Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Toda a discussão relativa a Pontos de Carregamento também conhecidos por EVSE (Electric Vehicle Supply Equipment) vem para aqui.
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mjr
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 22 nov 2024, 19:28

Nonnus Escreveu:
22 nov 2024, 18:24
mjr Escreveu:
22 nov 2024, 14:49
Não, uso o Continente quando vou às compras(que, BTW, é o principal objetivo dessa rede). Em viagem não é muito prático carregar a 50kW e ter de fazer muitos km para lá chegar...


Como tudo, depende. Recentemente fui a Guarda e aproveitei um Continente onde paguei 0.22€ por kW enquanto almoçava. Tinha muitos carregadores nas imediações escolhi este por ser mais barato que qualquer CEME da rede publica. E olha pelo que tenho lido há mesmo quem faça uso exclusivo dos carregadores Continente e Tesla deixando a rede publica de fora das suas escolhas. Se calhar há quem prefira carregar a 50kW a 0.22€ e esperar mais 10/15 minutos do que carregar a 0.60€ a 160kW (valores atirados para o ar) e que na realidade não há assim tantos.
Pode haver gente assim sem dúvida. Os tais absolutistas...

Nonnus Escreveu:
22 nov 2024, 18:24
mjr Escreveu:
22 nov 2024, 14:49
Basicamente uso aquilo que mais me convém, como qualquer pessoa de bom senso penso que fará. Seria um bocado estúpido ter um Continente ao lado de casa, onde até já fazia as compras, e não aproveitar o tempo de carga "gratuito", não achas?
Claro que acho, e é por isso que estamos a ter esta discussão. O que eu não acho coerente é defender um sistema e depois usar outro. Mas isso é um problema dos absolutistas.
LOL
Nonnus Escreveu:
22 nov 2024, 18:24
mjr Escreveu:
22 nov 2024, 14:49
Não percebo qual é a comparação das telecomunicações com a mobilidade elétrica. A Digi está no mesmo mercado e com as mesmas regras dos incumbentes, simplesmente está com uma estratégia de penetração. Não tem nada a ver com a questão CEME vs não CEME. E as telecomunicações são um oligopólio, não tem nada a ver com as dezenas de CEMEs e OPCs que há na mobilidade elétrica.
Vamos dar a liberdade aos OPC´s de serem donos e senhores do seu negócio, vamos ver a concorrência a funcionar entre eles, vamos deixa-los ter cartões frota, vamos deixa-los ter 100% retorno no investimento que fazem nas suas estações de carregamento, vamos ver se não conseguimos ter melhores preços do que os actuais.

Vamos funcionar como o resto da Europa e ver quantas DIGI vão aparecer na ME. :idea:

Já há MUITO tempo que isso está a ser discutido pela UVE, vê, com calma, o documento de há 4 anos do grupo de trabalho UVE CEiiA. Agora isto não pode ser feito de forma radical, mudando as regras do jogo a 180 graus. Há muitos OPCs que só querem ser isso no sentida do modelo português. E há outros que querem ser aquilo que defendes, mas tem de ser com regras. Se for selvagem, vamos ao fim de algum tempo ficar com um oligopólio de OPCs e voltar ao que tínhamos (ou temos, a expressão da DIGI, Woo e Amigo ainda é muito reduzida) nas comunicações, até porque o CAPEX necessário para implementar uma rede é muito elevado.
Fazer como o Continente se propôs, tendo o seu serviço independente e depois ter uma tarifa OPC que integra com o modelo, parece-me ser a solução mais integrada, justa e menos... absolutista.
Nissan Leaf 40 Tekna preto, entregue em 30 de maio de 2018. 51400km em 2024-02-15
Nissan LEAF mk1 Preto, entregue em 7 de julho de 2011. 180000 km em 2023-12-22.
Tesla Model 3 LR preto entregue em 2019-03-06. 125000 km em 2023-12-22.
Sócio da associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, UVE: http://www.uve.pt

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 23 nov 2024, 00:49

Não percebo porque dizes "tinha de ser com regras". Nunca vi ninguém a defender que tinha de ser de qualquer maneira. Aliás numa coisa que somos bons é a legislar, normalmente por excesso de regras e normas. Tu como empresário sabes bem disso.

Acho que não é o que vai impedir de mudarmos.

Quanto aos OPC's que não se vêem funcionar sem a figura CEME (custa-me acreditar que os há), há sempre a hipótese de venderem o seu negócio a outros, ou no limite continuarem a ter um outro OPC a facturar energia e continuar a cobrar apenas pelo aluguer.

Por dois ou três vamos continuar a prejudicar todos os outros que já se manifestaram contra a este modelo? Por dois ou três vamos continuar a prejudicar o UVE, quando muitos se manifestam contra este modelo?

Na história da humanidade o que não falta são exemplos de as regras mudarem e alguns saírem prejudicados.

Mais uma vez vou dar um exemplo que mostra bem isso. Gosto de dar exemplos😛.

Quando o governo criou o imposto sobre sacos de plástico, onde os sacos de plástico simplesmente desapareceram das nossas vidas, o gajo que fazia os sacos de plástico tinha acabado de fazer um investimento de milhões numa máquina nova de fazer sacos de plástico do tipo que "foram proibidos" e onde os seus principais clientes eram os hipermercados. Alguém se lembrou que as regras não podiam mudar a 180°? Por um bem maior mudou-se as regras.

Agora lembrei-me de uma situação que me e afectou a mim pessoalmente. Incentivo ao abate anunciado elegível para compra de veículos elétricos em segunda mão até 4 anos. Mudam as regras e passa a ser só elegível para veículos novos. Ups, mandei a minha Nissan Primera para abate, fiquei sem o carro e sem 3000€. Morri por causa disso? Não, apenas fiquei sem 3000€ que tanta me falta fazem.
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- 6 anos depois 160000km
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por mjr » 23 nov 2024, 11:32

Pois, mas mudar as regras abruptamente pode ter outros efeitos indesejados mesmo que a longo prazo até possa ser melhor. Estamos numa fase de crescimento acelerado, e a mera suposição de que as regras podem mudar faz com que investimentos planeados fiquem em standby até as regras estarem definidas. A incerteza é e sempre foi o pior inimigo dos investimentos/investidores.

Essa da máquina de produzir sacos plásticos não faço ideia se é verdade, mas a ser parece-me muito imprudente pois a decisão de os taxar não veio do éter, já se andava a discutir há muito tempo...

Mas isto sou eu, que costumo ser prudente nos meus investimentos fazendo a devida due dilligence. Se calhar estou errado.

Sobre os incentivos, não é por acaso que estão a ter uma aceitação vergonhosa. Lá está, mudaram as regras abruptamente a meio do jogo.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Bebee » 29 nov 2024, 00:08

Sendo que há users neste clube que gostam de escrever, e que tal fazer uma petição para obrigar a assembleia a receber representantes dessa petição para poder explanar os motivos do porquê de este modelo Mobie não funcionar e fazê-los alterar para um regime mais liberal e, principalmente, que se deixassem de tretas e permitissem que a Tesla operasse em Portugal como opera no resto do Mundo? É que, caso tivéssemos o modelo Tesla a funcionar como noutros países europeus, e abertos a todas as marcas, todos ganhávamos, principalmente em disponibilidade, fiabilidade e preço…
Apenas uma ideia…
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 29 nov 2024, 01:11

Parafraseando um conhecido humorista da nossa praça...
Imagem

Petições foram feitas várias, muito poucas (se é que alguma) feitas com argumentos sólidos e, mesmo as que foram feitas a apelar ao "coração" falharam redondamente no número de assinaturas que conseguiram.
Houve um anúncio do governo em como existiriam novidades sobre o tema este mês. Está a acabar mas ainda não há nada oficial nem se sabe o sentido do anúncio. Há rumores daqui e dali e há, obviamente, uma pressão inaudita da entidade maior do status quo para que nada mude, mas até haver alguma coisa oficial não passará de rumores.

"Modelo Tesla" é um péssimo argumentário e uma das razões para que as petições existentes sejam maioritariamente "vazias". Sim, a presença da Tesla é ótima para toda a gente e uma forma de o mercado se regular por baixo (em vez da realidade nacional onde se pretende espremer o incauto). Mas não há "modelo Tesla". Há em Portugal uma operação em contra ciclo com a realidade europeia, com princípios contrários ao espírito do AFIR (por mais que algumas pessoas tentem vender o contrário) e que afasta players, os que interessam. E é nesse argumentário, baseado em factos e números, que temos de nos basear.
Edit: o video que refiro neste link comprova isto mesmo
viewtopic.php?f=29&t=7848&start=1290#p154973
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por ruramos » 29 nov 2024, 09:37

Para quem tem DPC...
Muito mau! Primeiro dão com uma não, depois tiram com as duas..

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) tem aberta uma Consulta Pública (n.º 123) sobre uma "Proposta de alteração do Regulamento Tarifário do setor elétrico".[1]
Entre outras coisas, propõe uma radical mudança na estrutura tarifária da rede de carregamento público, onde o custo das TAR e de Perdas passa do CEME para o OPC.

Mas o motivo que me leva a falar disto hoje diz respeito à figura de Detentor de Ponto de Carregamento (DPC).[2]
Com esta alteração, o custos acima referidos passam para o Código do Ponto de Entrega (CPE).[3]
Ora, DPCs são muito comuns em condomínios, instalação residenciais onde a empresa paga o custo de carregamento da viatura comercial do seu funcionário, e estabelecimentos comerciais que pretendem fornecer uma forma económica dos seus clientes carregarem as suas viaturas durante a visita.
O custo que até agora era totalmente debitado ao CEME, e por sua vez ao utilizador do posto, poderá agora passar a ser repartido pelo Cliente CEME e pelo proprietário da instalação.
Alguém que até agora não tinha qualquer custo, passa agora a suportar o custo da TAR e Perdas dos consumos do carregamento da viatura, i.e. o CPE do condomínio, o funcionário proprietário da habitação onde a sua empresa lhe instalou a wallbox, a empresa comercial que até agora não tinha qualquer custo.

Existem mais de 1000 pontos DPC instalados em Portugal, e se esta proposta avançar como está será um duro golpe nas pessoas e empresas que investiram em Wallbox ligadas à rede pública por forma a ter o custo todo no CEME.
Se és um dos afetados por esta proposta, se tens uma opinião sobre o assunto, se achas que podemos fazer melhor, submete a tua opinião junto da ERSE.

Até ao dia 27 de novembro de 2024 podem ser enviados comentários ou apreciações sobre as propostas apresentadas pela ERSE, identificando a consulta a que responde ao introduzir o número da consulta no assunto da mensagem e em (eventuais) documentos anexos (Assunto: CP123 ou Consulta pública 123) para:
• Endereço eletrónico: consultapublica@erse.pt
• Morada postal: Rua D. Cristóvão da Gama 1, 3.º andar, 1400-113 Lisboa

[1] https://www.erse.pt/atividade/consultas ... C2%BA-123/
[2] https://www.mobie.pt/redemobie/detentores-de-posto
[3] https://www.e-redes.pt/pt-pt/o-que-e-o- ... ntrega-cpe

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por frankesousa » 29 nov 2024, 10:52

ruramos Escreveu:
29 nov 2024, 09:37
Para quem tem DPC...
Muito mau! Primeiro dão com uma não, depois tiram com as duas..

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) tem aberta uma Consulta Pública (n.º 123) sobre uma "Proposta de alteração do Regulamento Tarifário do setor elétrico".[1]
Entre outras coisas, propõe uma radical mudança na estrutura tarifária da rede de carregamento público, onde o custo das TAR e de Perdas passa do CEME para o OPC.

Mas o motivo que me leva a falar disto hoje diz respeito à figura de Detentor de Ponto de Carregamento (DPC).[2]
Com esta alteração, o custos acima referidos passam para o Código do Ponto de Entrega (CPE).[3]
Ora, DPCs são muito comuns em condomínios, instalação residenciais onde a empresa paga o custo de carregamento da viatura comercial do seu funcionário, e estabelecimentos comerciais que pretendem fornecer uma forma económica dos seus clientes carregarem as suas viaturas durante a visita.
O custo que até agora era totalmente debitado ao CEME, e por sua vez ao utilizador do posto, poderá agora passar a ser repartido pelo Cliente CEME e pelo proprietário da instalação.
Alguém que até agora não tinha qualquer custo, passa agora a suportar o custo da TAR e Perdas dos consumos do carregamento da viatura, i.e. o CPE do condomínio, o funcionário proprietário da habitação onde a sua empresa lhe instalou a wallbox, a empresa comercial que até agora não tinha qualquer custo.
...
Não existia nenhum "custo" suportado pelo CEME, na larga maioria dos casos o valor das TAR era faturado limpinho ao consumidor, portanto vai dar ao mesmo em termos de "preço a pagar".

Agora claro está que isto vai implicar o DPC ter de faturar um valor independente (coisa que nos postos públicos é irrelevante porque vai ser sempre pago ao CEME)

Percebo a ideia deles já que a instalação do posto (ligado a BT ou MT) faz variar as TAR e é o OPC que faz essa escolha.

Mais uma vez se mostra que este modelo de separação de OPC/CEME traz tanto problema e burocracia que mais valia acabar com isto de uma vez.

Uma vez que o DPC é para ser mesmo uma entidade "particular", não existirá um * a dizer que nestes casos o CEME faz a cobrança desses valores como até agora? Não estou a ver um DPC a faturar isso até porque não é essa a ideia de um DPC.
Leaf Acenta 30kWh de 2016 - Abatido
10/2018 - 47.500km (12 Barras-90,27% SOH) --- 05/2020 - 96.660km (11 Barras-81 % SOH)
10/2020 - 101.000km (10 Barras-78.6% SOH) --- 08/2023 - 137.300km (9 Barras-69.74% SOH)
11/2023 - 140.000km (9 Barras-67.86% SOH) --- 02/2024 - 144.757km (8 Barras-65.83% SOH)
01/2025 - 160.500 (7 Barras-57% SOH) (FIM!)

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoFonseca » 29 nov 2024, 14:53

Não vai dar ao mesmo não.
A UVE já enviou à ERSE um estudo sobre o tema.
Logo q possível disponibilizo aqui

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por Nonnus » 29 nov 2024, 21:36

Bebee Escreveu:
29 nov 2024, 00:08
Sendo que há users neste clube que gostam de escrever, e que tal fazer uma petição para obrigar a assembleia a receber representantes dessa petição para poder explanar os motivos do porquê de este modelo Mobie não funcionar e fazê-los alterar para um regime mais liberal e, principalmente, que se deixassem de tretas e permitissem que a Tesla operasse em Portugal como opera no resto do Mundo? É que, caso tivéssemos o modelo Tesla a funcionar como noutros países europeus, e abertos a todas as marcas, todos ganhávamos, principalmente em disponibilidade, fiabilidade e preço…
Apenas uma ideia…
Sendo eu um dos que mais escreve e se mostra mais contra este modelo, posso dizer que nunca assinei nenhuma petição. Até hoje não vi uma que fosse bem argumentada e mostrasse os verdadeiros problemas. Mais, não é com petições que lá vamos (opinião muito pessoal) e, por isso é que apoio uma associação que representa todos aqueles que como eu acham que as coisas tem de mudar. As associações é que devem fazer esse papel que querem fazer com as petições. As associações tem representantes dos seus associados, pessoas que sabem fundamentar/argumentar os verdadeiros problemas. Não é disparar em todas as direcções, muitas vezes sem conhecimentos suficientes que se vai convencer quem legisla a mudar leis complexas e onde há muitos interesses e, uma vontade natural para o "deixa andar".

Muitas das petições não conseguem fazer a distinção da mobi.e para o modelo português. A mobie.e não é o modelo português, a mobi.e faz parte do modelo português como muitas outras coisas. Coisas essas que torna o modelo português complexo e de difícil mudança [ler difícil, mas não impossível, haja vontade] agora que as coisas já estão impostas há vários anos. Consegue-se perceber quando se chega a conversa com quem teve iniciativa de fazer essas petições esta longe de perceber o modelo português e do que realmente precisa de ser mudado. Por exemplo fazer uma petição onde se fosse dar ênfase ao "modelo de carregamentos Tesla", era meio caminho para começar mal. Não podemos agarrarmo-nos a um exemplo isolado, embora saibamos que o modelo actual é que faz com que a Tesla esteja na situação que esta em Portugal. Na minha opinião temos de saber abordar a questão como um todo, com os prós e os contras. Exemplos isolados só faz com que se perda credibilidade.

Muita gente não percebe que fazer uma petição e que representar todos que a assinaram junto de quem legisla, não é a mesma coisa que estar aqui a escrever umas maluqueiras num fórum, ou nos Facebooks da vida. ;)

Volto a repetir, isto é uma opinião muito pessoal. Há quem pense que vale mais fazer alguma coisa que não fazer nada. Eu acho que ou se faz como deve ser, ou é melhor estar quieto.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal

Mensagem por BrunoAlves » 30 nov 2024, 23:15

Tinha decidido não participar nesta discussão porque não tinha de facto nada de relevante a acrescentar, mas estou em Espanha (só hoje já carreguei em 4 CPO diferentes, carregamento de oportunidade a bom preço como mais gosto) e num desses lembrei-me que havia aqui algo a discutir.
mjr Escreveu:
21 nov 2024, 21:08
Consegues explicar porque em Espanha a Tesla cobra significativamente mais pelos carregamentos, quando sabemos que o custo da eletricidade OMIE é o mesmo? Hum... a existência de CEMEs em Portugal faz milagres!
Este argumento da comparação de preços Tesla em Portugal e Espanha é recorrente. Como é óbvio parece haver uma opção comercial da marca (por estarem fora da rede pública podem fazê-lo), mas também é importante lembrar que não há investimento a pagar. Não há novos SuC, os que há estão maioritariamente "a bombar", por isso acredito piamente que ainda fazem bom dinheiro mesmo aqueles preços.
Também é importante não esquecer que SuC diferentes têm muitas vezes preços diferentes (em vários países) apesar de o mercado de energia ser o mesmo. O melhor exemplo devem ser os 2 SuC de Tarragona, separados por meia dúzia de kms e um é bastante mais caro que o outro. Eventualmente condições do local, não faço ideia, mas fora de Portugal é muito normal haverem preços diferentes entre sites.
Isto para dizer que (obviamente havendo uma opção da Tesla) não acho que seja um argumento tão linear quanto isso.

Mas adiante.
Hoje carreguei num PCN Iberdrola em que me cobraram 30cts/kWh pelo serviço de carregamento total (não tenho qualquer subscrição). Ora a Iberdrola em Portugal tem como preço base apenas da parte CEME 33cts/kWh (e já recebi a notificação para o aumento para o próximo ano). Nos PCN operados por eles e que cobram por energia (uma raridade infelizmente) o custo OPC é de 17,22cts/kWh.
Ora consegues explicar-me porque é que a Iberdrola em Portugal cobra 66% a mais que paguei em Espanha, quando o mercado de energia é o mesmo?

Como deve ser óbvio isto é uma questão retórica. São mercados diferentes e com realidades diferentes, dificilmente comparáveis de forma tão direta. Mas achei importante referi-lo porque não, haverem CEMEs em Portugal não faz milagres de nenhuma espécie. Faz sim, o "lodo" de apanhar utilizadores incautos e desinformados, fazendo-os pagar muito mais do que os utilizadores menos desinformados e menos incautos.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! :D

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