Artigo no Público sobre carros eléctricos
Enviado: 01 ago 2013, 20:56
Há por lá alguns comentários de "atrasados", já coloquei um post, participem:
http://www.publico.pt/economia/noticia/ ... 4#comments
***lmlr, tomei a liberdade de tornar mais visível o teu post e removi o que estava em duplicado...espero que não te importes***
Os carros eléctricos
[IMG]http://imagens2.publico.pt/imagens.aspx ... cropResize[/IMG]
"Em 1879, Thomas Edison construiu a primeira lâmpada convencional comercializável. Cerca de um ano e meio depois, Ayrton e Perry criam o primeiro carro eléctrico, três anos antes do primeiro automóvel a combustão interna. Hoje, 130 anos passaram e ainda falamos na indústria dos carros eléctricos com uma mão cheia de dúvidas. A questão é até quando!
Todos sabemos da dificuldade em começar um novo negócio. Muito mais complexo é lançar uma nova indústria baseada num produto cuja utilização altera a vida de meio mundo e belisca tantos interesses instalados. É o caso dos carros eléctricos. Haveria uma dificuldade evidente de “ameaça” à indústria dos petróleos, cuja retaliação se tornou visível no financiamento das campanhas para evitar uma rede pública de abastecimento dos carros eléctricos, mas este é só um exemplo. Ainda hoje, que tantas empresas já investiram nesta indústria, temos a dúvida se o futuro dos carros eléctricos passará pela massificação e substituição do tipo de automóveis que usamos hoje ou se se limitará à construção dos carritos que vemos nos campos de golf e pouco mais.
Na minha opinião é um processo irreversível, daqui a uma dúzia de anos 10% dos automóveis serão eléctricos, primeiro, caros, porque será moda, depois, económicos, por economia e necessidade! Para já temos os problemas típicos do arranque da indústria, por um lado a questão das infra-estruturas para o abastecimento e por outro o custo elevado dos carros.
Para que os carros eléctricos se tornem vulgares serão precisas três coisas: primeiro uma autonomia razoável, pelo menos à volta dos 500 ou 600 Km, segundo uma infra-estrutura que permita o carregamento rápido e por último um preço razoável. Parte disto até já temos mas precisaremos de uns dez anos para que as implícitas economias de escala permitam a venda destes carros a um preço verdadeiramente interessante.
Portugal beneficiou dum interesse político que saúdo em relação à questão das infra-estruturas para o carregamento dos carros eléctricos. Parece um pouco um investimento para ninguém, um pouco parecido com a construção de estradas onde quase não passam carros e que tantos euros nos levam. Admito que assim pareça mas o retorno a prazo é inevitável. Temos já disponível uma rede de postos de abastecimento para veículos eléctricos que permite o abastecimento dos carros mediante a utilização de um cartão de carregamento. A cobertura do país já é razoável mas claro que gostaríamos que fosse ainda melhor. É natural que tenha que existir uma componente política numa decisão de aumentar a cobertura da rede para o abastecimento dos carros eléctricos. Se é certo que não faz sentido investir na rede de abastecimento sem um número de carros que o justifique, também não será fácil surgirem interessados em comprar este tipo de carros sem um rede melhor que a actual.
A autonomia média dos carros eléctricos disponíveis no mercado ronda os 200 Km. Não parece assim tanto mas é mais que suficiente para a grande maioria dos automobilistas, que conduzem menos que 50 Km diários. Alguns fabricantes já anunciam autonomias que rondam os 500 Km diários, para além de um sistema mais eficiente de carregamento que permite “encher” metade da bateria em cerca de meia hora.
O preço é o maior entrave para a massificação deste tipo de automóveis. A tecnologia usada na construção das baterias é cara, em especial quando os fabricantes querem oferecer maiores autonomias. Os especialistas na indústria dizem que falta economia de escala para tornarem os carros eléctricos mais baratos, em especial mais baratos que os carros com motores de combustão. Estamos portanto na fase da pescadinha com rabo na boca, os carros são carros e por isso a procura é limitada, para se tornarem mais baratos era preciso que existisse um mercado maior, para existir um mercado maior era preciso que não fossem tão caros.
Claro que a racionalidade económica e ambiental não será o único factor de decisão para quem compra um carro novo. Já nos carros de combustão assistimos a muitos factores não económicos e mesmo não racionais que afectam as decisões de compra. Mas sem dúvida é uma questão de tempo. Os carros eléctricos estão aí, serão cada vez mais e, provavelmente, um dia, serão os únicos!"
http://www.publico.pt/economia/noticia/ ... 4#comments
***lmlr, tomei a liberdade de tornar mais visível o teu post e removi o que estava em duplicado...espero que não te importes***
Os carros eléctricos
[IMG]http://imagens2.publico.pt/imagens.aspx ... cropResize[/IMG]
"Em 1879, Thomas Edison construiu a primeira lâmpada convencional comercializável. Cerca de um ano e meio depois, Ayrton e Perry criam o primeiro carro eléctrico, três anos antes do primeiro automóvel a combustão interna. Hoje, 130 anos passaram e ainda falamos na indústria dos carros eléctricos com uma mão cheia de dúvidas. A questão é até quando!
Todos sabemos da dificuldade em começar um novo negócio. Muito mais complexo é lançar uma nova indústria baseada num produto cuja utilização altera a vida de meio mundo e belisca tantos interesses instalados. É o caso dos carros eléctricos. Haveria uma dificuldade evidente de “ameaça” à indústria dos petróleos, cuja retaliação se tornou visível no financiamento das campanhas para evitar uma rede pública de abastecimento dos carros eléctricos, mas este é só um exemplo. Ainda hoje, que tantas empresas já investiram nesta indústria, temos a dúvida se o futuro dos carros eléctricos passará pela massificação e substituição do tipo de automóveis que usamos hoje ou se se limitará à construção dos carritos que vemos nos campos de golf e pouco mais.
Na minha opinião é um processo irreversível, daqui a uma dúzia de anos 10% dos automóveis serão eléctricos, primeiro, caros, porque será moda, depois, económicos, por economia e necessidade! Para já temos os problemas típicos do arranque da indústria, por um lado a questão das infra-estruturas para o abastecimento e por outro o custo elevado dos carros.
Para que os carros eléctricos se tornem vulgares serão precisas três coisas: primeiro uma autonomia razoável, pelo menos à volta dos 500 ou 600 Km, segundo uma infra-estrutura que permita o carregamento rápido e por último um preço razoável. Parte disto até já temos mas precisaremos de uns dez anos para que as implícitas economias de escala permitam a venda destes carros a um preço verdadeiramente interessante.
Portugal beneficiou dum interesse político que saúdo em relação à questão das infra-estruturas para o carregamento dos carros eléctricos. Parece um pouco um investimento para ninguém, um pouco parecido com a construção de estradas onde quase não passam carros e que tantos euros nos levam. Admito que assim pareça mas o retorno a prazo é inevitável. Temos já disponível uma rede de postos de abastecimento para veículos eléctricos que permite o abastecimento dos carros mediante a utilização de um cartão de carregamento. A cobertura do país já é razoável mas claro que gostaríamos que fosse ainda melhor. É natural que tenha que existir uma componente política numa decisão de aumentar a cobertura da rede para o abastecimento dos carros eléctricos. Se é certo que não faz sentido investir na rede de abastecimento sem um número de carros que o justifique, também não será fácil surgirem interessados em comprar este tipo de carros sem um rede melhor que a actual.
A autonomia média dos carros eléctricos disponíveis no mercado ronda os 200 Km. Não parece assim tanto mas é mais que suficiente para a grande maioria dos automobilistas, que conduzem menos que 50 Km diários. Alguns fabricantes já anunciam autonomias que rondam os 500 Km diários, para além de um sistema mais eficiente de carregamento que permite “encher” metade da bateria em cerca de meia hora.
O preço é o maior entrave para a massificação deste tipo de automóveis. A tecnologia usada na construção das baterias é cara, em especial quando os fabricantes querem oferecer maiores autonomias. Os especialistas na indústria dizem que falta economia de escala para tornarem os carros eléctricos mais baratos, em especial mais baratos que os carros com motores de combustão. Estamos portanto na fase da pescadinha com rabo na boca, os carros são carros e por isso a procura é limitada, para se tornarem mais baratos era preciso que existisse um mercado maior, para existir um mercado maior era preciso que não fossem tão caros.
Claro que a racionalidade económica e ambiental não será o único factor de decisão para quem compra um carro novo. Já nos carros de combustão assistimos a muitos factores não económicos e mesmo não racionais que afectam as decisões de compra. Mas sem dúvida é uma questão de tempo. Os carros eléctricos estão aí, serão cada vez mais e, provavelmente, um dia, serão os únicos!"