LFN Escreveu: ↑14 mar 2021, 01:29
Tem feito um excelente trabalho a descomplicar um modelo complexo. Não admira que o elogie, se o modelo fosse bom à partida não era preciso a Miio...
Agora uma coisa que não consegue resolver são as relações de força CEME-OPC, que são o coração do modelo. Quem investe em postos e corre os riscos todos, enquanto os CEME têm a sua renda garantida e nem precisam de se esforçar para ganhar o mercado de carregamento? Quem investe em postos e corre os riscos todos, para um tempo depois a GALP, EDP e quejandos abrirem postos ao lado e até estarem por uns bons tempos sem cobrar a tarifa de OPC só para minarem a concorrência?
Porque hei-de pagar a energia a 0.22€/kWh ao CEME, quando o OPC podia contratar essa energia a metade do preço, e refletir parte dessa vantagem no consumidor?
Isto são os problemas que a Miio não resolve. No entanto, muito grato pelos que consegue resolver, assim já não estamos no inferno, apenas no purgatório.
Concordo, esse é o meu ponto de vista.
Neste momento acho impossivel esperar muito melhor, com este modelo não há uma politica de preços, há uma politica de 2 preços!
Nesta fase ainda é uma "maravilha" para o CEME e OPC porque a rede é escassa e cada um define o seu preço a seu belo prazer e até se dão ao luxo de mudar preços de kWh (com os quais ganharam um concurso publico) para min passado um par de meses!
Acho que assim que a concorrência apertar, os OPC vão acordar para a realidade e começar a perceber que a procura é pouca porque os preços são elevados e que pelo facto de não terem a possibilidade de comprar a energia é um grande handicap.
Já sabemos que não somos os piores da Europa em termos de preços, mas isso não justifica que não se possa pensar que se poderia estar muito melhor e que com o actual modelo, nunca poderemos aspirar a ter preços como vemos em Espanha com a easycharger.
Independentemente de todo o mérito da miio, que torna a experiência dos utilizadores mais fácil (não concordo que torna a situação menos miseravel, porque a rede é o que é), o facto de ser CEME só demostra que o "modelo" não previligia quem é realmente importante para a ME, os OPC e está completamente invertido.
Quem efectivamente investe na rede terá de ganhar dinheiro com parte da receita da utilização dos postos e eventuais parcerias com as empresas onde os postos são instalados.
Não tendo controlo sobre a componente energia perde a possibilidade de realizar campanhas de desconto, que cada vez serão mais comuns e pior ainda do que não ter essa possibilidade, é poder perder clientes por essa via.