


"Vendas de carros eléctricos superam em Portugal as estimativas das marcas, que acreditam que ainda existe um longo caminho a percorrer.
Custam mais de 20 mil euros e as baterias não duram 200 quilómetros, mas mesmo assim os portugueses mostram-se mais entusiasmados em comprar um carro 100% eléctrico do que as fabricantes automóveis previam. Desde que a Nissan, Peugeot, Mitsubishi, Citroën e Smart lançaram em Portugal os seus veículos eléctricos, no início do ano, já foram vendidos 138 unidades, segundo os dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), entre Janeiro e Outubro do corrente ano.
Este número pode parecer insipiente, mas os especialistas explicam ser normal, já que não podemos esquecer que as fabricantes estão a abrir caminho numa indústria dominada pelos combustíveis fósseis. Falamos de novas tecnologias e infra-estruturas de distribuição, mais em concreto da energia eléctrica. E, explicar toda esta mudança a um cliente, revelando os benefícios económicos e ecológicos e tentando desmistificar as inibições relativamente à autonomia, demora algum tempo.
A fabricante japonesa Nissan foi a grande impulsionadora desta revolução tecnológica na indústria automóvel, tendo efectuado acordos com vários países, incluindo Portugal, para dinamizar a adopção destes veículos. "Os clientes de um carro eléctrico são pessoas da classe média/média-alta, preocupados com questões ambientais mas também com forte racionalidade na análise de custos e benefícios. Temos algumas mulheres entre os primeiros clientes", refere António Pereira Joaquim, director de comunicação da Nissan Portugal. A Nissan já tinha vendido 12 Leaf em 2010 e, entre Janeiro e Novembro deste ano, já vendeu 90 unidades do Leaf. Segundo a ACAP, a fabricante japonesa tem uma quota de mercado de 59,4% no segmento dos veículos eléctricos no mercado nacional. "Acabámos de comemorar a venda de 20 mil Leaf no Mundo e a nossa fábrica do Japão está no máximo já da sua capacidade para conseguir responder à procura, que superou largamente as nossas expectativas", realça António Pereira Joaquim.
A Mitsubishi vendeu 21 unidades do i-Miev, a Citroën 6 C-Zero, a Peugeot 13 unidades do iOn e a Smart 14 Fortwo eléctricos.
A Renautl, líder de mercado em Portugal nos veículos a combustão, prepara-se para lançar dois dos quatro modelos eléctricos que anunciou. "Dos modelos Fluence Z.E. e Kangoo Z.E. possuíamos, no início de Novembro cerca de 80 reservas de clientes particulares", disse ao Ricardo oliveira, director de comunicação da Renault Portugal. Além dos clientes particulares, a fabricante francesa já tem algumas encomendas confirmadas de empresas.
A Opel, que lançou o eléctrico Ampera tem, actualmente, 23 encomendas firmes de empresas e de particulares. Miguel Tomé, director de comunicação da marca, acredita "que, dadas as características inéditas deste modelo, o potencial de vendas para 2012 é grande no segmento dos automóveis eléctricos", mas ressalva que "no cenário actual corremos o risco de errar qualquer previsão".
Diferentes eléctricos para todos os públicos
Apesar de todos utilizarem a energia eléctrica como "combustível" existem diferentes modelos de carros eléctricos dirigidos a públicos distintos. O Leaf, da Nissan, é o perfeito familiar com cinco lugares. Consegue alcançar mais de 160 km com a bateria carregada e produz zero emissões de CO2. Já o Mitsubishi i-MiEV, o Peugeot iOn e o Citröen C-Zero são citadinos, carros mais pequenos, de quatro lugares com autonomia de 150 km e velocidade máxima limitada aos 130 km/h. Todos estes são 100% eléctricos.
O desportivo Ampera, da Opel, conta com um sistema diferente, uma vez que tem um motor eléctrico e um motor de combustão. No modo de autonomia alargada, que é activado sempre que a bateria tiver atingido o seu estado de carga mínimo, a electricidade produzida pelo gerador instalado a bordo é dirigida para a unidade eléctrica de tracção. "Este não impõe limitações de autonomia, por isso, pode ser carro único no agregado familiar", refere Miguel Tomé. Numa viagem de fim-de-semana, o extensor de autonomia produz electricidade para alimentar o motor eléctrico, alargando a autonomia para 500 quilómetros. O custo de utilização é cerca de cinco a sete vezes inferior ao de um carro convencional a gasóleo. Este é um eléctrico com zero emissões utilizando o motor eléctrico e bastante ecológico quando liga a extensão, emitindo menos de 40 g/km de CO2.
Renault Fluence Z.E.
A partir de 21.600e
Este veículo é dedicado a clientes particulares ou frotas que procurem, ao mesmo tempo, económico e respeitador do meio ambiente. O Fluence Z.E. possui um habitáculo confortável e uma panóplia de tecnologias úteis. Com uma autonomia de 185 km (ciclo misto), o Fluence Z.E. custa a partir de 21.600 euros e terá um aluguer mensal da bateria de 82 euros (IVA incluído), assistência (10.000 km/ano em 36 meses. A Renault irá lançar, ainda em 2012, os modelos Kangoo Z.E., Twizy e ZOE.
Mitsubishi i-miev
A partir de 29.675e
É um veículo citadino de quatro lugares, com autonomia de 150 km e velocidade máxima limitada aos 130 km/h. O preço de venda ao público a particulares (incluindo incentivo do Estado, que deverá terminar no final do ano) arranca em 29.675 euros, ou seja, o preço de venda
é 35.250 euros sem incentivos. A bateria leva 6 horas a carregar numa tomada doméstica de 220V/16A e 30 minutos de carga rápida (carrega de zero a 80% da sua carga total).
Nissan leaf
A partir de 35.000e
É alimentado por um motor eléctrico compacto que acciona as rodas dianteiras, sufijciente para uma velocidade máxima de 160km/h. Com 5 lugares e 5 portas é o primeiro veículo eléctrico do mundo especialmente produzido para ser comercializado em massa. A bateria demora cerca de 8 horas a recarregar utilizando uma fonte de alimentação de 220-240V e produz zero emissões de CO2. O Nissan Leaf custa a partir de 35 mil euros.
Opel ampera
A partir de 42.900e
É uma automóvel de quatro lugares, com um design desportivo, habitáculo de quatro lugares, versatilidade de cinco portas. O oferece 40 a 80km de mobilidade eléctrica. A autonomia estende-se para mais de 500 km com o motor de combustão, emitindo menos de 40 g/km CO2. Permite uma aceleração de zero a 100 km/h em cerca de 9 segundos e uma velocidade máxima de 169 km/h."
Em: http://economico.sapo.pt/noticias/portu ... 34148.html