Diário de bordo - Malm

[Malm]

A verdade é que todos os dias aprendemos, mas partilhar o conhecimento é muito melhor

Partilhar conhecimento é a minha profissão, faço-o quase instintivamente. O que me dá mais gozo é aprender, não coisas evidentes, como que o fumo libertado pelos carros provoca ao cancro, mas coisas que jamais me passariam pela cabeça. E se for eu a descobri-las, é uma injeção de realização pessoal. A descoberta do truque malmonástico é, mais do que partilhar conhecimento, construí-lo. É outro patamar. Nasce da observação atenta e persistente, da interrogação sobre o que se está a passar e da descoberta do padrão. Ninguém antes (que eu tenha conhecimento) tinha referido que deixar o carro em repouso um certo tempo depois de um carregamento completo (ou quase), ia provocar um acréscimo significativo (mas ilusório) do RR. Já a poupança em B em circunstâncias de pouca exigência de energia foi compreender o que alguém estava a transmitir e tentar replicar. Também foi aprender mas à que dar os créditos a quem os merece - parabéns tomrh. Eu apenas confirmei os factos que o homem constatou, quando ninguém estava a verificar a veracidade das suas descobertas (a maioria dos membros são do norte da América, e nos i-MiEV da outra banda do Atlântico isto não se verifica). Por acaso também me deu bastante gozo e realização pessoal (ajudar alguém isolado que está com a razão contra meio mundo), porque o homem estava para ali a reclamar uma descoberta e todos a dizer olha que não, isso é impossível, e eu ponho lá os gráficos e o discurso passa a ser, os i-MiEV europeus têm esta capacidade. Não fosse eu a replicar e a mostrar os gráficos e o homem ainda não tinha convencido ninguém, continuava lá a colocar "post" após "post" a sua opinião e os outros a demonstrar-lhe por A + B que isso é impossível. Pena que eu não fosse vivo quando Alfred Wegener imaginou um único supercontinente há 250 M.a., que eu ajudava o homem a demonstrar as suas ideias e ele tinha tido o devido reconhecimento antes de morrer.

E pronto, está criada mais uma estória malmonástica, em que se tentam encontrar pontos comuns entre o que eu vivencio todos os dias com o meu i-MiEV e a forma como se constrói o conhecimento científico.

[Malm]

Mjr, o que verifico, factos são factos, é que indo a 80 km/h, velocidade estável, no plano, mantendo a pressão constante no acelerador, quando mudo do modo D para o B, a velocidade mantêm-se constante - NÃO desacelera rigorosamente nada, mas o consumo diminui. Só não tenho aqui uns gráficos do canion a demonstrá-lo porque não tenho aqui perto retas suficientemente longas no plano para poder fazer uns 2 ou 3 km sem alterações de velocidade com a pressão no acelerador constante. Eu conheço como ninguém o comportamento de um i-MiEV, não preciso de olhar para o mostrador para saber quanto estou a gastar, o meu cérebro sabe interpretar as forças a que o meu corpo está sujeito quando o carro acelera ou desacelera, e estou plenamente convencido que nada muda a não ser o consumo. Admito, no entanto, que venha a ocorrer uma perda de velocidade ao fim de algum tempo (que não verifiquei, mas tem lógica), mas em termos práticos o ganho é claro e significativo.

Lembram-se quando eu escrevi aqui "prática é quando funciona e ninguém sabe porquê" - acho que está aqui um bom exemplo.

[Orlando]

A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda. (Confúcio)

[Malm]

A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda. (Confúcio)

Sim, embora seja muito mais fácil levantarmo-nos quando temos ao nosso lado quem nos dê a mão nesse momento (é aí que aprendemos o verdadeiro significado da palavra amizade).

[mjr]

Mjr, o que verifico, factos são factos, é que indo a 80 km/h, velocidade estável, no plano, mantendo a pressão constante no acelerador, quando mudo do modo D para o B, a velocidade mantêm-se constante - NÃO desacelera rigorosamente nada, mas o consumo diminui. Só não tenho aqui uns gráficos do canion a demonstrá-lo porque não tenho aqui perto retas suficientemente longas no plano para poder fazer uns 2 ou 3 km sem alterações de velocidade com a pressão no acelerador constante. Eu conheço como ninguém o comportamento de um i-MiEV, não preciso de olhar para o mostrador para saber quanto estou a gastar, o meu cérebro sabe interpretar as forças a que o meu corpo está sujeito quando o carro acelera ou desacelera, e estou plenamente convencido que nada muda a não ser o consumo. Admito, no entanto, que venha a ocorrer uma perda de velocidade ao fim de algum tempo (que não verifiquei, mas tem lógica), mas em termos práticos o ganho é claro e significativo.

Lembram-se quando eu escrevi aqui "prática é quando funciona e ninguém sabe porquê" - acho que está aqui um bom exemplo.

Como em tudo na vida, na física também não há almoços grátis. Se a potência gerada for a mesma, mas a potência gasta for menor é porque há alguma carga que é desligada ao colocar no modo B. Climatização do habitáculo?

Tens de investigar mais para onde vai a energia. Não acredito que em modo D esteja a ser dissipada em calor inútil, era uma grande falha de projeto.

[Malm]

Nisso dos almoços grátis tens razão, a sorte de uns é sempre o azar dos outros.

[lmlr]

Por falar em almoços, quando combinamos um?

[Malm]

This is the Mitsubishi i-MiEV.
It's not a hybrid.
It has no internal combustion engine what so ever,
and you fuel it simply by plugging it in normal household power supply.
It is genious.



E depois sai-se com uma destas:
"It´s not bad on the school run too, because you can cautiously assassin kids that you don't like. They won't ear it coming." Não sei se estão a perceber o sentido total que estas palavras têm para mim. Desde o vídeo da viagem ao Luso do Bruno Aleixo e do Renato que não via no youtube algo tão Malmautobiográfico: "Correção, filmar as coisas, encher os garrafões e vir embora, e tu vais ajudar-me a acartar os garrafões meu calão. Não penses que é só filmar e ver os outros trabalhar."

[Malm]

Mais 200 km, Tábua-Figueira-Tábua, carregamento no Fozplaza, onde encontrei por acaso o Alcino, que conheci no convívio da barragem da Aguieira acompanhado da sua respetiva mota elétrica. Foi mais de uma hora de conversa e o tempo sempre passou mais depressa. Mais uns ensaios e mais uns dados. Parece que para o truque malmonástico funcionar é preciso carregar até ele parar o processo (95,5% de SoC), desconectar a pistola do carregamento, deixá-lo estar quieto um certo tempo e depois "pô-lo a trabalhar". Hoje não o tirei da garagem (preguiça) e ele ficou lá com a pistola inserida até à hora da saída (apesar do carregamento ter terminado há três horas) e manteve o SOC a 95,5%. A primeira barra desapareceu num instante mas depois também não me andaram a desaparecer barras como que por magia. Começo a chegar à conclusão que a mudança de C para B, com descida do consumo mas manutenção da velocidade (mantendo a pressão no pedal do acelerador constante) também é outra ilusão...

Os factos são: vou a 76 km/h, em D, velocidade constante, mudo para B e o ponteiro vermelho aproxima-se claramente do o da palavra Evo, estamos de facto a reduzir o consumo e a velocidade mantém-se a 76 km/h por uns fantásticos 5 segundos, altura em que volto a colocar em D. O acelerador esteve sempre na mesma posição. Para mim há uma explicação muito simples - inércia.

[Malm]

Por falar em almoços, quando combinamos um?

Aproveitando a deixa, que teve desenvolvimento em mensagens privadas, e que tal juntar a quadra nmh, malm, lmlr e vidigueira num encontro em Aveiro? Juntavamos-nos aos da Magnum Cap em Aveiro e tirávamos uma fotografia de 7 juntos.