Autonomia real do leaf

[mjr]

Infelizmente o problema nem tem a ver completamente com as marcas. O problema é que a norma europeia que avalia o consumo de combustível é extremamente benevolente. É por isso que nenhum CI consegue atingir em condições reais os consumos anunciados pelas marcas. O mesmo acontece com os elétricos, mas neste caso onde se nota mais é na autonomia. O ciclo dos EUA é bastante mais completo e indicador da autonomia real dos carros. Nesse ciclo o Leaf de 2011 tinha entre 110 e 120km de autonomia.

No Japão o problema é ainda pior pois o ciclo consegue ser mais lento do que o Europeu e por isso o Leaf no Japão é anunciado com mais de 200km de autonomia! Bem, já houve um proprietário de um Leaf que conseguiu quase 300km (!), claro que demorou 10 horas para o fazer a uma velocidade média de 30km/h...

[hsanchez]

Tenho o meu Leaf desde Novembro de 2011 e estou plenamente satisfeito, mesmo quanto à autonomia não houve surpresas.

Adoptei para mim, após várias pesquisas e consultas na net e muito especialmente neste forum, que uma autonomia aceitável seriam os 140 km com uma condução suave, apropriada a um veículo eléctrico e nunca me senti defraudado, antes pelo contrário sempre superou as minhas expectativas. Já atingi os 163 km reais de autonomia só com um carregamento.

Esta condução suave para mim representa usar mais as estradas nacionais e menos as auto-estradas, desfrutar do meu carro como um meio de transporte ecológico, sustentável e amigo do ambiente, desfrutar da paisagem, do interior do país, fazer baixar os meus níveis de stress e de irritabilidade.

Missão cumprida, plenamente satisfeito!

Saudações Eléctricas,

hsanchez

[mjr]

Há também uma questão importante a ter em conta. A autonomia anunciada é até ao carro deixar de conseguir acompanhar o ciclo de testes, o que no caso do Leaf acontece quando aparece a tartaruga. Se uma pessoa assumir que o máximo que se sente confortável é o aviso de bateria fraca então está a perder quase 20% da autonomia do carro. Como já disse no meu DB, é possível fazer 30km de condução suave após o aviso de bateria fraca. Aqui o problema passa a ser de instrumentação, que no caso do Leaf coloca grande pressão para o condutor carregar o carro ao subestimar a autonomia restante quando aparece o aviso de bateria fraca, e a esconder do condutor a carga disponível após o aviso de bateria muito fraca.

[Malm]

Percebo perfeitamente o seu descontentamento vitorcoias. Na verdade, as marcas deveriam, neste caso específico, ter esclarecido melhor os clientes das reais capacidades do carro. No meu caso, eu sabia muito bem o que estava a comprar e sabia que podia contar com o meu i-MiEV para 80 km. Percebi desde o início que os 150 km anunciados eram apenas possíveis em condições muito especiais. Só com o tempo adquiri a confiança e a eficiência que me permitem, mesmo hoje, fazer 200 km. Mas essas distâncias é só quando o percurso é quase nunca a subir e à média de 40 km/h. Mas tinha plena consciência, quando o comprei, por tudo o que investiguei (e não por quem me vendeu o carro, porque na verdade eu sempre soube mais do carro do que quem mo vendeu), que a 90 km/h, com subidas de vez em quando, com a utilização de alguma climatização, era para 80 km/h deixando a folga que deve sempre lá ficar, os 22% que correspondem à reserva + --- + tartaruga. E não é que o novo modelo do Leaf, com um pack com a mesma capacidade, ainda vem com um valor de autonomia significativamente mais alto ????

[vgomes]

. E não é que o novo modelo do Leaf, com um pack com a mesma capacidade, ainda vem com um valor de autonomia significativamente mais alto ????

porque o teste europeu tem uma grande componente de cidade.
A bateria é tem a mesma capacidade mas o motor é diferente, com menor binario, e o sistema de a regeneração foi tb substituído por um de maior capacidade.
Assim saiu mais barato à Nissan anunciar um aumento de autonomia do que alterando as baterias.
E, a bem ver, a maioria dos Europeus usa os seus carros na cidade.

[Orlando]

Sentir-se defraudado é normal qdo as marcas abusam ! Veja-se o caso dos hibridos: quem não anda em cidade tem exatamente o consumo de um carro normal!

[mjr]

No caso do Prius o consumo em AE é significativamente mais baixo do que um carro a gasolina equivalente (o ciclo Atkinson tem uma taxa de compressão bastante superior ao normal para um motor a gasolina, e a aerodinâmica do Prius é muito boa). Mas em geral é verdade.

É por isso que eu preferia os dados que antigamente eram anunciados pelas marcas de consumo em ciclo urbano, e a 90km/h e 120km/h estabilizados.

[victormcpinto]

Lembro-me que quando comprei o meu Leaf, a autonomia objecto de publicidade tinha o valor de 160km. Este valor estava escrito no pavimento do stand e circundava o carro. Recordo também de comentar com o vendedor que este valor equivalia à "treta" dos consumos dos CI's de 4 lts aos 100 km.
Tenho de apoiar o protesto de quem se insurge contra esta forma de publicidade porque, ao não ser muito clara nem objectiva, pode ser considerada enganosa.
Repeti vezes sem conta, a amigos e a quem me pedia opinião sobre o carro, que "não é carro para toda a gente". Nada disto tem a ver com aspectos económicos mas sim com as especificidades do carro.
Já lamentei não poder utilizá-lo mas, felizmente, muito poucas vezes porque, como já aqui registei, 86% dos meus percursos diários em 2013 foram inferiores a 75 km. Quando o comprei, tinha esta noção pelo que aceitei a pacificamente a "treta" dos 160km.

[mjr]

Na minha opinião a culpa é do lobby que a marcas fazem diante das autoridades europeias para que os carros pareçam gastar menos do que a realidade. Não faz qualquer sentido que os ciclos de teste estejam tão desfasados da realidade. Pelo menos uma correção de 30% do valor obtido no teste deveria ser realizada. Os americanos faziam essa correção, foi assim que o Leaf de 2011 nos EUA tinha uma autonomia de 70 milhas e não as 100 obtidas no também benevolente teste LA4.

[vitorcoias]

... Como já disse no meu DB, é possível fazer 30km de condução suave após o aviso de bateria fraca. Aqui o problema passa a ser de instrumentação, que no caso do Leaf coloca grande pressão para o condutor carregar o carro ao subestimar a autonomia restante quando aparece o aviso de bateria fraca, e a esconder do condutor a carga disponível após o aviso de bateria muito fraca.

Tenho obtido a autonomia da ordem dos 90 km por carga fazendo uma condução suave, sem climatização, continuando a conduzir mesmo depois do aviso "bateria fraca", até a estimativa do computador de bordo ser menos de 10 km.
Isto para não ficar na estrada, porque ao longo dos mais de dois anos que uso o meu Leaf, a estimativa do computador de bordo mostrou-se sempre largamente por excesso. A minha experiência vai no sentido contrário ao de mjr: o meu carro faz pouco mais de metade dos km que o computador promete.