Também não é o modelo português que impõe isto? Afinal é uma maravilha, mas depois quer-se fazer algo diferente e o modelo limita.Daniela Simões
Olá a todos, deixo aqui mais alguns esclarecimentos adicionais: o produto que evitaria abertura de atividade não foi possível executar, legalmente.
Consultámos vários escritórios de advogados e posso assegurar-vos, com várias ideias, várias abordagens e todas todas todas elas bateram na trave. O mercado de energia é regulado de forma muito estrita.
A escolha de direcionar o produto para as empresas é porque são, precisamente, clientes que não têm qualquer problema em emitir faturas.
Talvez (e só talvez) o produto possa abranger o cliente particular, num futuro -- mas temos de colocar no contexto: o objetivo foi sempre conseguir diminuir o preço da energia não só para para o cliente que vende excedente, mas também para toda a comunidade. Uma vez que Portugal e Espanha conseguiram aprovar junto da UE a definição de um teto máximo do preço do gás, que afetará diretamente o preço da energia, pelos próximos 12 meses, o preço estará fixado e mais acessível.
Para mais acrescento que, obviamente, os clientes que vendem excedente querem vendê-lo a um preço indexado, sobrando pouca margem para que seja possível baixar o preço para toda a comunidade. Com a fixação do preço máximo do gás, o preço da venda de excedentes também não alcança mais de 0,15€/kWh como já aconteceu no passado.
Relembro que a miio não é uma empresa de energia, somos uma empresa de software que, para providenciar um serviço ao cliente final, em Portugal, temos de vender energia.
Depois quando eu escrevo que existe hipocrisia quase que me batem, saem todos em defesa da Menina.
Já sei que alguns vão responder que mais uma vez tudo é culpa do modelo e que todas discussões vão parar ao mesmo.
Porque será?
Afinal um CEME que é CEME mas só queria ser uma empresa de software. Deixa-me pensar, o CEME existe no modelo português.
Isto também mostra que o nosso modelo facilita a entrada de qualquer empresa na ME, como alguns dizem. Vejam bem, uma empresa de software que se teve que tornar CEME e que segundo alguns colaboradores deste CEME, já o disseram em público, a maior despesa na ME está em ser CEME.
Tanta facilidade, tanta maravilha, tanta cobiça do resto do mundo quando são convidados a falar sobre o modelo nas palestras e na realidade é isto. Deixem-se andar com discursos deste tipo com tudo e com todos que está a dar bastantes frutos.