver em Portugal 750 mil automóveis elétricos a circular. Não há o risco dos preços da eletricidade dispararem?

O sistema de produção de eletricidade tem capacidade instalada para responder a picos de consumo momentâneos e localizados, mas a verdade é que noutras horas do dia o consumo fica muito abaixo da capacidade de produção. À noite, temos energia, em especial que nem sempre é usada. Não vamos ter de gerar mais custos para produzir energia, porque ela já está no sistema. Além disso, cada carro elétrico vai poder ser encarado, no futuro, como um armazenador de energia. Com o vehicle to grid, os carros vão poder devolver energia à rede.

O Estado vai transferir para a eletricidade os impostos que hoje cobra nos combustíveis derivados do petróleo?

Estamos a criar um mercado. Não faz sentido a aplicar taxas nesta fase. Para já, a questão dos impostos não se coloca porque é contraproducente, mas quando este segmento tiver uma proporção considerável de certeza que vai ser considerada por qualquer governo que esteja no poder.

Afinal, quanto é que se vai pagar pela eletricidade consumida pelos carros?

O Governo vai publicar uma portaria, até ao final de 2010, que define os custos dos pontos de carregamento. Aí vamos conhecer os valores. Mas há coisas que já são garantidas: é mais fácil fazer carregamentos à noite do que de dia e será mais barato fazer um carregamento lento do que um rápido; e será sempre mais barato fazer um carregamento de eletricidade do que o abastecimento de combustível.

Em: http://www.destakes.com/redir/f3c7feb83 ... f52427ce1f

Re: Carros elétricos vão invadir Portugal

Enviado: 19 jan 2011, 20:14
por RJSC
Quem já tiver uma tomada elétrica apenas vai ter de cumprir algumas normas de segurança, com a instalação de equipamento muito acessível.
Estou é preplexo com esta frase! Se com equipamento muito acessível eles se querem referir ao EVSE da Efacec :roll:
Equipamento muito acessível é uma tomada industrial azul como nós discutimos aqui.

Re: Carros elétricos vão invadir Portugal

Enviado: 19 jan 2011, 21:18
por ruimegas
RJSC Escreveu:
Quem já tiver uma tomada elétrica apenas vai ter de cumprir algumas normas de segurança, com a instalação de equipamento muito acessível.
Estou é preplexo com esta frase! Se com equipamento muito acessível eles se querem referir ao EVSE da Efacec :roll:
Equipamento muito acessível é uma tomada industrial azul como nós discutimos aqui.
Já era tempo de ser contactado para fazer a vistoria e tirar estas dúvidas do ar :|

Re: Carros elétricos vão invadir Portugal

Enviado: 19 jan 2011, 22:15
por RJSC
ruimegas Escreveu:
RJSC Escreveu:
Quem já tiver uma tomada elétrica apenas vai ter de cumprir algumas normas de segurança, com a instalação de equipamento muito acessível.
Estou é preplexo com esta frase! Se com equipamento muito acessível eles se querem referir ao EVSE da Efacec :roll:
Equipamento muito acessível é uma tomada industrial azul como nós discutimos aqui.
Já era tempo de ser contactado para fazer a vistoria e tirar estas dúvidas do ar :|
Se eles seguirem o exemplo dos americanos estás tramado. Aos membros do mynissanleaf.com têm levado sempre à volta de 2000 dólares.

Re: Carros elétricos vão invadir Portugal

Enviado: 19 jan 2011, 23:20
por ruimegas
Eu não estou a falar de dinheiro mas sim da vistoria e afinal saber o que é ou não é preciso.

Tanto quanto eu li o EVSE dos EUA possui sistema de wifi incorporado o que não quer dizer que justifique o preço.

Cumprimentos

Re: Carros elétricos vão invadir Portugal

Enviado: 20 jan 2011, 00:09
por RJSC
ruimegas Escreveu: Tanto quanto eu li o EVSE dos EUA possui sistema de wifi incorporado o que não quer dizer que justifique o preço.
Pelo menos aquele que foi postado aqui no fórum com os fios todos enrolados posso garantir que não tem.

Re: Carros elétricos vão invadir Portugal

Enviado: 20 jan 2011, 11:54
por ruimegas
RJSC Escreveu:
ruimegas Escreveu: Tanto quanto eu li o EVSE dos EUA possui sistema de wifi incorporado o que não quer dizer que justifique o preço.
Pelo menos aquele que foi postado aqui no fórum com os fios todos enrolados posso garantir que não tem.

Pois, esse não tinha de certeza ... :lol: :mrgreen: