Automóveis eléctricos. Afinal não basta vontade política
Enviado: 03 abr 2012, 18:55
Automóveis eléctricos. Afinal não basta vontade política
[IMG]http://www.ionline.pt/sites/default/fil ... 451876.jpg[/IMG]
"Mobilidade eléctrica. Uma expressão que fez sonhar, um programa acarinhado pelo governo de José Sócrates, que apostava em libertar Portugal da dependência do petróleo. Dois anos passados, foram vendidos cerca de duzentos carros eléctricos no país inteiro. E quem se deixou convencer e comprou descobriu a dura realidade da fraca autonomia destes veículos, condenados a uma pausa de seis horas a cada 150 km para recarregar as baterias. “Era só marketing, esqueceram-se que não basta vontade política”, denuncia em declarações ao i José Luís Pinto de Sá, docente do Instituto Superior Técnico (IST), especialista na área científica de energia.
Os 231 veículos eléctricos transaccionados até à data em Portugal estão muito longe dos números projectados pelo anterior executivo, muitíssimo mesmo, se tivermos em conta que os particulares continuam a ignorar o admirável mundo novo dos automóveis eléctricos. Os próprios arrumadores, questionados sobre se podemos estacionar junto ao ponto de carregamento, respondem “ó senhor, em Lisboa não há carros eléctricos…”. Os entusiastas deste tipo de veículos defendem que quem os tem carrega-os em casa. Mas a verdade é que os 1020 postos instalados em Portugal, dos quais cerca de seis centenas na capital, não estão em perigo de desgaste por utilização frequente.
“Foi um investimento na propaganda”, insiste José Luís Pinto de Sá. “Não estava em questão o carro eléctrico, tratava-se de fazer acreditar que estávamos a caminhar para a redução do consumo de petróleo”, sublinha. Para este especialista do Centro para a Inovação em Engenharia Electrotécnica e Energia do IST, foi um embuste tentar convencer os portugueses que havia uma relação directa entre o consumo de petróleo e a electricidade, pois a electricidade é obtida através das centrais a carvão e das hidroeléctricas (estas últimas representam ainda em Portugal 30%).
Como são os transportes que de facto consumem os derivados do petróleo, a redução do consumo teria de passar por aqui. A aposta do anterior governo nas renováveis, especialmente nas eólicas, motivou o incentivo à aquisição de veículos eléctricos, com o executivo a prometer aos primeiros 5 mil particulares que comprassem estes automóveis um subsídio de 5 mil euros.
Quando em Fevereiro de 2011 a Nissan, fabricante dos carros eléctricos mais vendidos (109 veículos), os Nissan Leaf, abriu o primeiro buraco para as fundações de uma fábrica de baterias eléctricas em Cacia, o primeiro-ministro José Sócrates anunciou “um cluster da mobilidade eléctrica”.
A realidade é outra, porém. Os carros eléctricos estão condenados ao fracasso enquanto não for encontrada solução científica para o obstáculo maior, que é a pouca autonomia das baterias e o custo elevado destas, a par de uma longevidade de apenas cinco anos. “O único paliativo real para os custos do petróleo são os híbridos, que conseguem aumentar a eficiência e reduzir o consumo”, defende Pinto de Sá.!
Em: http://www.ionline.pt/portugal/automove ... e-politica
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"Mobilidade eléctrica. Uma expressão que fez sonhar, um programa acarinhado pelo governo de José Sócrates, que apostava em libertar Portugal da dependência do petróleo. Dois anos passados, foram vendidos cerca de duzentos carros eléctricos no país inteiro. E quem se deixou convencer e comprou descobriu a dura realidade da fraca autonomia destes veículos, condenados a uma pausa de seis horas a cada 150 km para recarregar as baterias. “Era só marketing, esqueceram-se que não basta vontade política”, denuncia em declarações ao i José Luís Pinto de Sá, docente do Instituto Superior Técnico (IST), especialista na área científica de energia.
Os 231 veículos eléctricos transaccionados até à data em Portugal estão muito longe dos números projectados pelo anterior executivo, muitíssimo mesmo, se tivermos em conta que os particulares continuam a ignorar o admirável mundo novo dos automóveis eléctricos. Os próprios arrumadores, questionados sobre se podemos estacionar junto ao ponto de carregamento, respondem “ó senhor, em Lisboa não há carros eléctricos…”. Os entusiastas deste tipo de veículos defendem que quem os tem carrega-os em casa. Mas a verdade é que os 1020 postos instalados em Portugal, dos quais cerca de seis centenas na capital, não estão em perigo de desgaste por utilização frequente.
“Foi um investimento na propaganda”, insiste José Luís Pinto de Sá. “Não estava em questão o carro eléctrico, tratava-se de fazer acreditar que estávamos a caminhar para a redução do consumo de petróleo”, sublinha. Para este especialista do Centro para a Inovação em Engenharia Electrotécnica e Energia do IST, foi um embuste tentar convencer os portugueses que havia uma relação directa entre o consumo de petróleo e a electricidade, pois a electricidade é obtida através das centrais a carvão e das hidroeléctricas (estas últimas representam ainda em Portugal 30%).
Como são os transportes que de facto consumem os derivados do petróleo, a redução do consumo teria de passar por aqui. A aposta do anterior governo nas renováveis, especialmente nas eólicas, motivou o incentivo à aquisição de veículos eléctricos, com o executivo a prometer aos primeiros 5 mil particulares que comprassem estes automóveis um subsídio de 5 mil euros.
Quando em Fevereiro de 2011 a Nissan, fabricante dos carros eléctricos mais vendidos (109 veículos), os Nissan Leaf, abriu o primeiro buraco para as fundações de uma fábrica de baterias eléctricas em Cacia, o primeiro-ministro José Sócrates anunciou “um cluster da mobilidade eléctrica”.
A realidade é outra, porém. Os carros eléctricos estão condenados ao fracasso enquanto não for encontrada solução científica para o obstáculo maior, que é a pouca autonomia das baterias e o custo elevado destas, a par de uma longevidade de apenas cinco anos. “O único paliativo real para os custos do petróleo são os híbridos, que conseguem aumentar a eficiência e reduzir o consumo”, defende Pinto de Sá.!
Em: http://www.ionline.pt/portugal/automove ... e-politica