Petição Pública UVE: Restrições de vendas de veículos convencionais com motor de combustão interna, a partir de 2030

[BrunoFonseca]

Estamos a falar do fim da comercialização de veículos novos a combustão.
O que referi da rede e o seu crescimento, aplica-se também ao mercado automóvel. Note-se que este ano ja tivemos meses em que a venda de VE foi superior à venda de veículos a diesel. Quem diria... estes que há meia dúzia de anos tinham uma quota de mercado superior a 50%

Ainda sobre a rede: adquiri o meu VE em 2018 e lembro-me bem como era a rede e como esta evoluiu em 4 anos. O crescimento da rede tem sido exponencial. Estima-se que nos proximos anos multiplique por 5.

[BrunoFonseca]

Já fui defensor do mesmo. Neste momento não vejo condições para que tal aconteça, a rede de recarga evolui a passo de caracol, continua não confiável e os custos subiram exponencialmente. Não vejo um futuro risonho para os carros elétricos em Portugal com o modelo de rede que foi criado.

Exponencial tem sido o crescimento da rede

[mjr]

Não concordar com esta petição porque não concordam com o modelo de carregamento, enfim, nem sei como classificar... Acho que falta um bocado de perspetiva, nem tudo é o modelo.

Esta petição da UVE está alinhada com a posição da GEVA na COP26, só não é mais ambiciosa porque em alguns países não foi possível pedir mais. Se dependesse só de Portugal as metas poderiam ser facilmente mais ambiciosas, basta ver como em 2022, 8 anos antes de 2030, já temos uma cota perto de 20%. Para chegar a 100% em 2030 basta crescer a 25% ao ano, algo que é (bem) abaixo do crescimento dos últimos anos.

[LFN]

Eu faço viagens frequentes de longa distância e vejo as condições (ou a falta delas) para servir mais que meia-dúzia de carros em circulação. Vejo a falta de fiabilidade de uma rede que me indica estar um posto disponível, chego lá e recusa os meus cartões todos (tenho vários). Isto é para meia dúzia de carolas que têm gosto, vontade, determinação e capacidade de planeamento, não é para as massas, para pessoas que querem ir do ponto A para o B sem chatices, ainda por cima não tardará muito com carros mais caros e um custo por km mais caro do que um vulgar fumarento. Lamento mas neste estado de coisas não considero que se deva forçar as pessoas a aderirem à mobilidade elétrica. Faria o mais importante, sim, um petição para que seja proibido circular com viaturas fumarentas no centro das cidades. Isso é que salvava vidas e também iria indiretamente potenciar a venda de VE, ainda que restando algum problema com os carregamentos, mas haveria sempre a alternativa dos transportes públicos.

[mjr]

Uma medida deste género deve ser sempre virada para as viaturas novas. Bloquear o tráfego em certas zonas a determinado tipo de viaturas, por muito que me agrade pessoalmente, tem um peso social significativo, pois a qualidade do parque automóvel está diretamente ligada à capacidade financeira das pessoas.

A rede está a crescer a uma velocidade elevada, a média deste ano está em 8 PCRs e 9 PCNs por semana, mais do que 2 por dia. Estamos num círculo virtuoso de crescimento da rede, com mais carros a acelerar a criação de novos postos, por isso achar que isso será um fator limitativo para 2030 parece-me desajustado.

[BrunoAlves]

Criar as condições para que a mudança aconteça é tarefa dos países e respectivos governos, a ideia é "apenas" forçar a discussão nos Parlamentos. Eu acho que a petição (sobretudo sendo concertada com as congéneres europeias) tem muito mérito e já assinei.

[LFN]

Uma medida deste género deve ser sempre virada para as viaturas novas. Bloquear o tráfego em certas zonas a determinado tipo de viaturas, por muito que me agrade pessoalmente, tem um peso social significativo, pois a qualidade do parque automóvel está diretamente ligada à capacidade financeira das pessoas.

A rede está a crescer a uma velocidade elevada, a média deste ano está em 8 PCRs e 9 PCNs por semana, mais do que 2 por dia. Estamos num círculo virtuoso de crescimento da rede, com mais carros a acelerar a criação de novos postos, por isso achar que isso será um fator limitativo para 2030 parece-me desajustado.

Não vejo nenhuns reflexos disso. Neste período de Páscoa e de fim de semana prolongado do 25 de abril desloquei-me duas vezes da região centro ao Algarve. A primeira deslocação foi feita como usual com o meu model S, com paragem intermédia em Alcácer, dado me ter sido possível praticar horários de ida e volta desfasados da maioria do tráfego. Ainda assim notou-se o movimento em Alcácer, que está a ficar manifestamente curto para o crescimento da marca em Portugal. Aqui estão 4 postos quase há um ano à espera de ligação à rede, bem como infraestrutura para mais. Mas não se pode, que é contra o modelo. Todos os dias abrem novos SUC por essa europa fora, mas aqui no nosso modelo sovieto-estatizante a iniciativa privada tem de ser banida para nivelar tudo por baixo. Sim, porque se o panorama na Tesla já é de algum congestionamento, quem no seu perfeito juízo faz estas viagens com base na rede mobi-e, onde com sorte há 1 posto a funcionar nas estações de serviço, e com uma fila de vários carros nestes períodos de maior movimento?

Na segunda deslocação, onde não pude desfasar horários, optei por fazer na viagem num VW Polo, a segunda viatura lá de casa. É isto que temos para oferecer às pessoas depois de as obrigarmos a comprar carros elétricos?

Depois vamos ao problema das cidades. Que resposta temos para quem não pode carregar em casa? Carregar na rua a preços de gasóleo e a km de casa? Porque razão o nosso modelo não permite que empresas e instituições com parques privativos coloquem carregadores e permitam aos seus funcionários usarem cobrando apenas a energia a preço de custo? Isso sim seria uma medida que permitiria evoluir bastante na mobilidade elétrica, mas mais uma vez o nosso modelo não permite, pois é preciso proteger o negócio dos de sempre.

O que vamos começar a ver em breve é pessoas a arrependerem-se de terem optado por viaturas elétricas pensado que substituiam um carro convencional, e isso vai ser uma péssima propaganda. Lamento, mas Isto é apenas para quem pode carregar em casa e viaja pouco para fora do raio de alcance da viatura, o resto é utopia.

[mjr]

Curiosamente fiz a viagem Porto-Algarve na sexta feira santa e carreguei apenas na rede pública (em Leiria). Na volta carreguei uns 15m num PCR em Almodôvar e depois lá tive de parar em Fátima, pois a mulher quis ir a um conhecido restaurante que há por lá... Só tentei usar ao máximo a rede pública porque 0,56€/kW.h nos SuC é quase preço de gasóleo. Nos PCR carreguei a 0.42€/kW.h.

Em Leiria estava 1 carro em fila de espera para pagar uma fortuna na Ionity, com o PCR livre ao lado. Acabei por almoçar por lá, para depois ir direto até ao Algarve, e só no fim apareceu outro VE para carregar. Não teve de esperar mais que 2m pois parei logo a carga.

A Tesla não instala mais postos em Portugal pela mesma razão que demorou meses a mandar a documentação do meu TM3 para o IMT, e porque demorou meses a mandar-me uma fatura legal do sinal e outros meses para mandar a fatura da totalidade do carro para o banco. Demoram tempo a adaptar-se, na verdade parecem achar que os países é que se deviam adaptar a eles.

As empresas podem instalar DPCs e o UVE apenas paga a eletricidade. Nem precisa de se preocupar com o aumento da energia em ponta, está tudo incluído na fatura do UVE.

Desculpem, mas acho ridículo sequer considerar que não é exequível terminar a venda de veículos sem tomada a partir de 2030 porque 8 anos antes a rede ainda não está perfeita.

[Nonnus]

Eu estou só a dizer...

Então não se pode mudar as regras na ME porque há empresas que podem ser prejudicadas. Desculpa dada para não se mudar certas coisas na ME em Portugal e várias vezes defendida aqui no fórum por alguns de vocês que neste momento estão a ler este texto.

Pegando nisto. Então pode-se deixar falir centenas de postos de combustível? Pode-se deixar falir milhares de oficinas de mecânica, pode-se deixar falir centenas de empresas de vendas de peças.

Estão a ver como se pode deixar falir tanta coisa com alteração das regras por um bem comum, mas não se pode alterar as regras na ME em Portugal porque não é justo para as pequenas empresas.

Como pode haver tanta hipocrisia naquilo que se defende.

Eu não estou a dizer que estou, ou não, de acordo com a petição. Estou apenas a constatar um facto.

[Filipe]

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