
A culpa é do modelo?
- mjr
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Re: A culpa é do modelo?
Essa discussão é muito interessante, mas não está no âmbito deste tópico, que é apenas e só se o modelo da ME português fomenta preços mais altos em PCN em relação a PCR.
A um exemplo em isso acontece no modelo dado pelo Alexandre dei um exemplo em que isso também acontece fora do modelo, demonstrando ser algo universal e intrínseco ao serviço prestado.
Para discutir preços, abordagens de mercado, facilidade de iniciar um negócio, etc, sugiro um dos tópicos sobre o modelo.
A um exemplo em isso acontece no modelo dado pelo Alexandre dei um exemplo em que isso também acontece fora do modelo, demonstrando ser algo universal e intrínseco ao serviço prestado.
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- BrunoAlves
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Re: A culpa é do modelo?
Não digo que a discussão não tenha divergido (até porque o problema é muito lato, não há como não falar à volta). Mas o tópico tem o título "a culpa é do modelo?" e pelo menos no exemplo do PCR vs PCN do E.Leclerc, parece óbvio que é.
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- alexmol
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Re: A culpa é do modelo?
Tenho estado a observar "da bancada" este desafio e a tentar aprender qualquer coisa.
A opinião do mjr parece-me bastante clara.
Só pedia ao BrunoAlves que explicasse melhor como poderíamos ter PCN de potência <=7.4kW em locais isolados, fora do modelo, a preços aceitáveis. É possível ou a estrutura geral de preços de energia e logística nunca o vai permitir ?
A opinião do mjr parece-me bastante clara.
Só pedia ao BrunoAlves que explicasse melhor como poderíamos ter PCN de potência <=7.4kW em locais isolados, fora do modelo, a preços aceitáveis. É possível ou a estrutura geral de preços de energia e logística nunca o vai permitir ?
- BrunoAlves
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Re: A culpa é do modelo?
Não, não era a isso que me referia, nem conheço o tarifário. As contas que fiz foi alimentar 3 tomadas de 30A a partir de um contador residencial de 20,7kVA, como "qualquer um" de nós pode ter em casa.
Nessa condição, mesmo sem TAR descontada e um par de botas, o serviço é mais vantajoso para o dono do posto e UVE do que com modelo.
Acabei de o fazer. Para 3 tomadas de 30A monofásicas, pedes uma baixada doméstica de 20,7kVA e é melhor negócio do que com modelo. Sem TAR descontada, sem isenção de custos de potência, etc, e ainda é melhor negócio.
É que o OPC já tem de ter backoffice e help desk, só tem de ter um sistema de facturação. Claro que estou a simplificar, mas grosso modo é isto.
Para os 3,6kW já disse, é caridade. Para esses casos só mesmo como uma tomada e sobretaxa a um estacionamento pago ou assim. Não é negócio de todo, não tem volume.
Vê os PCN concessionados a 0,004€/min e tenta tirar daí alguma racionalidade. Eu não encontro.
Postos isolados, como temos por aí espalhados, de facto não são fáceis de rentabilizar. Mas:
- no exemplo que tu deste tens um PCR e um PCN fornecidos da mesma instalação onde só é mais caro o PCN porque o modelo existe.
- o facto de existirem nesses moldes instalados, não significa que não se possa olhar para o muito que falta instalar em moldes diferentes e melhores
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- rnlcarlov
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Re: A culpa é do modelo?
Penso que seja essa a ideia do Chargesurfing que já referi. Ainda não há muitos pontos activos em Portugal, mas pelo que vi de preços consegue-se carregar em PCNs a preços mais aceitáveis, ficando a 20 e poucos cêntimos por kwh, sem penalizar os que carregam mais devagar pois no mesmo posto o preço por minuto é diferente consoante se carregue a 3 ou 7kW. Claro que isto só pode acontecer quando o dono do posto também é quem compra a energia.
Neste caso, são as próprias pessoas ou pequenos negócios que compram carregadores para carregar os seus veículos, mas que também servem para ser usados por qualquer pessoa registada na plataforma, rentabilizando um pouco mais o equipamento.
- BrunoAlves
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Re: A culpa é do modelo?
Não acho que seja comparável. A Chargesurfing será ilegal como qualquer outra versão de carregamento além da rede pública. Tu podes alugar a tua casa no AirBnB, mas não podes vender o carregamento em tua casa porque legislação e blablabla. Ainda que alugar a casa preveja obviamente a concessão de electricidade. É quão ridícula é a legislação.
O exemplo e as contas que fiz não consideram "partilha" de energia, concessão de estacionamento, nada. Pegas em 2 postos (e inutilizas uma das tomadas), pedes um contador doméstico de 20,7kVA, metes uma fase em cada tomada disponível. E isso é melhor negócio para toda a gente do que com o modelo.
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- alexmol
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Re: A culpa é do modelo?
Percebido.BrunoAlves Escreveu: ↑13 dez 2020, 16:52Acabei de o fazer. Para 3 tomadas de 30A monofásicas, pedes uma baixada doméstica de 20,7kVA e é melhor negócio do que com modelo. Sem TAR descontada, sem isenção de custos de potência, etc, e ainda é melhor negócio.
É que o OPC já tem de ter backoffice e help desk, só tem de ter um sistema de facturação. Claro que estou a simplificar, mas grosso modo é isto.
De uma forma muito básica mesmo seria no modelo actual acabar com o CEMEs e os OPC comprariam a electricidade como uma qualquer empresa que precisa de energia (por exemplo as operadoras de telecomunicações que têm antenas por todo o lado) ?
Na tua opinião bastaria isso?
E isso faria com que os PCNs ficassem a preços mais baratos que os PCRs ? Esta questão é que ainda não está clara para mim.
- BrunoAlves
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Re: A culpa é do modelo?
Sem dúvida. Como já foi dito e repetido, há situações em que não há modelo nem falta de modelo que os safe. Postos isolados em cascos de rolha e baixa potência não são rentáveis, ponto. É preciso olhar para PCN de forma diferente do posto sozinho no centro histórico da cidade xpto. 3 postos juntos? Já faz sentido. Assim haja ocupação actual ou futura.alexmol Escreveu: ↑13 dez 2020, 22:11De uma forma muito básica mesmo seria no modelo actual acabar com o CEMEs e os OPC comprariam a electricidade como uma qualquer empresa que precisa de energia (por exemplo as operadoras de telecomunicações que têm antenas por todo o lado) ?
Na tua opinião bastaria isso?
Temos de ser objectivos. Todos nós queremos ser cobrados por kWh e não por tempo. Mesmo que eu entenda perfeitamente que um OPC cobre por tempo por ter o equipamento em uso a XX ou YY potência, o meu carro anda a electrões e não a minutos, pelo que o óbvio é pagar kWh.
Com isto em mente, um PCR debita sempre mais electrões por unidade de tempo do que um PCN, ou seja tem maior rentabilidade potencial. Em unidades de tempo ou energia.
Desse ponto de vista, o PCR é sempre melhor negócio do que um PCN. Pode ser mais caro mas tem muito mais potencial de rentabilização. Repito não é por acaso que há muito mais crescimento da rede rápida do que da lenta.
O que eu acho é que com o modelo nunca consegues ter um PCN (abaixo dos 11kW) a custos aceitáveis para o UVE e com retorno interessante para o dono do posto. Nem com TAR subsidiada, com isenção dos custos de disponibilidade de pertencia, nada. Fora do modelo até com uma baixada doméstica consegues..
Respondendo à tua pergunta do tópico, sim, a culpa é do modelo. E de quem anda nisto não perceber NADA de mobilidade eléctrica, a começar e acabar na MobiE (que não tem lugar nem mérito em modelo nenhum de lugar nenhum do mundo, o que já pagámos em 10 anos a essa entidade dava para termos a melhor rede do mundo e arredores. Nem em Marte existiria uma coisa assim!)
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Re: A culpa é do modelo?
Terminar com a Mobi.E seria sim uma boa medida, contudo a aberração deste modelo não é apenas culpa da Mobi.E.
E não pensem que o modelo é mau porque foi feito em cima do joelho. Nada disso. Isto já vem a ser desenhado desde 2010 por interesses instalados que sempre souberam o que pretendiam do sistema e como queriam que ele funcionasse.
Esta legislação da ME não apareceu nestes moldes por acaso, alguém em devido tempo mexeu os cordelinhos.
O modelo apenas foi sofrendo alguns pequenos ajustes e desvios "forçados" (que o tornaram nesta trapalhada) mas os principais interesses mantêm-se lá intocados.
A Mobi.E, com toda a sua competência, tem sido pouco mais que um pau mandado e no fundo é quem dá a cara, ou devia dar.
E não pensem que o modelo é mau porque foi feito em cima do joelho. Nada disso. Isto já vem a ser desenhado desde 2010 por interesses instalados que sempre souberam o que pretendiam do sistema e como queriam que ele funcionasse.
Esta legislação da ME não apareceu nestes moldes por acaso, alguém em devido tempo mexeu os cordelinhos.
O modelo apenas foi sofrendo alguns pequenos ajustes e desvios "forçados" (que o tornaram nesta trapalhada) mas os principais interesses mantêm-se lá intocados.
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- rimsilva
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Re: A culpa é do modelo?
Ainda não tive tempo de ler os ultimos "romances" escritos neste tópico

Os criticos vão dizer 2 ou 3 cêntimos é praticamente nada, mas para mim são fundamentais para os OPC, como a KLC, Helexia, Prio e outros (que ainda vão apresentando alguns postos com preços justos), fossem capazes de apreentar preços finais na casa dos 0,25€/kWh. Para restantes OPCs, a minha solução é não os usar, como se não existissem.
Se os OPC nacionais tivessem uma verdadeira intenção de prestar o melhor serviço ao melhor preço, deveriam realizar benchmanks com outros operadores europeu, percebendo dessa forma o porquê de não serem capazes de se equiparar a uma Easycharger que todas as semanas inaugura postos de carregamento a 0,3€/kWh e 0,2€/kWh, aí iriamos perceber se o problema estaria no modelo/leis, na falta de estratégia para gerir o negócio a longo prazo em vez de procurar o lucro imediato, na falta de apoios do estado, da incapacidade de termos uma energia mais barata ou outro razão qualquer.
Precisamos de ser mais exigentes para todos sairmos a ganhar, de olhar para os melhores exemplos com a humildade de aceitar que outros podem ser melhores do que nós e que o passado de pioneirismos já lá vai.