Lisboa com novas medidas sustentáveis
A autarquia de Lisboa tem em vista a adopção de um conjunto de medidas para oferecer aos seus habitantes soluções alternativas de mobilidade dentro da cidade. No Fórum Lisboa organizado pelo Diário Económico sobre "Cidades de Futuro – Mobilidade Eléctrica", o vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Fernando Nunes da Silva, falou sobre essas medidas e destacou o impacto que estas têm tido na circulação dentro da cidade.
O vereador defende que até à CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa) deviam ser cobradas "portagens em todos os eixos de acesso à cidade", auto-estradas e vias rápidas, com um valor "igual à mais alta das portagens na proximidade de Lisboa", ou seja, igual à da Ponte Vasco da Gama (2,4 euros na classe 1). O que, para além do "aumento de receita de algumas dezenas de milhões por ano" nos cofres da autarquia, iria, do ponto de vista da circulação automóvel "reduzir o fluxo de veículos na cidade". Ainda assim, para o autarca, a melhor política a seguir é a de estacionamento pago, recentemente alterada, uma vez que "selecciona os utilizadores", que são"quem realmente precisa mesmo daquele espaço". Nunes da Silva evidenciou o sucesso desta medida com o exemplo da Avenida da Liberdade, que "tem agora entre 20% e 25% de lugares livres".
No que toca ao estacionamento, o vereador da CML revelou ainda o entendimento entre a EMEL e a Otlis (Operadores de Transportes da Região de Lisboa) quanto à verba a pagar pela entrada no sistema do cartão Lisboa Viva, dando assim luz verde ao sistema ‘park&ride', através da disponibilização de um título de transporte que integra estacionamento e utilização da Carris e do Metropolitano de Lisboa. "Os condutores vão passar a poder estacionar os carros num parque de estacionamento da capital e deslocarem-se dentro de Lisboa em transportes públicos por 49 euros mensais", explicou Fernando Nunes da Silva, que se afirma um defensor do transporte integrado e intermodal. O projecto arranca com "sete mil lugares de estacionamento, mas espero que até ao final do mandato esse número chegue aos 20 mil", defendeu o autarca. Os parques de estacionamento abrangidos neste projecto são: Parque de Álvaro Pais, Areeiro, Biblioteca, Campo Grande, Colégio Militar, Sete Rios, Universidade, Alvalade XXI, Docas e Oriente.
Para além do novo tarifário, a EMEL, E.E.M. vai agora lançar um projecto-piloto, a arrancar em Novembro deste ano, para medir o índice de satisfação dos proprietários de veículos eléctricos na capital, revelou o administrador da empresa, Tiago Farias. Os proprietários dos carros podem inscrever-se para participar na iniciativa e com isso receber um "dístico verde, que consiste num selo válido até ao fim do projecto, que lhes permite ficar isentos do pagamento de parquímetros". A iniciativa foi proposta por um grupo de investigadores do Instituto Superior Técnico, a EMEL aceitou o desafio e está já a convidar empresas e particulares a participarem no estudo, que visa também medir o impacto ambiental destes automóveis na cidade.
A mobilidade eléctrica tem vindo a ganhar cada vez mais destaque na autarquia da capital, a evidenciar isso mesmo estão as 17 viaturas movidas a electricidade adquiridas pela CML para serviços de limpeza das ruas e ainda os quatro automóveis ligeiros que servem a presidência da câmara. Além disso, "está neste momento a ser estudada a solução de bicicletas eléctricas partilhadas a custo zero", a CML adiantou o vereador, "só tem de ceder o espaço". A solução "vai ser testada na Cidade Universitária".
Ainda numa perspectiva de incentivo à mobilidade eléctrica, a CML pensa adquirir "pequenos veículos eléctricos, tipo Smart, para partilha [car-sharing], mas sem pontos de contacto", o objectivo é "poder largar os veículos em qualquer lugar". A solução, já adoptada por várias capitais europeias, está já a ser estudada com uma empresa rent-a-car.
Como medida a ser aplicada de forma progressiva, a CML revelou ainda que mais zonas serão interditas aos veículos mais poluentes. Segundo Nunes da Silva, "a zona de emissões reduzidas vai ser alargada à Segunda Circular já no próximo ano", como medida que visa incentivar a renovação automóvel das empresas a operar na capital.
in http://www.mobie.pt/newsdetail?newsid=54127
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