Decorrida que está a primeira semana como condutor de um elétrico, inicio desta forma aqui o tópico para ir dando conta da experiência, das dúvidas, das dicas (quando as tiver, para já serão só dúvidas

Como fui dando conta no tópico que criei há pouco mais de 2 meses, quando me decidi a comprar um carro elétrico para substituir o meu anterior carro a gasóleo, a opção final acabou por residir num i3. Houve vários fatores mas sem dúvida que o mais importante, para não dizer mesmo que foi o decisivo, foi a limitação de acesso ao meu lugar de parqueamento que por se localizar no piso -2 do meu prédio tem um acesso mesmo muito complicado.
Com o Ioniq foi quase virtualmente impossível lá chegar (estive a um 'niquinho' de ter um contacto imediato com uma parede, mesmo com o vendedor que providenciou o test-drive a ajudar na manobra - até tive que recolher o espelho retrovisor do lado do pendura

De maneiras que, apesar de ultrapassar um pouco o orçamento que tinha estipulado para este negócio, lá acabei por me decidir por um i3 usado (já com as novas baterias de 120ah).
Antes de comprá-lo pedi ao vendedor para fazer aquela ação que permite ver o estado atual da bateria e o resultado pareceu satisfatório, até por aquilo que alguns de vós foram dizendo no tal tópico supracitado, uma vez que deu um valor de 39Kw.
Antes de seguir com o texto, seguem umas fotos do carro depois de uma lavagem rápida uma vez que ele já estava muito sujo devido a ter ido a uma praia fluvial e ter passado por um caminho de terra batida para lá chegar




Uma vez que agora não estou com muito tempo e o post já vai longo vou apenas dizer que até agora a experiência está a ser..... FAN-TÁS-TI-CA !!!
(afinal vou continuar o post eh eh eh)
Que carro espetacular de se conduzir, só vos digo. Admito que seja assim com vários dos outros elétricos mas só posso falar deste uma vez que dos outros apenas tive experiências curtas. A ausência de barulho e, sobretudo (!!!), a resposta do acelerador e do travão a qualquer movimento que eu faça com o pé é qualquer coisa de fabulosa. Comparo isto à condução dos carrinhos de choque, no sentido em que a movimentação do veículo é sempre contínua, não há cá solavancos ou mudanças a entrar.
Esta era uma situação que me lembro de observar sempre que andei num carro não elétrico com mudanças automáticas (estando eu no lugar do pendura, uma vez que nunca conduzi um), já que tanto a aceleração como a desaceleração não evitavam a noção de que apesar de não ter sido colocada uma mudança de forma manual ela tinha de facto existido e era notória.
Com este e com os elétricos em geral, acredito, é tudo muito suave. Só me apetece ir a sitíos agora




Se tiver que dar para já uma nota menos positiva é ao consumo. Como acho que disse por aqui, fui levantar o carro na semana passada (terça-feira) e logo na quinta tinha uma viagem para fazer, ia passar dois dias à zona da Sertã (não tive nada a ver com os incêndios posteriores!!!).
Como o percurso era em boa parte constituído por auto-estrada (saí de Loures) já sabia que o consumo se ia ressentir, o que adicionado à minha completa inexperiência de condução de carros elétricos me fez estar constantemente a olhar para os consumos para os ir controlando. A distância que o GPS me apresentava era cerca de 170 kms o que à partida não iria levantar problemas mas depois, logo a seguir à Sertã ainda tinha de ir a Cernache de Bonjardim e regressar ao fim da noite à Sertã, onde iria pernoitar numa casa com garagem onde poderia carregar o carro.
A viagem para lá fi-la com cruise control a 115 kms/h e cheguei ao sítio com cerca de 40/45 kms de autonomia por gastar. Aproveitei uns minutos na casa para fazer um pequeno carregamento de sensivelmente 30 minutos e o resto do dia não tive quaisquer problemas.
À noite apercebemos-nos que por a potência contratada da casa ser apenas 2 e qualquer coisa, bastava ligar aquele eletrodoméstico para aquecer a água e se tivesse o carro a carregar, o quadro ia à vida. Por isso e porque o carregamento por tomada é realmente muito lento, cheguei ao outro dia com uma autonomia de perto de 80 e tal %. Ainda dei umas voltas por lá e fui carregando sempre que podia mas a verdade é que quando iniciei a viagem para baixo não tinha mais que 80 e picos % de carga.
Baixei o cc para 110 kms/h e fui acompanhando a estimativa que o computador de bordo me dava para garantir que chegava a casa (em último recurso podia parar numa estação de serviço, usando um cartão que o vendedor me tinha emprestado). Quando estava a chegar a Lisboa fiz um erro crasso (!!). Decidi que apesar de ser muito 'à pele', ainda dava para passar em Massamá primeiro e só depois ir para Loures. E, mais estúpido ainda, decidi ir pela CREL.
Conclusão, cheguei a Massamá com 2,5% de bateria!! Impossibilitado de chegar a Loures (são cerca de 20 kms), lá estive das 23h30 até às 00h40 a carregar o carro em Massamá, iniciando depois o regresso a Loures.
Acho que cometi outro erro, aliás, acho não, tenho a certeza! que foi o de pensar que a 'soflagem' não gastava muita bateria, que isso estava limitado ao ar condicionado. Já vi entretanto que não é assim e fiz parte da viagem com ela ligada.
Portanto ali para a parte final desta 'aventura' os níveis de stresse bateram ferros, nomeadamente quando estava na CREL. Aí baixei a velocidade para 80 kms/h.
Já tenho entretanto o cartão da Evaz pelo que não voltarei a meter-me em tamanhos apuros.
Entretanto tenho estado a fazer o percurso normal, casa-metro-casa e portanto não tenho posto o carro à carga todos os dias. Neste momento está com 64% e apresenta cerca de 170 kms de autonomia. A acreditar na app 'BMW Connected' o último carregamento foi há 98 kms. É fazer as contas
