
Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
- rimsilva
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Pessoalmente acho que se continua a concentrar em problemas secundários do "modelo" em vez dos aspectos fundamentais.
Questões de incompetência da mobi.e ou da complexidade dos preços a pagar, mesmo que sejam resolvidos, apenas darão força a quem defende o actual "modelo", uma vez que o impacto no preço dos carregamentos poderia nem acontecer.
O problema fundamental não está na dezena de parcelas que formam o preço, porque pode perfeitamente ser substituida por uma parcela (como passou a ser feito na miio e já existia na BMW charging) e no final o preço ser na mesma elevado ou até superior....
O Foco terá de ser em terminar de vez com a obrigatóriedade do CEME.
É aqui onde está toda a burocracia em estabelecer contratos, para defnir preços e politicas comerciais com os utilizadores de VEs (quando são os OPC que instalam os postos e que mais interessam as utilizadores), são a razão para que os OPC possam ter tendência a aumentar mais os preços ou a cobrar ao minuto, uma vez que não têm outra forma de criar receita!
Se não existisse CEME, nunca teria sido assunto de plémica os postos do Continente ou da Tesla, porque todos estariam a exercer a actividade de OPC com base nas mesmas regras e aí todos poderiam optar de forma livre entre a rede publica ou ficar fora dessa rede.
Depois é que se veria se existe ou não vantagens em pertencer a uma rede unica, porque seriam os OPC's a tomar essa opção.
Questões de incompetência da mobi.e ou da complexidade dos preços a pagar, mesmo que sejam resolvidos, apenas darão força a quem defende o actual "modelo", uma vez que o impacto no preço dos carregamentos poderia nem acontecer.
O problema fundamental não está na dezena de parcelas que formam o preço, porque pode perfeitamente ser substituida por uma parcela (como passou a ser feito na miio e já existia na BMW charging) e no final o preço ser na mesma elevado ou até superior....
O Foco terá de ser em terminar de vez com a obrigatóriedade do CEME.
É aqui onde está toda a burocracia em estabelecer contratos, para defnir preços e politicas comerciais com os utilizadores de VEs (quando são os OPC que instalam os postos e que mais interessam as utilizadores), são a razão para que os OPC possam ter tendência a aumentar mais os preços ou a cobrar ao minuto, uma vez que não têm outra forma de criar receita!
Se não existisse CEME, nunca teria sido assunto de plémica os postos do Continente ou da Tesla, porque todos estariam a exercer a actividade de OPC com base nas mesmas regras e aí todos poderiam optar de forma livre entre a rede publica ou ficar fora dessa rede.
Depois é que se veria se existe ou não vantagens em pertencer a uma rede unica, porque seriam os OPC's a tomar essa opção.
- Nonnus
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Para isso acontecer era preciso haver vontade de fazer uma lei especifica para ME, onde os OPC´s poderiam comprar a energia a quem quisessem e vender depois. Em vez de sermos nós a ter um contrato de compra de energia. Com os QR codes em que despensa um contrato entre nós e um CEME, só vem mostrar que não faz qualquer sentido sermos nós a escolher o CEME para depois usarmos os postos de carregamentos de terceiros.rimsilva Escreveu: ↑26 abr 2021, 10:08O Foco terá de ser em terminar de vez com a obrigatóriedade do CEME.
É aqui onde está toda a burocracia em estabelecer contratos, para defnir preços e politicas comerciais com os utilizadores de VEs (quando são os OPC que instalam os postos e que mais interessam as utilizadores), são a razão para que os OPC possam ter tendência a aumentar mais os preços ou a cobrar ao minuto, uma vez que não têm outra forma de criar receita!
Se não existisse CEME, nunca teria sido assunto de plémica os postos do Continente ou da Tesla, porque todos estariam a exercer a actividade de OPC com base nas mesmas regras e aí todos poderiam optar de forma livre entre a rede publica ou ficar fora dessa rede.
Depois é que se veria se existe ou não vantagens em pertencer a uma rede unica, porque seriam os OPC's a tomar essa opção.
Em ultimo caso podíamos ter um contrato (se fosse caso disso para ter descontos) com o OPC.
Numa analise mais fria e castradora todos os OPC´s eram obrigados a ser CEMES não havendo distinção de CEME e OPC era sempre o mesmo player a operar e a vender energia naquele posto (mas isto já existe nos fosseis

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Andamos à voltas com este assunto :Nonnus Escreveu: ↑26 abr 2021, 10:36Numa analise mais fria e castradora todos os OPC´s eram obrigados a ser CEMES não havendo distinção de CEME e OPC era sempre o mesmo player a operar e a vender energia naquele posto (mas isto já existe nos fosseis) tendo total liberdade para gerir o seu negócio de compra e venda de energia.
viewtopic.php?f=29&t=7848&start=240#p139869
A lei não permite que os OPC sejam CEME e vice-versa...
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Para isso acontecer era preciso haver vontade de fazer uma lei especifica para ME,
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
A lei o que impede mesmo é que não se tenha uma easycharger em Portugal a cobrar o que já sabemos, fora isso dá para fazer praticamente tudo.
Pode existir por exemplo, a EDP A (CEME) + EDP B (OPC), é ao gosto do freguês... A unica "desvantagem" é que está nas mãos do utilizador a escolha do cartão CEME.
No entanto nada impede, que uma "boa" politica de descontos e descontinhos canalise os clientes CEME para um determinado OPC... E assim, já percebemos que é o interveninente mais importante neste fantástico modelo de ME.

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
É isso mesmo. O OPC tem de arcar com o risco e o investimento, o CEME tem a sua renda garantida a preço de consumidor final e não de cliente industrial. E o OPC ainda se arrica a que o CEME resolva também investir em postos do outro lado da rua, em concorrência direta, e a praticar preços mais baixos, pois o que ganha na energia dá para reduzir os valores do seu próprio OPC.
Só um maluco é que investe a sério neste cenário de mercado.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
E no entanto, acreditando nas palavras de quem fala regularmente com os OPC (e não temos qualquer razão para duvidar), os OPC estão perfeitamente satisfeitos com o modelo.
Vá-se lá entender.
Edit
Estão é a fazê-lo nas condições que o podem fazer, porque não o fazer é ficar para trás.
Faz-me alguma espécie, mas é o que é. Como é que um grande OPC não olha para uma Easycharger e deseja algo semelhante para si? Não entendo. Ou se calhar nós é que estamos a ver isto mal e a cobrança por tempo sem responsabilidade no fornecimento de energia até tem vantagens que nós não entendemos.
Certo é que o utilizador não é beneficiado. Se isso é relevante para alguém? Não sei.
Vá-se lá entender.
Edit
Aqui discordo. Os OPC estão a investir e em força (tanto quanto sei há filas e filas de postos encomendados e à espera de entrega/instalação).
Estão é a fazê-lo nas condições que o podem fazer, porque não o fazer é ficar para trás.
Faz-me alguma espécie, mas é o que é. Como é que um grande OPC não olha para uma Easycharger e deseja algo semelhante para si? Não entendo. Ou se calhar nós é que estamos a ver isto mal e a cobrança por tempo sem responsabilidade no fornecimento de energia até tem vantagens que nós não entendemos.
Certo é que o utilizador não é beneficiado. Se isso é relevante para alguém? Não sei.
Se forem conduzir, não bebam. Se forem beber, chamem-me!!! 

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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Só o compreende por 1 ou 2 motivos, 1º a tal questão de não se preocupar com a compra da energia e dessa forma ter uma estrutura um pouco maior, além de não se preocupar com faturação e burocracias de correcção de faturas, etc... (embora o modelo que eu prespectivava, antes desta salgalhada, também não teria de ter esta preocupação com a faturação, uma vez que seria uma entidade do tipo "via verde" a assumir esse papel).BrunoAlves Escreveu: ↑26 abr 2021, 13:31E no entanto, acreditando nas palavras de quem fala regularmente com os OPC (e não temos qualquer razão para duvidar), os OPC estão perfeitamente satisfeitos com o modelo.
Vá-se lá entender.
2º motivo (que acho que será fundamental no futuro) será o actual panorama da ME, em que há poucos postos e por isso os operadores (não são todos) aplicação tarifários ao minuto elevadas, aproveitando a falta de concorrência.
Custa-me a compreender esta postura, porque há sempre o risco de o posto não ser utilizados, uma vez que a grande maioria dos utilizadores de VEs, carregam em casa.
Quando chegar a tal concorrência, estes OPCs serão obrigados a procurar formas de reduzir custos, para compensar a quebra nas receitas.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
O OPC não vende energia vende minutos como sabemos e acaba por ser o único interveniente que tem preço afixado no local de consumo e prestação do serviço.
Claro que apesar da teórica separação entre CEMES e OPC quando existe comunhão de grupo empresarial no relacionamento entre estes, a capacidade a resistir e dominar o mercado é flagrante e determinante.
Ambiente concorrencial não acontecerá. Quando houver postos suficientes ou perto disso os OPC "independentes" serão "comidos" e ficaremos com um modelo idêntico ao das telecomunicações em Portugal com três grupos concertados em tarifas, das mais caras da Europa, com quase impossível entrada de novos players.
Enquanto isto não acontece, a unica possibilidade é derrotar este modelo, extinguir a Mobi.e na sua inutilidade e solicitar ao legislador produção legal que possibilite aos OPC negociar e comprar eletricidade no mercado grossita para venderem a retalho em unidades de energia tarifadas em escalões de potência e não de tempo, nos postos em que investirem, em concorrência entre eles e na negociação com os grossitas de eletricidade sem que estes tenham algo a ver diretamente com a mobilidade eléctrica.
Uma nova associação de utilizadores de veículos eléctricos mais ativa e diferente da atual, uma comissão de utilizadores, uma petição, outro tipo de iniciativa, seja ao que for algo acontecerá e terá de acontecer.
A aberração do atual modelo é tal, por um lado na vertente das ilegalidades concorrenciais e atropelos dos direitos dos consumidores e por outro nas consequências da monstruosidade que se refletirão na inoperância e preços elevadíssimos para um serviço medíocre, que acabará por deixar em alerta mesmo os atuais defensores deste modelo, como alguns dos que por aqui leem e opinam, assim como despertará a curiosidade de organismos Europeus ou incitará uma queixa pela existência de um monopólio Estatal, gerido pelo Estado, anticoncorrencial e violador de direitos dos consumidores.
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Re: Modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal
Não acho que seja assim tão evidente a situação dos 3 ou 4 grupos concertados, até porque há uma nova "força" a surgir que não tem nada a haver com as gasolineiras ou companhias de energia, são os contrutores automóveis.JLMF Escreveu: ↑26 abr 2021, 19:11O OPC não vende energia vende minutos como sabemos e acaba por ser o único interveniente que tem preço afixado no local de consumo e prestação do serviço.
Claro que apesar da teórica separação entre CEMES e OPC quando existe comunhão de grupo empresarial no relacionamento entre estes, a capacidade a resistir e dominar o mercado é flagrante e determinante.
Ambiente concorrencial não acontecerá. Quando houver postos suficientes ou perto disso os OPC "independentes" serão "comidos" e ficaremos com um modelo idêntico ao das telecomunicações em Portugal com três grupos concertados em tarifas, das mais caras da Europa, com quase impossível entrada de novos players.
Enquanto isto não acontece, a unica possibilidade é derrotar este modelo, extinguir a Mobi.e na sua inutilidade e solicitar ao legislador produção legal que possibilite aos OPC negociar e comprar eletricidade no mercado grossita para venderem a retalho em unidades de energia tarifadas em escalões de potência e não de tempo, nos postos em que investirem, em concorrência entre eles e na negociação com os grossitas de eletricidade sem que estes tenham algo a ver diretamente com a mobilidade eléctrica.
Uma nova associação de utilizadores de veículos eléctricos mais ativa e diferente da atual, uma comissão de utilizadores, uma petição, outro tipo de iniciativa, seja ao que for algo acontecerá e terá de acontecer.
A aberração do atual modelo é tal, por um lado na vertente das ilegalidades concorrenciais e atropelos dos direitos dos consumidores e por outro nas consequências da monstruosidade que se refletirão na inoperância e preços elevadíssimos para um serviço medíocre, que acabará por deixar em alerta mesmo os atuais defensores deste modelo, como alguns dos que por aqui leem e opinam, assim como despertará a curiosidade de organismos Europeus ou incitará uma queixa pela existência de um monopólio Estatal, gerido pelo Estado, anticoncorrencial e violador de direitos dos consumidores.
Quanto a mim, o maior risco nem será a concorrência, mas o pouco peso do OPC e o risco de "desaparecer", continuar a existir a possibilidade de 2 politicas de preços (CEME+OPC) e como consequência preços elevados para os utilizadores ocasionais da rede, que vão pagar caro porque não lhe compensa entrar em plano de carregamento com mensalidades associadas.
Também já abordei varias vezes a intervenção dos organismos europeus, era bom, mas será sempre uma situação pouco provável.