Ford Focus Electric Titanium: Borboletas
Enviado: 02 abr 2014, 17:14
Há uns que preferem pinheiros, outros gostam mais de outro tipo de desenhos, a Ford prefere... borboletas! Este é, pelo menos, um dos aspectos de maior simbolismo no novo Ford Electric, a primeira "aventura" da marca da oval no domínio dos automóveis exclusivamente eléctricos. Proposta em que, embora mantendo muito dos argumentos já conhecidos da popular família Focus, é apenas de lamentar que, em termos de autonomia, seja um pouco como as borboletas - de vida curta...
Até aqui de fora de um campeonato que tem cada vez maior número de participantes, a Ford chegou à conclusão de que não era possível esperar mais e, mesmo não pretendendo aventurar-se na construção de um automóvel de eléctrico de raiz, pegou no seu modelo mais emblemático - e, quiçá, competente! - e electrificou-o!

Conhecido até aqui apenas com motores a diesel e gasolina, o Ford Focus disse assim adeus às emissões de CO2 e às sempre custosas (especialmente, para a carteira!) passagens pelos postos de abastecimento, e tornou-se cliente assíduo dos pontos públicos de carregamento Mobi.E e das vulgares tomadas residenciais, graças a troca dos motores de combustão por um propulsor alimentado exclusivamente a energia eléctrica, armazenada em (volumosas) baterias de iões de lítio colocadas na bagageira.
Com claros ganhos, em particular, nos gastos de utilização, com um reabastecimento completo realizado à noite, numa residência com contrato de tarifa bi-horária, a rondar os 2 euros (sendo que, num dos postos públicos, o carregamento sai ainda mais barato, uma vez, pelo menos para já, os utilizadores de carros eléctricos continuam a não pagar nada pela energia…), as reticências relativamente a esta opção começam, no entanto, por surgir mesmo ainda antes de colocar o automóvel em funcionamento, assim que nos dirigimos à bagageira. Onde, após abrir o portão, rapidamente constatamos que o espaço destinado às bagagens foi substancialmente reduzido para 237 litros (contra os 363 litros das versões com motores de combustão… e kit anti-furos), além de praticamente anulado na funcionalidade proporcionada à partida pela possibilidade de rebatimento 60/40 dos bancos traseiros, devido a um enorme "caixote" praticamente até à chapeleira, onde ficam alojadas as baterias. Tornando assim o espaço disponível um autêntico alçapão (mesmo com a suposta "tampa" que a nossa unidade não possuía), no fundo o qual está um segundo alçapão, fechado... para colocação dos cabos utilizados no carregamento!
Mas se a bagageira poderá ser encarada como limitadora de viagens mais longas, importa acrescentar que o espaço está, na verdade, em consonância com o espírito da proposta. Na realidade, diferente daquele que está na base dos irmãos mais poluentes…

Tudo isto porque, ao contrário do que acontece com as versões de alto fôlego... a gasolina e diesel, que têm ajudado a fazer o nome do Focus, a proposta eléctrica apresenta-se como um puro e inquestionável citadino (isto apesar das dimensões exteriores…), com desempenho e actuação mais vocacionada para as grandes urbes onde (supostamente) os postos de carregamento são em maior número, permitindo mesmo desvalorizar aquela que é a sua maior limitação: uma autonomia que não ultrapassa os 140 quilómetros, sensivelmente, e isto se estivermos na disposição de abdicarmos do conforto proporcionado por equipamentos como o ar condicionado automático. Já que, ligá-lo, significa uma "perda" de cerca de 5 km na autonomia existente... com a reserva a surgir aos 16 quilómetros de autonomia.
Por outro lado, o Focus Electric acaba igualmente penalizado quando resolvemos parar numa estação de serviço com equipamento de carga rápida para, aproveitando uma paragem de pouco menos de meia-hora, repor até 80% do nível da bateria, pois, ao contrário da maioria das propostas eléctricas de origem, o carro norte-americano não prevê tal possibilidade. Mas apenas e só o recarregamento a “velocidade normal”, seja em posto público ou na tomada lá de casa, onde tudo depende da amperagem do sistema: cerca de 11 horas numa vulgar tomada de 10 Amperes; sete horas numa ligação de 16 Amperes; ou apenas quatro horas numa bem mais escassa tomada de 32 Amperes.
De resto, igualmente culpado de tão baixa autonomia, nomeadamente, quando comparado com outras propostas plug-in já existentes no mercado, mas eléctricas de raiz, é o motor escolhido pela marca da oval para impulsionar este Focus e que é simplesmente uma das unidades mais potentes de entre todos os actuais veículos eléctricos - acoplado a simples "caixa de velocidades" de apenas duas relações (para a frente, para trás, além dos “obrigatórios” Neutro e Parque), o motor eléctrico de 350 Amperes do modelo norte-americano debita 142 cv de potência, a par de um binário máximo de 250 Nm logo a partir do arranque, valores com os quais anuncia uma passagem dos 0 aos 100 km/h em 11,4 segundos, para uma velocidade máxima de... apenas 135 km/h?! Isso mesmo – é que o Focus Electric é também mais pesado (1.644 kg é o valor anunciado), inclusivamente, do que os irmãos com motores de combustão!

Contudo e apesar da dura realidade dos números, importa referir igualmente que, numa utilização no dia-a-dia, tais possíveis desvantagens pouco se notam, com o Focus Electric a aproveitar não só a potência do propulsor como a mais-valia oferecida pela plataforma que lhe serve de base. Capaz de oferecer um comportamento convincente, estável, seguro, baseado não só num pisar firme, mas também na incontornável capacidade de aceleração desde o primeiro que marca todos os eléctricos. E a que o modelo norte-americano junta uma direcção correcta, valorizada por um volante regulável em altura e profundidade e de óptima pega, além de um sistema de travagem igualmente convincente, eficaz... mas também com um travão de estacionamento não electromecânico, como em muitos dos supostos rivais, mas apenas mecânico e tradicional.
Aliás, numa proposta que não fica a dever nada aos irmãos em termos de ergonomia (óptima posição de condução, mercê também de um banco com regulação em altura, isto num habitáculo onde só a consola com demasiados e pequenos botões causa alguns “engulhos”) e habitabilidade (capaz mesmo para cinco ocupantes), mas também com um preço igualmente… “generoso” (40.075€), o equipamento surge igualmente como mais um argumento a ter conta, até pelo facto da proposta estar disponível apenas na versão mais valorizada, Titanium. Contando, por isso, de série, no exterior, com jantes em liga leve de 17", retrovisores exteriores eléctricos e aquecidos, faróis e limpa pára-brisas automáticos, LEDs nas luzes traseiras e spoiler traseiro, além de elementos específicos, como é o caso da grelha frontal exclusiva BEV, a tomada de recarga com indicador de carregamento em LEDs e o badge Electric.
Já no interior, destaque, além de um painel de instrumentos específico onde entre outras informações é possível ir coleccionando as tais borboletas (quanto mais ecológica for a condução, maior número de borboletas que vamos reunindo...), para o ar condicionado automático com controlo electrónico de temperatura duplo, sistema de chave inteligente, sistema de navegação com equipamento de CD Sony, o excelente SYNC II e câmara de visão traseira, ecrã táctil de 5", controlo automático de velocidade, luzes ambiente em LED, vidros eléctricos à frente e atrás, retrovisor interior electrocromático, SmartGauge com EcoGuide (inclui dois displays TFT), centro de mensagens BEV e computador de bordo.

Finalmente, no capítulo da segurança e mecânica, ABS com Controlo de Tracção (TCS), ESP e Assistência em Subidas (HLA), airbags frontais, laterais e de cortina à frente e atrás, travões regenerativos, sistema de monotorização dos pneus, trancagem eléctrica das portas das crianças, kit de reparação de pneus, sem esquecer os não menos importantes 5 anos de garantia de fábrica, com quilometragem ilimitada.
Opcional, só mesmo a pintura metalizada (415 euros), os vidros escurecidos (120 euros) e o sistema auxiliar de estacionamento atrás (200 euros)… mas não - felizmente! - as borboletas!...

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=694251
Até aqui de fora de um campeonato que tem cada vez maior número de participantes, a Ford chegou à conclusão de que não era possível esperar mais e, mesmo não pretendendo aventurar-se na construção de um automóvel de eléctrico de raiz, pegou no seu modelo mais emblemático - e, quiçá, competente! - e electrificou-o!

Conhecido até aqui apenas com motores a diesel e gasolina, o Ford Focus disse assim adeus às emissões de CO2 e às sempre custosas (especialmente, para a carteira!) passagens pelos postos de abastecimento, e tornou-se cliente assíduo dos pontos públicos de carregamento Mobi.E e das vulgares tomadas residenciais, graças a troca dos motores de combustão por um propulsor alimentado exclusivamente a energia eléctrica, armazenada em (volumosas) baterias de iões de lítio colocadas na bagageira.
Com claros ganhos, em particular, nos gastos de utilização, com um reabastecimento completo realizado à noite, numa residência com contrato de tarifa bi-horária, a rondar os 2 euros (sendo que, num dos postos públicos, o carregamento sai ainda mais barato, uma vez, pelo menos para já, os utilizadores de carros eléctricos continuam a não pagar nada pela energia…), as reticências relativamente a esta opção começam, no entanto, por surgir mesmo ainda antes de colocar o automóvel em funcionamento, assim que nos dirigimos à bagageira. Onde, após abrir o portão, rapidamente constatamos que o espaço destinado às bagagens foi substancialmente reduzido para 237 litros (contra os 363 litros das versões com motores de combustão… e kit anti-furos), além de praticamente anulado na funcionalidade proporcionada à partida pela possibilidade de rebatimento 60/40 dos bancos traseiros, devido a um enorme "caixote" praticamente até à chapeleira, onde ficam alojadas as baterias. Tornando assim o espaço disponível um autêntico alçapão (mesmo com a suposta "tampa" que a nossa unidade não possuía), no fundo o qual está um segundo alçapão, fechado... para colocação dos cabos utilizados no carregamento!
Mas se a bagageira poderá ser encarada como limitadora de viagens mais longas, importa acrescentar que o espaço está, na verdade, em consonância com o espírito da proposta. Na realidade, diferente daquele que está na base dos irmãos mais poluentes…

Tudo isto porque, ao contrário do que acontece com as versões de alto fôlego... a gasolina e diesel, que têm ajudado a fazer o nome do Focus, a proposta eléctrica apresenta-se como um puro e inquestionável citadino (isto apesar das dimensões exteriores…), com desempenho e actuação mais vocacionada para as grandes urbes onde (supostamente) os postos de carregamento são em maior número, permitindo mesmo desvalorizar aquela que é a sua maior limitação: uma autonomia que não ultrapassa os 140 quilómetros, sensivelmente, e isto se estivermos na disposição de abdicarmos do conforto proporcionado por equipamentos como o ar condicionado automático. Já que, ligá-lo, significa uma "perda" de cerca de 5 km na autonomia existente... com a reserva a surgir aos 16 quilómetros de autonomia.
Por outro lado, o Focus Electric acaba igualmente penalizado quando resolvemos parar numa estação de serviço com equipamento de carga rápida para, aproveitando uma paragem de pouco menos de meia-hora, repor até 80% do nível da bateria, pois, ao contrário da maioria das propostas eléctricas de origem, o carro norte-americano não prevê tal possibilidade. Mas apenas e só o recarregamento a “velocidade normal”, seja em posto público ou na tomada lá de casa, onde tudo depende da amperagem do sistema: cerca de 11 horas numa vulgar tomada de 10 Amperes; sete horas numa ligação de 16 Amperes; ou apenas quatro horas numa bem mais escassa tomada de 32 Amperes.
De resto, igualmente culpado de tão baixa autonomia, nomeadamente, quando comparado com outras propostas plug-in já existentes no mercado, mas eléctricas de raiz, é o motor escolhido pela marca da oval para impulsionar este Focus e que é simplesmente uma das unidades mais potentes de entre todos os actuais veículos eléctricos - acoplado a simples "caixa de velocidades" de apenas duas relações (para a frente, para trás, além dos “obrigatórios” Neutro e Parque), o motor eléctrico de 350 Amperes do modelo norte-americano debita 142 cv de potência, a par de um binário máximo de 250 Nm logo a partir do arranque, valores com os quais anuncia uma passagem dos 0 aos 100 km/h em 11,4 segundos, para uma velocidade máxima de... apenas 135 km/h?! Isso mesmo – é que o Focus Electric é também mais pesado (1.644 kg é o valor anunciado), inclusivamente, do que os irmãos com motores de combustão!

Contudo e apesar da dura realidade dos números, importa referir igualmente que, numa utilização no dia-a-dia, tais possíveis desvantagens pouco se notam, com o Focus Electric a aproveitar não só a potência do propulsor como a mais-valia oferecida pela plataforma que lhe serve de base. Capaz de oferecer um comportamento convincente, estável, seguro, baseado não só num pisar firme, mas também na incontornável capacidade de aceleração desde o primeiro que marca todos os eléctricos. E a que o modelo norte-americano junta uma direcção correcta, valorizada por um volante regulável em altura e profundidade e de óptima pega, além de um sistema de travagem igualmente convincente, eficaz... mas também com um travão de estacionamento não electromecânico, como em muitos dos supostos rivais, mas apenas mecânico e tradicional.
Aliás, numa proposta que não fica a dever nada aos irmãos em termos de ergonomia (óptima posição de condução, mercê também de um banco com regulação em altura, isto num habitáculo onde só a consola com demasiados e pequenos botões causa alguns “engulhos”) e habitabilidade (capaz mesmo para cinco ocupantes), mas também com um preço igualmente… “generoso” (40.075€), o equipamento surge igualmente como mais um argumento a ter conta, até pelo facto da proposta estar disponível apenas na versão mais valorizada, Titanium. Contando, por isso, de série, no exterior, com jantes em liga leve de 17", retrovisores exteriores eléctricos e aquecidos, faróis e limpa pára-brisas automáticos, LEDs nas luzes traseiras e spoiler traseiro, além de elementos específicos, como é o caso da grelha frontal exclusiva BEV, a tomada de recarga com indicador de carregamento em LEDs e o badge Electric.
Já no interior, destaque, além de um painel de instrumentos específico onde entre outras informações é possível ir coleccionando as tais borboletas (quanto mais ecológica for a condução, maior número de borboletas que vamos reunindo...), para o ar condicionado automático com controlo electrónico de temperatura duplo, sistema de chave inteligente, sistema de navegação com equipamento de CD Sony, o excelente SYNC II e câmara de visão traseira, ecrã táctil de 5", controlo automático de velocidade, luzes ambiente em LED, vidros eléctricos à frente e atrás, retrovisor interior electrocromático, SmartGauge com EcoGuide (inclui dois displays TFT), centro de mensagens BEV e computador de bordo.

Finalmente, no capítulo da segurança e mecânica, ABS com Controlo de Tracção (TCS), ESP e Assistência em Subidas (HLA), airbags frontais, laterais e de cortina à frente e atrás, travões regenerativos, sistema de monotorização dos pneus, trancagem eléctrica das portas das crianças, kit de reparação de pneus, sem esquecer os não menos importantes 5 anos de garantia de fábrica, com quilometragem ilimitada.
Opcional, só mesmo a pintura metalizada (415 euros), os vidros escurecidos (120 euros) e o sistema auxiliar de estacionamento atrás (200 euros)… mas não - felizmente! - as borboletas!...

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=694251