Preço da Eletricidade Mercado Iberico

[RJSC]

Aqueles que vivem em zonas de parques eólicos tem visto as eólicas paradas mais que o normal?

Só um pormenor, elas pode estar a rodar e estar a produzir apenas 1% da potência máxima.
Por forma a manter a eficiência os geradores rodam a uma velocidade até 10% acima ou abaixo da velocidade síncrona com a rede, quer estejam a produzir 1% ou 100% da capacidade parece sempre que estão a rodar à mesma velocidade.

[rnlcarlov]

Obrigado. Então é o que eu dizia: aqueles leilões de energia a 20€/MWh são para inglês ver. Fantástico

Como sabes não estou habilitado para discutir o mercado energético contigo
Mas não foi isso que eu disse. Este ano em particular é que as emissões de co2 ficaram bastante mais caras, as centrais de carvão começaram a ser desligadas antes. O que eu quero dizer é que se desligaram centrais de base, tendo essa produção de base sido substituída por geração intermitente (renováveis) e mais "orientada a pontas" (GN).

Os leilões não são para inglês ver. Uma coisa são contratos a longo prazo com um preço fixo, como muitos desses leilões. Outra são as centrais a operar em regime de mercado. A energia adquirida sob os contratos é mesmo esse preço, não há lucros caídos do céu para esses. O problema é o resto da energia que falta, que é a maior parte.

Mas o que é que tu chamas centrais de base vs orientada a pontas? Tanto o gás como o carvão ocupam a mesma função de backup quando o resto das energias mais baratas não é suficiente para a procura.

[BrunoAlves]

Mas o que é que tu chamas centrais de base vs orientada a pontas? Tanto o gás como o carvão ocupam a mesma função de backup quando o resto das energias mais baratas não é suficiente para a procura.

Agora não sei, já não acompanho a coisa
Mas no meu tempo de escola, antes destas modernices as centrais de base eram hidroeléctricas e a carvão. As de ponta eram a GN. As centrais a carvão não têm a mesma capacidade de resposta rápida das GN.

Agora com a instabilidade das renováveis pode ser diferente, mas o cenário "normal" era ter centrais de base em funcionamento contínuo e as de ponta a cobrir as pontas. O que se vê é que as de carvão foram desligadas (e bem), mas a substituição foi por fontes intermitentes e pouco fiáveis. Logo as que não foram desligadas têm de fazer as vezes.
Juntando isso a um cenário de (aparente) pouca transparência no custo da produção de energia, parece-me uma bela salganhada e paga Bruno

[rnlcarlov]

Neste momento com o expandir das renováveis o panorama já será diferente. Até porque agora estamos no mercado ibérico, e não num local onde a produção é monopolizada pela EDP, a qual tinha direito a rendas (e ainda tem algumas tanto quanto sei) só para manter as centrais prontas a arrancar.

O que pode arrancar mais depressa são as hidroelétricas. As centrais a carvão podem demorar mais tempo a arrancar, mas algumas de gás também. Tudo depende do tipo de turbinas que utilizam. As turbinas as vapor são as que demoram mais. Turbinas a gás (seja natural ou gás de petróleo) são mais rápidas.
Mas neste momento a utilização de carvão ou gás prende-se sobretudo com custos de usar uma matéria-prima ou outra. Cada vez mais o carvão sai penalizado pelo CO2, mas a relação de preço carvão/gás tem oscilações (embora ultimamente tenham todos subido) e pode em algumas alturas tornar um mais atrativo que o outro. Na Alemanha ainda existe uma % muito significativa de carvão, ao ponto que se calhar podemos chamar de base. Mas aqui pelo Sul nem por isso. Nem no UK, que no ano passado foram menos de 2% a carvão.

[BrunoFonseca]

O que não se compreende é a demora no investimento da energia solar. Tanto Portugal como a Espanha têm muito mais horas de Sol que a Alemanha e um menor capacidade instalada. Porquê??
Note-se que não sou favorável a grandes centrais solares a cobrir vastas áreas de solos férteis mas sim no aproveitamento do edificado existente.

Quanto à crise energética vai generalizar-se e não e exclusivo do mercado Ibérico estando já a afectar toda a Europa. A culpa é 100% da dependência dos fosseis (Gas Natural), ainda para mais quando estas fontes são provenientes de regimes como o Russo, Saudita, e no caso da Ibéria, Marroquino e Argelino.

Há já comercializadores Britânicos a fechar a porta, e também em Portugal já existe esse risco.

É cada vez mais evidente que os fosseis não são a solução, e quanto à intermitência das renováveis não é para mim um argumento. O Sol nasce e põe-se todos os dias, sabemos com exactidão a cada dia quantas horas de sol teremos, logo será fácil definir patamares minimos e máximos de produção de acordo com as condições atmosféricas, mas excepto em caso de eclipse solar, estaremos sempre a produzir durante as horas de maior consumo.

E por falar em consumo... o consumo no verão e por norma menor ao consumo realizado no inverno. Há sem dúvida aqui algum aproveitamento. É uma bolha que irá rebentar. Investigue-se quem está a lucrar por detras disto tudo.

Para terminar, talvez até seja bom que estas coisas aconteçam para ver ser o "status quo" muda. É necessário mudar o chip. O armazenamento de energia já é possível e não é explorado. Os tão falados picos e intermitências podem ser facilmente mitigados com o armazenamento.

[rnlcarlov]

Em parte é uma questão de proporção. A Alemanha tem uma grande capacidade instalada de solar, mas também é o maior consumidor europeu. A produção solar da Alemanha costuma andar um pouco acima do dobro da Ibérica, mas o consumo deles também é o dobro.
Claro que outra parte é o capital necessário para fazer esse investimento, e muitos dos incentivos para a instalação de energias limpas pagam-se na fatura de eletricidade, tal como acontece cá. E certamente que muitos conhecemos o coro de lamentações sobre as rendas às renováveis e etc e tal.

Mas voltando à questão da proporção, a península Ibérica pode não estar tão à frente como a Alemanha, mas é interessante notar como a produção eólica e solar está frequentemente acima da Itália e da França. E o investimento no solar está a acelerar a grande ritmo. Basta olhar para os aumentos nos últimos 2 anos.

[Nonnus]

https://pplware.sapo.pt/informacao/port ... ibwezkCZxE

Agora fiquei confuso.

[BrunoAlves]

Podes resumir sff? Não tenho por hábito alimentar o tupperware
Tupperware, 4gnews e mais alguns antros de clickbait estão mais ou menos barrados por aqui

[rnlcarlov]

Podes resumir sff? Não tenho por hábito alimentar o tupperware

É um balanço das fontes de energia utilizadas até Setembro, com as renováveis a representarem 61%. A produtibilidade hidroelétrica foi 13% maior que a média histórica e o consumo de gás natural foi inferior ao período homólogo do ano passado.

@Nonnus Nada disto é novidade, o problema é que o gás encareceu imenso, bem como o CO2. Logo bem podem estar as eólicas e fotovoltaicos a bombar que basta entrar o gás um bocadinho no sistema e lá vai o preço por aí acima. E como já foi aqui referido, a hídrica é uma energia muito "interesseira", colando-se sempre ao produtor mais caro de forma a maximizar o lucro. Logo mesmo uma boa produção hídrica não faz muito pelo preço quando as alternativas fósseis estão caríssimas.

[BrunoAlves]

Sendo isto um princípio completamente inacreditável de regular os preços (isto sequer é lógico?) não justifica como é que em toda a Europa se batem recordes do custo de energia... Se fosse só pelo princípio do mercado ibérico ok, estávamos caros porque a produção fóssil assegura 20% de toda a produção mas toda a gente recebe pelo preço fóssil. Ridículo mas é assim.
Mas está caríssimo em todo o lado. O que é que justifica isto?