EMPRESAS "DEVEM SER GESTORAS DA MOBILIDADE"
Enviado: 30 nov 2012, 23:13
EMPRESAS "DEVEM SER GESTORAS DA MOBILIDADE"
"Um especialista em mobilidade eléctrica defende que o desenvolvimento das cidades inteligentes passará pelo empenho das empresas e não apenas dos governos. Em entrevista ao Jornal de Negócios, Robert Stüssi, engenheiro suíço residente em Portugal, disse que o exemplo deve ser dado pelas empresas, que "deviam ser os gestores da mobilidade".
Para Robert Stüssi "a câmara municipal e o Estado não podem resolver o problema dos transportes sozinhos", e defende que "as empresas, cada vezes mais, devem intervir".
"Se [as empresas] oferecerem ajuda para o passe dos transportes públicos, se fizerem infra-estruturas para as bicicletas, se colocarem pontos de carregamento para carros eléctricos…Tudo isto pode ser rentável para uma empresa. Ou seja: ‘Tens um passe de transporte público, mas não tens lugar de estacionamento'. Isto pode ser mais barato para a empresa", acredita o engenheiro.
Na sua opinião, as empresas deviam começar a ser "um dos agentes de gestão da mobilidade", mas confessa que "explicar isto a um responsável da Coca-Cola ou da Jerónimo Martins não é muito fácil. Mas é uma questão fundamental para o transporte sustentável."
Segundo Stüssi, a questão da sustentabilidade "tem muito a ver com o mindset, ou seja, mudar a visão das pessoas" e dá o exemplo de câmaras municipais portuguesas que conseguiram "resolver bem o problema do transporte integrado. Bragança, Viana do Castelo, Viseu…", justificando que "nas pequenas cidades os políticos conhecem as empresas e as pessoas" e por isso, "é muito mais simples avançar com estas soluções".
A mobilidade eléctrica em Portugal
Para o especialista, a mobilidade eléctrica em Portugal é uma das soluções, e o programa MOBI.E é exemplo disso. "Nos anos 90 quem fez os primeiros carros eléctricos só pensou no carro e depois as pessoas tinham de se desenrascar. Não estavam a pensar na mobilidade geral. Depois o carro eléctrico morreu…Desta vez, várias coisas aconteceram. Muitas pessoas impulsionaram a infra-estrutura. É a primeira vez que os fabricantes de electricidade entram no jogo. É positivo termos pensado na infra-estrutura".
Contudo, Stüssi considera que há ainda uma questão crítica a tratar que é a quantidade dos postos. "Fomos conhecidos na Europa porque fomos o primeiro país com um sistema integrado e um cartão único, o que também é muito importante. Mas na quantidade exagerámos. Não vejo nenhuma razão porque dos 1.300 pontos existentes, metade foi para Lisboa, que e o sítio onde precisamos de menos pontos porque há transportes públicos", defende.
O uso de carros eléctricos por parte das empresas deve ser ampliado. "As frotas devem utilizar mais os carros eléctricos. As EDP, os Correios" e refere que em França tudo"começou com os correios e a EDF com o car sharing"."
Em: http://www.mobie.pt/newsdetail?newsid=78449
"Um especialista em mobilidade eléctrica defende que o desenvolvimento das cidades inteligentes passará pelo empenho das empresas e não apenas dos governos. Em entrevista ao Jornal de Negócios, Robert Stüssi, engenheiro suíço residente em Portugal, disse que o exemplo deve ser dado pelas empresas, que "deviam ser os gestores da mobilidade".
Para Robert Stüssi "a câmara municipal e o Estado não podem resolver o problema dos transportes sozinhos", e defende que "as empresas, cada vezes mais, devem intervir".
"Se [as empresas] oferecerem ajuda para o passe dos transportes públicos, se fizerem infra-estruturas para as bicicletas, se colocarem pontos de carregamento para carros eléctricos…Tudo isto pode ser rentável para uma empresa. Ou seja: ‘Tens um passe de transporte público, mas não tens lugar de estacionamento'. Isto pode ser mais barato para a empresa", acredita o engenheiro.
Na sua opinião, as empresas deviam começar a ser "um dos agentes de gestão da mobilidade", mas confessa que "explicar isto a um responsável da Coca-Cola ou da Jerónimo Martins não é muito fácil. Mas é uma questão fundamental para o transporte sustentável."
Segundo Stüssi, a questão da sustentabilidade "tem muito a ver com o mindset, ou seja, mudar a visão das pessoas" e dá o exemplo de câmaras municipais portuguesas que conseguiram "resolver bem o problema do transporte integrado. Bragança, Viana do Castelo, Viseu…", justificando que "nas pequenas cidades os políticos conhecem as empresas e as pessoas" e por isso, "é muito mais simples avançar com estas soluções".
A mobilidade eléctrica em Portugal
Para o especialista, a mobilidade eléctrica em Portugal é uma das soluções, e o programa MOBI.E é exemplo disso. "Nos anos 90 quem fez os primeiros carros eléctricos só pensou no carro e depois as pessoas tinham de se desenrascar. Não estavam a pensar na mobilidade geral. Depois o carro eléctrico morreu…Desta vez, várias coisas aconteceram. Muitas pessoas impulsionaram a infra-estrutura. É a primeira vez que os fabricantes de electricidade entram no jogo. É positivo termos pensado na infra-estrutura".
Contudo, Stüssi considera que há ainda uma questão crítica a tratar que é a quantidade dos postos. "Fomos conhecidos na Europa porque fomos o primeiro país com um sistema integrado e um cartão único, o que também é muito importante. Mas na quantidade exagerámos. Não vejo nenhuma razão porque dos 1.300 pontos existentes, metade foi para Lisboa, que e o sítio onde precisamos de menos pontos porque há transportes públicos", defende.
O uso de carros eléctricos por parte das empresas deve ser ampliado. "As frotas devem utilizar mais os carros eléctricos. As EDP, os Correios" e refere que em França tudo"começou com os correios e a EDF com o car sharing"."
Em: http://www.mobie.pt/newsdetail?newsid=78449