RJSC Escreveu:Claro que vai melhorando, mas no que depender das marcas clássicas, só se melhora no próximo modelo...
Os outros já não interessam.
O que pode ir melhorando é a rede de carregamento, se não tiver preços abusivos como sugerido, e mesmo as cargas rápidas, nos Leafs no verão não convém usar a não ser que façam PCRs dentro de salas com ar condicionado.
Mas a Nissan já não é a primeira marca com esta teoria: a VW com o eGolf 100% elétrico também decidiu não colocar refrigerção na bateria porque o dizem que é um carro ara um tipo de condutor mais relaxado que que não vai puxar tanto por ele. Já no golf híbrido colocaram refrigeração porque dizem que é um "carro desportivo" e será mais abusado pelos condutores...
Enfim... Continua nas marcas tradicionais a mentalidade que os condutores de 100% Elétricos são "uns eco-maluquinhos" à parte...
A Nissan justifica a refrigeração na eNV200 e não no Leaf com os mesmos motivos, que os condutores de veículos de empresa abusam mais do carro e que os condutores dos Leaf não...
Conduzo carros com motores de combustão há uns 35 anos, mais coisa menos coisa. Faço uma condução pouco "agressiva", entre outras razões porque me parece que a "agressividade", de um modo geral, torna a condução pouco eficiente, espampanante e muito virada para a "plateia".
Um mês antes de comprar o LEAF, resolvi fazer Porto/Lisboa/Porto pela velha EN1/IC2 em "modo eléctrico", isto é, com pé leve, antecipando situações, semáforos e
tutti quanti. Demorei seis horas a fazer 350 kms e gastei no meu Golf 3,8 litros de gasóleo/100 kms.
Quando tomei posse do LEAF, verifiquei rapidamente que os eléctricos requerem um modo particular de condução, sob pena de vermos autonomias reduzidas drasticamente, transformando o carro num brinquedo para gente rica. Como não sou rico, tentei adaptar-me de modo a conseguir fazer sem grandes complicações entre 130 e 140 kms com a carga completa. Quinze dias depois da minha "era LEAF", posso dizer que o carro responde a 95% por cento das minhas necessidades de deslocações e que me dá um imenso prazer conduzir. Não me parece adequado dizer que a malta que conduz electricos como o LEAF sejam "eco-maluquinhos" por conduzirem de modo diferente do condutor "médio" dos CI; a verdade é que o LEAF e congéneres reclamam outra abordagem, e ou nos adaptamos ao carro, ou o melhor é desistir da mobilidade electrica. É claro que quem tem dinheiro para comprar um Tesla não terá de fazer adaptações tão drásticas, mas o Tesla é uma impossibilidade para uma imensa maioria, na qual eu me incluo.
Confesso que a história do aquecimento do pack e a luta dramática contra o calor de muitos dos participantes neste fórum (com o Malm, vitorioso, à cabeça!) me causa alguma perplexidade e desconforto. Não sabia da importância disso quando comprei o LEAF, e tenho algumas dúvidas se compraria o carro sabendo o que sei hoje. Seja como for, a opção pelo LEAF acabou por trazer uma vantagem com que eu não contava quando comecei a equacionar a compra de um electrico: estive quase a decidir-me pelo i3, e só não o comprei porque os 45 mil euros implicavam a entrega do Golf; e sem Golf, ficava descalço durante uma dúzia vezes no ano. Comprando o LEAF, não precisei de entregar o Golf, e fiz o pleno, com a vantagem de poupar o electrico nestes dias tórridos. Esta é a minha teoria geral sobre eléctricos adaptada ao meu caso particular. Dentro de dois ou três anos saberei se esta minha escolha faz sentido, ou se me vou arrepender para toda a vida. Estou convencido que não...