Impulsionar e expandir a mobilidade elétrica
Por puro preconceito político, foi travado o projeto da mobilidade elétrica, inviabilizando assim a formação de um cluster industrial no nosso País em torno desta tecnologia. Importa, agora, retomar o desígnio da mobilida-de elétrica, vital para substituir progressivamente a dependência dos combustíveis fósseis no transporte rodo-viário, com as inerentes emissões de GEE, por um maior consumo de eletricidade renovável. Para este efeito, o governo irá:
• Direcionar os incentivos à aquisição de veículos elétricos para os segmentos com maior impacto energético e ambiental, como os autocarros de serviço público de transporte, táxis, transporte escolar, transporte de mercadorias e logística urbana;
•Criar incentivos ao surgimento de operadores de car sharing e bike sharing elétricos;
•Comprometer o Estado e as autarquias locais com a aquisição de 25% de veículos elétricos aquando da renovação da sua frota destinada à circulação citadina;
•Criar incentivos que levem os operadores logísticos a adotar veículos elétricos sem emissões, em particular na operação em meios urbanos e em transporte lastmile;
•Reabilitar e redimensionar a rede de carregamento pública Mobi.E;
•Promover o carregamento nas garagens das habitações e empresas, onde os utilizadores de veículos elétricos estacionam a maioria do tempo;
•Definir uma tarifa de venda da energia armazenada de forma descentralizada nas baterias dos veículos elétricos de volta à rede elétrica. Deste modo, os veículos elétricos podem funcionar como um estabilizador da rede elétrica, armazenando energia nos períodos de vazio (em que há energia disponível a custo inferior) e devolvendo à rede elétrica nos momentos de pico (em que o sistema elétrico necessita de mais energia para disponibilizar a um custo superior).
Desenvolver o cluster tecnológico da energia
O próximo governo deve assegurar a manutenção do cluster eólico criado no nosso País e fomentar o surgimento de um cluster equivalente em redor da energia fotovoltaica. A par disso, a mobilidade elétrica constitui uma oportunidade única de desenvolvimento dum novo cluster
tecnológico e industrial – abarcando pontos de carregamento, gestão de redes inteligentes de carga, bem como baterias e outros componentes para a indústria de veículos elétricos – que não podemos desperdiçar. Assim, o governo desenhará, no âmbito do Portugal 2020, programas e linhas de apoio que permitam estimular:
•A investigação científica aplicada quanto a tecnologias limpas e novos métodos de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis;
•A articulação entre a indústria e as instituições de I&D para a produção de soluções de armazenamento energético;
•A indústria de componentes para os veículos elétricos, motores elétricos e baterias, bem como da infraestrutura de carregamento;
•O upgrade da indústria de produção e montagem de veículos de duas rodas – motos, scooters e bicicletas – para o segmento elétrico;
•A formação de técnicos para as indústrias de fabrico e reparação de veículos elétricos e seus componentes;
•A criação de laboratórios vivos de demonstração de novas soluções na mobilidade elétrica: ao nível dos veículos, com destaque para novas aplicações da mobilidade elétrica, como os transportes públicos, o transporte de mercadorias ou a logística urbana; e do carregamento inteligente, integrado com as smart grids e geração de energia renovável descentralizada, com destaque para o V2G (vehicle to grid) e V2H
(vehicle to home).
Páginas 102 e 103.
Estou bastante confiante no sucesso destas medidas.
http://economico.sapo.pt/public/uploads ... inalCM.pdf