OK, aqui vai disto.
Aviso: post longo.
Não vou maçar o tópico com mais uma duzia de screens do LS, fica chato. Registei-os mas não me parece interessante repetir mais gráficos aborrecidos. Começando pelo fim vou dizer o seguinte:
Quando a viagem N/S for tão fácil como a viagem S/N, ir da Mealhada ao Algarve é (ainda mais) fácil num carro que faz 140km com algum (muito) cuidado no pedal.
Terminaram

as minhas férias de verão deste ano no Algarve, ao volante do meu Leaf. Não vou frisar muito a água do mar repetidamente a 28º ou as noites com os mesmos 28º à meia noite, porque posso provocar indigestões a alguém
O que conta são os finalmentes e os meus é isto:

Mais de 1300km ao volante (viagem a meias com a esponja) do carro mais confortável e, no geral, "mais carro" que já tive. Quase 14h para "baixo", as 11h necessárias "para cima", poupança de pelo menos 150€ (enquanto os carregamentos forem gratuitos) e 2 viagens muito, muito agradáveis apesar da duração.
Para o fazer foram necessárias 12 cargas rápidas e muitos dias seguidos de estacionamento debaixo do sol intensivo de Monte Gordo, o que pode causar algumas comichões. Como diria o sábio ogadiv:
Tenho os cuidados máximos que consigo, mas não deixo de andar qualquer que seja o motivo.
Os cuidados foram fazer as viagens pela madrugada (não só para apanhar fresquinho mas também para apanhar menos confusão no trânsito) e procurar um estacionamento melhor (que só consegui no penúltimo dia

). Deixar de andar porque ia apanhar sol no Algarve? Não. Em casa também não teria fresquinho nem sombra garantida.
Em resumo:
- Na viagem para o sul a falta do posto de carregamento Alcácer N/S é muito penalizadora. Com a existência do posto S/N os troços Aljustrel - Alcácer e Alcácer - Aveiras tornam-se "um passeio no parque" e a viagem muito menos pesada.
- O IC1 está miserável. É bom para afastar o sono com aquele cagaço instantâneo "porra que cratera"
- Falta-nos tanto, tanto, um PCR em Leiria. Fizemos com relativa facilidade Pombal - Aveiras (e o oposto obviamente) mas, se em vez de chegar a Pombal "nas lonas" e depois a casa com quase meia carga, pudesse fazer os troços divididos sem esforço, seria obviamente melhor.
- A viagem de regresso estava programada para começar à mesma hora da ida (~~1h30). Ao jantar decidimos que já ninguém ia dormir e não, arrancámos às 22h30.
- Nem a meia hora da praxe é necessária para a maioria destes troços. É mesmo pacífico!
- Apanhámos fresquinho bom na viagem e nunca vi mais que a 9ª barra de temperatura. Na ida tinha chegado à 10º.
Daqui para baixo seguem os pormenores, bom para os casos de insónias crónicas
Fiz a viagem de regresso com os seguintes troços:
(1) Monte Gordo - AS Loulé, saída a 100% e +- 1h sem grandes preocupações. Chegada a Loulé com ~~45% SOC, com 68km feitos.
Um episódio curioso: ao chegar à AS, ia uma carrinha Megane à minha frente. Não estava um único carro no estacionamento, mas imaginam onde é que a carrinha foi estacionada? Aí mesmo, no lugar do carregamento de VE

Uma buzinadela depois lá pude colocar-me à carga.
Como tinha carga e "só precisava de fazer 100km para chegar a Aljustrel por AE", só usei 20 minutos de carga, até aos ~~80%. Um erro...
(2) Loulé - Aljustrel, feito totalmente em AE. Na ida tinha gasto só ~~60% nesta ligação de 100km e por isso carreguei pouco em Loulé. CC a 85 km/h como na ida mas, aparentemente e neste percurso, as subidas são muito mais acentuadas do que no sentido contrário. Por causa disso já só levava ~~50% de carga a grande distância da AS Aljustrel e instalou-se algum
"range anxiety". Com reduções de velocidade significativas lá chegámos, já depois do aviso de bateria fraca pois claro

Aqui usámos os 30 minutos na totalidade, tendo saído com 92% SOC. Se tivesse carregado decentemente antes, já não tinha sofrido. Fica a nota, este troço é mais exigente neste sentido do que no contrário. Ah, também tinha baixa pressão nos pneus, tudo a ajudar
(3) Aljustrel - Alcácer. Não fossemos obrigados a gramar mais de 20km antes de poder sair da A2 e este bocado até podia ser poupado

Como não é possível e a ligação é curta (como deviam ser as ligações todas entre PCR), o percurso foi feito em AE + EN em modo descontraído, velocidade a rondar os 80-100km/h e com chegada acima de 30%. 25 minutos chegaram para os 95% com que saímos do PCR (com 8 barras de temperatura também)
(4) Alcácer - Aveiras. 100km feitos em modo de poupança ao contrário do troço anterior, fazendo uso do CC nos longos troços de nacional a 69km/h. Chegámos com ~~40% SOC (o que quer dizer que faríamos ~~180km neste perfil de percurso e velocidade) e perdemos 6º de temperatura no pack. A seguir era o esticão até Pombal e por isso usámos todos os 30 minutos até aos 95% SOC. Não me canso de repetir que este troço e o anterior são infinitamente mais fáceis e descontraídos do que o sentido inverso com a ida a Palmela e um esticão gigante até Aljustrel.
(5) Aveiras - Pombal. Éramos para ter passado na Auto Júlio (agradecimento para a autorização concedida no dia anterior ao telefone) e até passámos lá à frente mas, aquela hora, ainda estariam todos ao quentinho em vale de mantas

. De facto Leiria é o ponto ideal para o PCR para mim neste troço mas, como não há, lá tivemos de gerir até Pombal. No início há umas subidas que fazem o GOM baixar muito mesmo e, como já raiava o dia, já haviam dezenas de camiões que quase nos "empurravam" e faziam gastar mais do que queríamos. Depois da Batalha tudo se torna mais fácil. Chegámos já no 1º aviso de bateria fraca como seria de esperar. 20 minutos chegaram para os 85% SOC e as 9 barras de temperatura, mais do que suficiente para as voltas.
(6) Pombal - Casa. Sem história a não ser a ida às compras

Cheguei a casa (depois das compras) com 8 barras que baixaram para as 6 conforme o dia progrediu.
Ao chegar a casa, pensei em dar um miminho ao Leaf que se portou tão bem com uma lavagem bem aplicada. Fez-me suar à brava, ele.
Em relação à limitação da potência com as cargas ou temperatura, obviamente que não a senti porque:
a) procurámos fugir às horas de altas temperaturas fazendo as viagens pela noite/madrugada
b) mesmo com as baterias quentes, as velocidades que praticámos não provocam aquecimento acima do que é imposto pelas cargas rápidas.
Na minha opinião o Leaf é um carro perfeitamente adequado a esta viagem, pelo menos para pessoas dispostas a aceitar as limitações impostas pela máquina. O nível de conforto é 5* e meia, fazem-se horas e horas seguidas quer ao volante quer à pendura sem qualquer queixa.
O GPS do Leaf é um cocózinho mas o planeador de percursos do site da Nissan funciona 5*. Preparei a viagem tranquilamente no PC, enviei o percurso para o GPS e não falhou uma curva em todo o caminho.
E foi esta a história da nossa viagem. Agora vou só cortar os pulsos enquanto penso no regresso ao trabalho
