Notícia sobre apoios à compra de carros eléctricos 2016

[rpatricio]

Programa do governo PS criticou travagem da mobilidade eléctrica, por "preconceito político", mas o OE corta para metade os incentivos à compra de carros eléctricos. Vendas cresceram 241% em 2015.

ORÇAMENTO 2016
O governo travou a fundo nos incentivos fiscais à mobilidade eléctrica para automóveis particulares. A proposta de Orçamento do Estado 2016 reduz para metade o subsídio concedido no abate de veículos na compra de automóveis eléctricos.

A queda no benefício fiscal ainda é mais significativa no abate de veículos, em troca da compra de um veículo híbrido (plug-in), que passa de 3.250 euros para 1.125 euros, ou seja, um terço do valor ainda em vigor.

O programa socialista denunciava a travagem no projecto da mobilidade eléctrica, promovida pela coligação PSD/CDS, por “puro preconceito político”, afinal o projecto era uma das bandeiras da governação de Sócrates. Mas apesar do compromisso assumido de “retomar o desígnio da mobilidade eléctrica”, a proposta de Orçamento do Estado acaba por dar uma machadada nos incentivos ao carro verde, pelo menos para uso particular.

Para além de reduzir os benefícios à substituição de carros, o OE 2016 diz ainda que o incentivo concedido através da aquisição destes veículos se mantenha até ao final de 2017, ou seja durante dois anos, sendo reduzido para metade em 2018.

Para o fiscalista Manuel Teixeira Fernandes, esta medida vem travar uma política que estava a começar a dar resultados, o que é típico de Portugal, estimulando a criação de um parque automóvel que permita aproveitar a infraestrutura existente, lembrando o elevado investimento realizado nos governos de José Sócrates numa rede nacional de abastecimento. O especialista falava na conferência “2016: Propostas Fiscais”, realizada pela RFF (Rogério Fernandes Ferreira) Associados no dia 17 de Fevereiro.

Ou a comissão da reforma da fiscalidade verde foi incompetente e propôs valores que sem sentido, o que não é crível, ou então este corte não faz sentido.”
Depois da euforia renovável dos dois governos Sócrates, que chegou a oferecer um incentivo de cinco mil euros na compra de carros eléctricos, valor que poderia chegar aos 6.500 euros se incluísse entrega de veículo antigo, os anos da troika e austeridade foram cinzentos para as apostas verde. Estes incentivos foram descontinuados pelo governo da coligação e Portugal perdeu o investimento da Renault Nissan numa fábrica de baterias para automóveis eléctricos.

Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, apresenta proposta de Compromisso para o Crescimento Verde

Só quando Jorge Moreira da Silva chegou ao governo e ao ministério que juntou energia e ambiente é que o tema foi retomado. Aliás, o próprio ministro deu o exemplo levando o seu staff a usar apenas veículos eléctricos. Uma experiência que queria alargar a todo o governo. O governo de coligação anunciou ainda a liberalização dos pontos de carregamento, que antes eram um exclusivo da rede Mobi.E um consórcio que tinha como accionistas as principais empresas de energia (REN, Galp e EDP).

Mas foi a reforma da fiscalidade verde que deu um impulso decisivo para a reanimação do mercado de veículos eléctricos. O pacote de medidas entrou em vigor em 2015 e apesar de não ser tão generoso como o programa anterior, deu um novo alento à venda de automóveis eléctricos que dispararam 241% para 645 veículos vendidos no ano passado.

Os dados da ACAP (Associação do Comércio Automóvel de Portugal) apontam para uma subida ainda mais acentuada nos modelos híbridos plug-in, cujas vendas cresceram 338% para 438 unidades. Também as vendas de híbridos convencionais cresceram acima do mercado, mais 58% de veículos comercializados num total de 3058.

O Observador pediu um comentário ao Ministério do Ambiente sobre as propostas do OE 2016 para a mobilidade eléctrica, mas não obteve para já resposta. No entanto, o programa do governo já dava sinais de que a aposta na energia verde no sector automóvel ia mudar. O documento prevê direccionar os incentivos à aquisição de veículos eléctricos para os segmentos com maior impacto energético e ambiental, como os autocarros de serviço público de transporte, táxis, transporte escolar, transporte de mercadorias e logística urbana.

O compromisso do Estado adquirir 25% de veículos eléctricos em renovações de frota que se destine à circulação urbana, reabilitar e redimensionar a rede de carregamento Mobi.E e promover o carregamento nas garagens das habitações e empresas, são outras das medidas apontadas.

No entanto, o relatório que acompanha a proposta de OE faz apenas referência à renovação da aposta na mobilidade eléctrica com a atribuição de incentivos ao abate de veículos em fim de vida e benefícios fiscais, que acabam por ser muito inferiores aos que estão em vigor.

Fonte: http://observador.pt/2016/02/22/governo ... eletricos/

[Orlando]

Quero lá saber dos apoios, prefiro uma rede física do que esta virtual que nos impede de nos mover pelo país!

[ricardot]

Quero lá saber dos apoios, prefiro uma rede física do que esta virtual que nos impede de nos mover pelo país!

Ou se sai prevenido com planos A,B e C ou estamos sujeitos a ficar a pé.

[mjr]

Nesta fase os apoios são muito importantes para trazer o máximo de pessoas para a ME. Sem apoios continuamos a ser poucos e sendo poucos menos incentivo há em espalhar a rede. Claro que para quem compra usado os apoios não valem nada...

[Orlando]

Nesta fase os apoios são muito importantes para trazer o máximo de pessoas para a ME. Sem apoios continuamos a ser poucos e sendo poucos menos incentivo há em espalhar a rede. Claro que para quem compra usado os apoios não valem nada...

Fazes ideia de qts VE foram vendidos o ano passado? E sabes qts tiveram apoio?
Vê e perceberás o meu ponto de vista.

[mjr]

Tens esses dados (totalidade do ano)?

[Orlando]

Tens esses dados (totalidade do ano)?

Nop, mas mesmo que sejam 400, e terem sido apoiados 100, são 25%. Se fossem 100% (ou mesmo 75%) já acharia que faz mossa.
Quem compra um carro por 34k, tem 36k. E quem tem 36k gosta de ter o carro fechado na garagem? Se me dissessem, que quem tem 8k não tem 10k, já acreditava nesse apoio. Agora apoios de 6k ou 10k como em França, aí sim disparava.

Qto houve os primeiros apoios houve apenas 232 de carros vendidos.
http://expresso.sapo.pt/economia/eco_ca ... os=f715858

Em 2015, novembro havia 369 vendidos desde janeiro.
http://expresso.sapo.pt/economia/2015-1 ... ispara-173

[Orlando]

Este artigo esclarece em parte até agosto de 2015(355 Ve vendidos).
Mas atenção que fala em 58 portugueses que receberam incentivo mas não diz se foi 100%Ve ou plugin incluídos

http://www.ionline.pt/418695

[mjr]

E uma enorme parte das vendas deverá ter sido para empresas, onde a recuperação do IVA e ausência de TA é um incentivo bem maior que o incentivo ao abate. Mas para particulares deve estar bem acima de 50%. Gostava de ter dados concretos, mas a minha opinião é que para particulares os incentivos são importantes na decisão.

2011 foi o ano de entrada da Troika, havia muita incerteza o que aliado à novidade provocou vendas modestas. Acho que não serve de exemplo.

[pafi]

Tens esses dados (totalidade do ano)?

Relembro dois links sobre as vendas de 2015, em Portugal:

https://www.uve.pt/page/explosao-de-ven ... -dezembro/

http://www.ev-sales.blogspot.pt/2016/01 ... mment-form