Mensagem
por BrunoAlves » 14 mar 2020, 00:10
O LS reporta e mostra o que o controlador da bateria, o BMS, mostra.
O "problema", no Leaf pelo menos (nos outros provavelmente não há tanta amostra e/ou tempo de análise), é que o BMS tende a subestimar o SOH da bateria, quando esta não é exercitada o suficiente (o que quer que isto queira dizer...).
Suponhamos:
- Leaf de 24kWh
- capacidade útil em novo: 22kWh
- energia sacada da tomada a 16A: 25kWh.
Então:
- 22kWh é a energia que o BMS considera para um SOH de 100% quando novo
- 25kWh é o que gastamos da tomada para carregar esses 22kWh. Isso implicará uma eficiência de carregamento de 88%
Passado um ano, o carro percorreu uns milhares de km, carregou uns milhares de kWh, mas o BMS não tem como saber a capacidade real, remanescente, da bateria. Estima essa capacidade, de acordo com um algoritmo qualquer (que agora todos acreditamos ser manifestamente conservador).
Então, passado um ano o LS mostra 85% de SOH. Pelo tal algoritmo, a bateria terá perdido 15% de capacidade útil, logo terá apenas 18,7kWh úteis disponíveis. Pela mesma ordem de ideias, mantendo a eficiência de 88% no carregamento, apenas devias puxar da tomada, nas mesmas condições, 21,25kWh.
Mas vais fazer o teste da tomada e consegues puxar 23kWh, o que daria um SOH real de 92% em vez de 85%.
Porquê?
Porque o SOH do carro depende do algoritmo que determina a degradação. O real depende da capacidade de as células receberem e libertarem energia.
Se descarregares a bateria até ao seu limite mínimo (no caso do mk1, a célula mais descarregada nos 3V) e imediatamente colocares à carga até à bateria chegar ao seu limite máximo (a célula mais carregada nos 4,1V), a energia que sai da tomada, tendo em relação a medida em novo, dará a capacidade real remanescente da bateria, quanta energia lá cabe dentro em relação a novo.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber,
chamem-me!!!
