Só dois portugueses têm carro elétrico

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ruimegas
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Só dois portugueses têm carro elétrico

Mensagem por ruimegas » 16 fev 2011, 20:59

Só dois portugueses têm carro elétrico
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Moram em Lisboa os dois primeiros portugueses proprietários de carros elétricos. Canova Xavier e José Rapagão optaram, há poucas semanas, pelo Mitsubishi MIEV. Não oharam ao preço mas apenas ao prazer de dispôr de um carro elétrico para conduzir.

"Quero ser o mais independente possível das políticas energéticas e se puder abastecer o carro na minha própria casa, então é isso mesmo que vou passar a fazer", nota Canova Xavier. Diz que ter um carro elétrico não é um luxo mas uma atitude de inteligência: "gasta menos que um carro a combustível, não emite dióxido de carbono e é super silencioso e muito fácil de conduzir".

Canova Xavier só não percebe porque é que ainda não recebeu o tão apregoado incentivo de €5 mil prometido pelo Governo.

Os dois proprietários de carros elétricos apenas os utilizam em trajetos urbanos, mas garantem estar agradavelmente surpreendidos com o desempenho dos respetivos automóveis.

Talvez ainda não o saibam mas, a partir de abril, ambos vão poder fazer o trajeto, por autoestrada entre a Galiza e o Algarve nos seus carros elétricos. Porquê? Pela simples razão de que aquele percurso vai dispor de postos de carregamento rápido que permitirão o reabastecimento das baterias em cerca de 20 minutos.

O 'único' senão é que os carros disponíveis no mercado (Mitsubishi MIEV e Nissan Leaf - este ainda só para as empresas do consórcio Mobi.E) obrigam a paragens a cada 150/160 quilómetros. Ou seja, terão de ser feitas cinco paragens, gastando 1h40 só para reabastecimentos, a juntar ao tempo de condução propriamente dito, que varia consoante o condutor, mas que nunca será menos de seis horas. Resultado: esta viagem durará perto de 7h40.

A uma velocidade de 120 quilómetros por hora, um carro elétrico Nissan Leaf ou Mitsubishi MIEV gasta perto de €2 por cada cem quilómetros, em eletricidade, enquanto um carro a combustão pode gastar entre €6,6 (a diesel) a €10,6 (a gasolina).

A garantia da disponibilidade de postos de abastecimento rápidos é dada por João Dias, presidente da Mobi.E, entidade gestora do projeto da mobilidade elétrica em Portugal.

A5 dispõe do único posto de carregamento rápido da Europa
Outra das novidades avançadas por este responsável é que já existem atualmente 300 postos de abastecimento de energia para carros elétricos e que o objetivo que estava previsto até final deste ano (de 1300 postos) será atingido já em junho. A estes há ainda a juntar mais 50 de carregamento rápido. A estação de serviço de Oeiras, na A5, dispõe do único posto de carregamento rápido de toda a Europa. Além disso, o Norte de Portugal e a Galiza são o primeiro caso de uma euro-região transfronteiriça que dispõe de um corredor de mobilidade elétrica. Este projeto, que recebe a designação de "Mobi2Grid", foi desenvolvido pelo Centro para a Excelência e Inovação da Indústria Automóvel (CEIIA) e pelo Centro Tecnológico de Automoción de Galicia (CTAG) e dispõe de uma dotação orçamental de €1,8 milhões até 2012.

Nas autoestradas entre Porto e Vigo estão previstos oito postos de carregamentos rápidos, que asseguram cargas elétricas com duração de 20 minutos. Em Vigo também haverá postos de abastecimento dispersos pela via pública, tal como existem nas cidades portuguesas.

"Este projeto visa criar um modelo comum a várias regiões, ao contrário do que tem acontecido em várias cidades europeias que utilizam sistemas diferentes, que não são facilmente compatíveis entre utilizadores de diferentes cidades", refere José Rui Felizardo, presidente da Inteli, entidade que participa no projeto.

Carregamentos por cartão
Até junho os utilizadores de carros elétricos podem fazer carregamentos gratuitamente em qualquer um dos 300 postos existentes. "A partir daquele mês a eletricidade passará a ser paga de acordo com tarifas já definidas e a publicar muito em breve", informa João Dias.

Para tal, cada utente da rede deverá ter um cartão (tipo multibanco) através do qual pagará os carregamentos por transferência bancária. Além desta opção, naturalmente que cada pessoa pode efetuar carregamentos em casa, durante a noite, ou no local de trabalho durante o dia.

É isso que têm feito Pedro Pinheiro, responsável pelo desenvolvimento da área de negócio da mobilidade elétrica na Siemens Portugal, e a sua colega Susana Lobo, consultora na área das vendas.

Têm estado a utilizar um Nissan Leaf, que a Siemens tem em seu poder por ser uma das empresas do consórcio Mobi.E. Dizem maravilhas do novo carro, que consideram "silencioso, muito confortável e extremamente económico". Além disso, "também é uma satisfação sabermos que não estamos a poluir o ambiente. O único senão é que temos que andar sempre a controlar a autonomia da bateria. Mas, afinal, estamos perante um novo paradigma na condução e todos estamos a aprender com isso", conclui Pedro Pinheiro.

Sempre que chega à empresa, em Alfragide, nos arredores de Lisboa, aquele responsável da Siemens liga o carro à corrente e vai trabalhar. "Ao fim do dia está novamente carregado para mais 160 quilómetros".

Otimismo da Mobi.E

João Dias, responsável do projeto Mobi.E, está otimista quanto à adesão dos portugueses aos carros elétricos e lembra que a meta psicológica estabelecida pelo Governo aponta para que até 2020 Portugal disponha de 10% da sua frota automóvel movida a eletricidade.

O desenvolvimento e produção do carro elétrico português também dará um contributo à concretização dessa meta. O responsável da Inteli, José Felizardo, refere que o projeto do Mobi.Car não pode ser comparável ao trabalho de motorização elétrica de um chassis automóvel tradicional, que é o que faz a generalidade da indústria automóvel tradicional.

"O carro elétrico português - o Mobi.Car - está a evoluir muito depressa e o sector automóvel está atento ao seu desenvolvimento, porque marca uma alteração nos processos de produção tradicionais da indústria automóvel", sublinha José Felizardo. O centro de gravidade do Mobi.Car é bastante mais baixo que num carro convencional. E o tipo de juntas e soldaduras estruturais é diferente do que a indústria automóvel faz para os veículos com motor a combustão, o que decorre das especificidades da tração elétrica, explicam especialistas da Inteli.

"Os motores elétricos disponibilizam potência de uma forma diferente à dos motores a combustão, o que exige um novo sistema estrutural", explica José Felizardo. As novas técnicas de ligação de estruturas são o principal segredo dos veículos elétricos, alertam os especialistas da Inteli. Grandes grupos como a Daimler, com o Smart elétrico - Jorge Martins, da Martifer, já encomendou um -, estão nesta corrida, mas mesmo assim o Expresso sabe que os especialistas chineses em mobilidade elétrica têm estado atentos à tecnologia desenvolvida para o Mobi.Car.

P&R
Porque é que os carros elétricos ainda são tão caros?
Sobretudo devido ao custo das baterias de iões de lítio que, segundo alguns especialistas, representam perto de metade do custo do carro. Ou seja, num carro de €35 mil (como o Nissan Leaf ou o Mitsubishi MIEV), perto de €16 mil têm a ver com a bateria. Isto porque ainda estamos no início de uma nova tecnologia, muito pouco dominada e até algo experimental.

Quantas marcas já têm carros disponíveis para venda?
Nissan, Mitsubishi, Renault, Citroën, Smart, Peugeot, Mini e BMW. Destas só a Mitsubishi tem carros para entrega imediata em Portugal. A Citroën vai começar a entregar ainda este mês. As outras têm alguns em teste e estão a receber encomendas.

Portugal é uma referência internacional neste domínio?
É o único país com uma solução nacional para a mobilidade elétrica. Há várias cidades na Europa, EUA e Ásia com soluções à sua escala, mas nenhuma à dimensão do país. Nesse aspeto pode dizer-se que Portugal inovou e está a liderar. Também já está a exportar o conceito para vários países através da recém-criada Mobi.E Internacional.

Como é que posso informar-me sobre os pontos de carregamento?
Começam a estar visíveis um pouco por todas as principais cidades do país. Já há 300 mas, até junho, serão 1300, mais 50 de carregamento rápido (20 minutos). Há, no entanto, um site na Internet - http://www.mobie.pt - que lhe pode dar indicações mais pormenorizadas sobre os locais exatos onde se encontra cada um deles. Além dos postos públicos de carregamento, naturalmente pode proceder-se a essa tarefa em casa ou no local de trabalho, se se dispuser de infraestruturas para o efeito.

PRÓS E CONTRAS

+

Emissões zero Não emitem um único grama de dióxio de carbono para a atmosfera

Redução de custos Para percorrer 100 quilómetros um carro elétrico gasta quatro a cinco vez menos que um carro a combustão

Conforto Condução silenciosa, suave e sem embraiagem. Ideal para percursos urbanos

Manutenção Custos reduzidos pois, como não tem fluidos de motor, apenas precisa de verificar pneus e travões

-

Custo e autonomia Ainda são muito caros (na casa dos €30 mil) e garantem níveis de autonomia muito baixos, da ordem dos 150 quilómetros

Em: http://aeiou.expresso.pt/so-dois-portug ... co=f632508
NISSAN LEAF Branco c/Spoiler mk1 de 09JUN2011. 195.000 kms.
TESLA Model 3 AWD. Encomenda 03JUL2019. Entrega 09JUL2019. 72078 kms.
Associado da Associação de Utilizadores Veículos Eléctricos http://www.uve.pt

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