Automóveis eléctricos, o futuro já começou nas Caldas…

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ruimegas
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Automóveis eléctricos, o futuro já começou nas Caldas…

Mensagem por ruimegas » 29 abr 2011, 21:53

Automóveis eléctricos, o futuro já começou nas Caldas…
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"Estão aí os automóveis eléctricos. A Nissan está preparada para entregar as primeiras unidades do Leaf, o primeiro automóvel eléctrico produzido em larga escala que vai começar a marcar a diferença nas estradas e nas ruas também das nossas cidades e da região.
A entrega dos automóveis tem sido atrasada por aspectos burocráticos, ligados ao apoio que o Governo de José Sócrates atribuiu para os eléctricos – 5 mil euros -, mas os concessionários aguardam a qualquer altura luz verde para iniciar entrega dos primeiros automóveis a clientes.
Só nas Caldas da Rainha o concessionário Nissan, a Auto Júlio, já vendeu oito unidades, tendo o Leaf levantado grande curiosidade entre os visitantes da concessão, “tem superado as expectativas”, disse à Gazeta das Caldas o Director Comercial da concessão, José António Varelas.
O nosso jornal contactou um dos primeiros clientes do Leaf, José Oliveira, formado em Engenharia Mecânica e professor na mesma área, que explicou as razões pela escolha. “O petróleo está em vias de extinção, não vai acabar nos próximos anos, mas não vai voltar a ficar barato, por isso os motores térmicos vão ficar cada vez mais caros na sua utilização e esta é uma solução que me parece viável”, disse.
José Oliveira aponta o facto de as baterias poderem ser carregadas durante a noite, “aproveitando a energia eólica e hídrica que de outra maneira é desperdiçada”, como uma vantagem, rentabilizando assim as energias alternativas e renováveis sem sobrecarregar a rede eléctrica nas horas de ponta.
Apesar de ainda não ter recebido o seu Leaf, José Oliveira já experimentou o modelo em Lisboa, nas Caldas da Rainha e em Genebra (onde foi ao Salão Internacional do Automóvel à apresentação dos novos automóveis), contacto que não lhe permitiu ainda aprofundar o conhecimento, mas foi suficiente para ficar com uma ideia.
Para lá do conforto do automóvel, aponta que não será fácil para a população em geral habituar-se rapidamente a este tipo de carro, que exige “uma grande auto disciplina”. Auto disciplina na condução e na gestão das baterias, uma vez que não se pode sair de casa sem certeza que a carga é suficiente pelo menos para chegar a um ponto de carga.
José Oliveira, que já montou na sua residência uma ligação para carga do seu automóvel eléctrico, planeia usar o seu Leaf com frequência no dia-a-dia, nas viagens para Lisboa, onde já existem bastantes pontos de carga, “mas para ir a outros destinos onde não haja é preciso cautela, porque não vamos pedir electricidade emprestada ao vizinho”, graceja.
O mesmo acontece nas deslocações ao Algarve, onde tem um filho. “Essas viagens ainda tenho que estudar, pelo menos enquanto a rede MOBI.E [ver texto à parte] não estiver desenvolvida”, acrescenta.
O Nissan Leaf
O Leaf é como um automóvel convencional, uma berlina compacta com cinco lugares espaçosos e capacidade de 330 litros na bagageira, próximo de modelos de combustão de referência no mesmo segmento.
Tem um motor eléctrico capaz de produzir 80kW de potência máxima, o equivalente a 107 cavalos, e um binário de 280 Nm, com a vantagem de todo o binário estar disponível em todo o regime de rotações. A velocidade máximo é limitada a 145 km/h, demorando cerca de 10 segundos a atingir os 100 km/h.
As baterias de iões de lítio completamente carregadas podem percorrer 160 quilómetros e ser recarregadas totalmente em oito horas, sendo que 80 por cento da carga é atingida na primeira meia hora. O carregamento pode ser feito em qualquer tomada de 220 volts em casa.
Mesmo anunciando um comportamento bastante ágil, graças a um excelente coeficiente aerodinâmico e baixo centro de gravidade, o desempenho não será o principal atractivo do Leaf, que representa uma forma totalmente diferente de olhar para o automóvel.
No interior, comandos tradicionais como embraiagem, travão de mão ou alavanca da caixa de velocidades não existem. O que existe é muita tecnologia e um visual bastante futurista.
Pelos 37 mil euros (dos quais se retira o incentivo de 5 mil euros do Estado e pode beneficiar ainda de 1.500 euros de incentivo ao abate) todo o equipamento é disponível de série e é de fazer inveja a modelos de gama superior. O único opcional é um spoiler traseiro com painel fotovoltaico que recarrega a bateria de 12V dos sistemas auxiliares e custa 300 euros.
Programe tudo antes de sair de casa
Não é só no sistema motriz que difere o Leaf dos automóveis que conhecemos. Todo o conceito se altera a partir do momento em que se pode ligar o nosso automóvel a uma tomada eléctrica. Quantas vezes não acontece entrar no carro no Inverno e desesperar com o frio até que o ar quente saia? Ou o inverso no Verão?
Enquanto o Leaf carrega, pode-se programar a climatização para que o carro esteja à temperatura desejada quando sair. Para além da comodidade, conseguem-se quilómetros extra que se perdiam se a climatização fosse apenas ligada em marcha.
O mesmo se pode fazer com o planeamento das viagens, dado que o sistema de navegação pode ser sincronizado com um computador pessoal ou com determinados smartphones.
Depois, tudo no Leaf aponta para viagens num ambiente de relaxamento. Não existem passagens de caixa de velocidades, as luzes e o limpa pára-brisas têm comandos por sensor, a velocidade pode ser determinada pelo cruise control.
Para além disto, existe na consola central uma verdadeira central de informação com um ecrã de sete polegadas onde se comanda o rádio, o sistema de navegação ou se pode ainda monitorizar de forma precisa o estado de carga da bateria. O sistema de navegação incluiu informação dos postos de recarga, para que não hajam surpresas…
Joel Ribeiro
jribeiro@gazetacaldas.com
Vantagens e desvantagens dos eléctricos

As vantagens dos automóveis eléctricos são diversas. Desde logo os custos de funcionamento e emissões. Enquanto o custo de funcionamento de um automóvel a gasolina que consuma em média 5 litros por cada 100 quilómetros anda próximo dos 8 euros, carregar um eléctrico para os mesmos 100 quilómetros custa cerca de dois euros. Depois existem custos de manutenção nos automóveis de combustão que pura e simplesmente desaparecem nos eléctricos, praticamente desprovidos de elementos mecânicos. Não existem trocas de óleos nem de velas, por exemplo, com ganhos não só financeiros como para o meio ambiente.
O facto de os elementos mecânicos serem praticamente nulos – não há embraiagens, caixas de velocidades e afins – cingindo-se apenas à ligação praticamente directa entre o motor e as rodas de tracção, as probabilidades de avaria são bastante menores neste campo.
O meio ambiente também beneficia da ausência de gases de escape. Embora neste momento não se possa garantir que a energia que move os eléctricos seja limpa, decorrem estudos para que a energia produzida para as recargas das baterias seja na sua maioria proveniente de energias renováveis, com maior probabilidade de isso acontecer caso as recargas sejam realizadas durante a noite.
Outra vantagem prende-se com a poluição sonora. O motor eléctrico é completamente silencioso – os eléctricos emitem um ligeiro silvo artificial a velocidades até 30 km/h por razões de segurança no tráfego urbano – o resto do ruído emitido é causado pelo atrito do contacto dos pneus com o solo.
Ao contrário dos automóveis convencionais mais comuns em que o peso está concentrado à frente, onde se encontram os dois elementos mecânicos mais pesados – motor e caixa de velocidades – no eléctrico o motor pesa menos que uma pessoa e as baterias, o elemento mais pesado, encontram-se mais distribuídas, normalmente na traseira e no veio central, baixando o centro de gravidade e permitindo melhor comportamento em curva.
No que a desvantagens diz respeito, é justamente nas baterias que ainda se encontram as principais. Por ser uma tecnologia ainda relativamente pouco desenvolvida as baterias de iões de lítio, mesmo conseguindo um grau de eficiência bastante superior às tecnologias anteriores, ainda estão longe do que é desejável.
Actualmente tudo se resume ao melhor compromisso possível entre peso e desempenho. A maioria dos eléctricos que estão à venda, ou prestes a estar, anunciam autonomia a rondar os 150 quilómetros com uma carga completa. Com mais baterias teriam maior alcance e poderiam atingir velocidades mais elevadas, mas o tempo de carga seria maior assim como o peso do veículo, comprometendo o comportamento.
Outra desvantagem é o preço, que coloca por enquanto os eléctricos fora do alcance da maioria das famílias portuguesas.
J.R.
Muitas novidades a caminho

O Leaf marca oficialmente a corrida dos grandes construtores mundiais ao mercado dos automóveis eléctricos, mas no encalço seguem já bastantes marcas, estando já anunciados novos modelos, alguns dos quais estão já em fase de reserva.
A começar pelo triunvirato composto pelos ‘gémeos’ Mitsubishi I-Miev, Citröen C-Zero e Peugeot Ion, que já se encontram em fase de reserva com preços a rondar os 36 mil euros e a circular em regime de test drive, mas ainda em 2011 chegam mais alguns modelos.
A Renault, que também está associada à Nissan, tem dois em fase de reserva. O Kangoo ZE (de zero emisson), um modelo versátil que assenta num comercial, mas que pode ser equipado com cinco lugares, e o Fluence ZE, um sedan de três volumes que deriva do Mégane.
O Kangoo tem preço base de 24.600 euros, enquanto o Fluence parte dos 26.600 euros, valores aos quais se deve retirar os 5 mil euros de incentivo fiscal do Estado. Os preços são inferiores aos concorrentes devido a uma diferente política da marca francesa, que opta por preços mais baixos, mas não inclui as baterias, que são alugadas por 79 euros mensais por um período de 36 meses ou 100 mil quilómetros.
Para o final deste ano a Renault conta também poder entregar as primeiras unidades do Twizy, um conceito totalmente diferente. Trata-se de um quadriciclo de dois lugares, que pode ser aberto ou fechado e se pode conduzir com a categoria B da carta de condução. Os preços são mais apelativos, a partir de 6.990 euros mais o aluguer das baterias, que deverá ser inferior a 50 euros mensais. A estes dois junta-se o Zoe, um pequeno utilitário com as dimensões do Clio, que deverá chegar ao mercado só em 2012.
Dos Estados Unidos chegam propostas alternativas para quem pretende maior autonomia sem ter que ligar o carro à corrente a meio de uma viagem que ultrapasse os 150 quilómetros.
Os modelos são o Opel Ampera e Chevrolet Volt, que assentam em princípios semelhantes às outras marcas, mas com uma diferença fulcral. As baterias garantem cerca de 80 quilómetros de autonomia, capazes de satisfazer as necessidades diárias da maioria das pessoas na deslocação casa-emprego-casa. Quando a carga da bateria desce de um determinado nível entra em funcionamento um gerador, um pequeno motor a gasolina abastece de energia os motores eléctricos por mais 500 quilómetros. As propostas da GM são mais caras que o Leaf, estando o preço previsto para 42.900 euros.
No próximo ano esperam-se novidades em maior quantidade, estando previstos lançamentos de várias marcas, entre as quais o Audi A3 E-Tron, o Smart ED, o Ford Focus EV, o Fiat 500 EV e o Toyota IQ EV, modelos para vários gostos, dimensões e tipos de utilização.
J.R.
Câmara em negociações com a EDP para ter o MOBI.E nas Caldas

Um dos principais problemas apontados aos eléctricos é a autonomia. Se os cerca de 150 quilómetros conseguidos pelos modelos actualmente em produção são suficientes para um uso em curtas distâncias, para quem faz viagens um pouco mais extensas, como por exemplo uma ida das Caldas a Lisboa a autonomia é demasiado ‘à justa’. E ir de férias, por exemplo, para o Algarve, pode tornar-se uma dor de cabeça.
Enquanto a tecnologia das baterias não se desenvolver para os níveis conseguidos por um depósito de gasolina ou diesel, a rondar os 800 quilómetros (a Volkswagen previu recentemente que isso pode acontecer dentro de 10 anos), a única forma deste tipo de automóvel ser utilizável como o principal automóvel de uma família é uma alargada rede de carregamento.
É aqui que entra o programa MOBI.E, onde Portugal volta a inovar no que a novas tecnologias diz respeito. Tratam-se de postos de carregamento para veículos eléctricos, sejam eles automóveis ou motociclos, que na fase de projecto-piloto pretende implementar 1.300 postos de carregamento normais e 50 postos de carregamento rápido por todo o país.
No final de concluído o projecto, deverá haver um posto nos principais parques de estacionamento, centros comerciais e postos de abastecimento de combustíveis.
O sistema funciona com um cartão pré-pago que desbloqueia o sistema, depois basta ligar o cabo eléctrico à ficha do veículo e esperar o tempo necessário à carga desejada.
Actualmente estão a funcionar 71 postos de carregamento, a maioria em Lisboa, Porto e Aveiro. Na nossa região existem neste momento postos em três cidades: Torres Vedras, Santarém e Leiria, que já possui quatro postos e pretende chegar aos 27 para ser a segunda cidade com mais postos.
Nas Caldas da Rainha ainda não existem postos de recarga do Programa de Mobilidade Urbana, existindo actualmente contactos entre a autarquia e a EDP para que no futuro tal possa vir a acontecer.
J.R.
Híbridos podem ser alternativa

Para quem tem já a mente aberta à substituição dos automóveis puramente de combustão, mas não confia totalmente nos carros eléctricos, existe sempre a hipótese dos híbridos, uma tecnologia que, desde o primeiro Toyota Prius, tem dado passos cada vez mais sólidos.
Hoje em dia os híbridos, tanto da Toyota, como da Honda (as duas marcas que mais investiram nesta tecnologia até à data) são cada vez mais avançados, embora sigam caminhos diversos.
A tecnologia Hybrid Sinergy Drive da Toyota comporta motores eléctricos independentes do motor a combustão e têm maior capacidade para mover sozinhos o automóvel que o sistema IMA da Honda, mas também é mais cara.
Ambos os sistemas têm como principal vantagem face aos eléctricos puros a autonomia, que chega a ultrapassar os 1000 quilómetros com um depósito. E no tráfego em cidade, como têm capacidade para entrar em andamento apenas no modo eléctrico, ambos os sistemas representam uma grande poupança de combustível e redução de gases de efeito estufa face aos automóveis que apenas utilizam motores de combustão.
A Toyota tem também em circulação, em fase de testes, cinco Prius Plug In, que têm um motor eléctrico e baterias com maior capacidade. São capazes de circular 20 quilómetros como um eléctrico puro (o Prius ‘normal’ faz dois quilómetros no modo exclusivo eléctrico mas com velocidade limitada a 50 km/h), quando a energia das baterias fica fraca funciona como um híbrido normal.
Vantagem dos híbridos são os preços. Actualmente é possível adquirir um híbrido por pouco mais que 20 mil euros e o Prius, que em termos de tecnologia e equipamento se esgrime de igual com o Leaf custa entre 27.800 e 31.500 euros.
J.R."

Em: http://www.gazetacaldas.com/11157/autom ... as-caldas/
NISSAN LEAF Branco c/Spoiler mk1 de 09JUN2011. 195.000 kms.
TESLA Model 3 AWD. Encomenda 03JUL2019. Entrega 09JUL2019. 72078 kms.
Associado da Associação de Utilizadores Veículos Eléctricos http://www.uve.pt

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