Diário de bordo - Malm

[Malm]

Tendo em conta os últimos comentários, parece que não perceberam nada do que eu tentei explicar. No myimiev.com costuma ser assim, mas devagarinho eles lá vão interiorizando as minhas ideias. Agora até já me citam na questão das células mais internas andarem mais quentes, só que vêm a coisa num perspetiva completamente diferente . Eles estão com receio que, com temperaturas exteriores abaixo dos 20º C negativos , as células mais externas se degradem mais depressa por andarem a temperaturas tão baixas.

Também continua a ser um bom treino para a minha abordagem à Mitsubishi em relação ao comportamento do meu carro. O mais provável é fazerem-me um diagnóstico a mim e não ao carro, tipo, o proprietário é que tem um problema qualquer.

[mjr]

O que o galt disse é que a maneira de condução ultra eficiente do Malm provoca uma menor degradação do pack que a média dos condutores com uma condução menos eficiente e logo que provoca mais ciclos.

Pormenores de como os fabricantes tentam esconder a degradação não me interessam tanto desde que consigo medir todas as variáveis da bateria. Como não há maneira de obter informação da energia útil restante como no Leaf (gids), a única maneira de obter essa informação é como já disse muitas vezes: descarregar o pack até ele não dar mais e medir a energia até 100%. Tudo o resto tem demasiado ruído (variações) para perder muito tempo com isso.

Um trabalho interessante para quem se quiser dar ao trabalho era descarregar o carro até 0% e depois carregar 0,5kWh de cada vez, esperar uns 15 minutos e medir a tensão da célula mais fraca. Isto até aos 4 ou 5 kW.h de carga. Assim seria mais fácil estimar a energia restante para uma determinada tensão da célula mais fraca.

[Malm]

Mas o que eu escrevi sobre a possível existência de uma capacidade maior em relação à quantidade de carga que um i-MiEV novo pode conter refere-se a todos os i-MiEV e não ao meu em particular. E o que escrevi aproxima a degradação dos i-MiEV em relação aos Leaf, pois se for como eu penso, os i-MiEV apenas mantêm a mesma autonomia ao fim do primeiro ano porque não disponibilizam nessa altura uma pequena fração da sua capacidade, mas as suas baterias efetivamente degradam. Por isso estranhei dizerem que se acelerar degradam, quando eu estava precisamente a dizer que degradam mais que aquilo que a maior dos proprietários de i-MiEV pensam.
Quanto à parte do andar devagar, parte é verdade, parte é mentira. Digamos que faço por adequar a velocidade à distância que pretendo percorrer. Se tiver de fazer 150 km, claro que vou devagar.

Sempre se animaram um bocadito as coisas por aqui, que isto às vezes mais parece um monólogo. Agradeço ao Galt por não deixar que isto se torne uma descrição enfadonha de ideias nem sempre sustentáveis. Que saudades dos tempos em que me comparavam ao Fernão de Magalhães e outros que tais. Vamos lá então continuar a cultivar o boneco do Malm que não passa dos 50 km/h, que colocar uns sorrisos nas vossas caras vale tanto como contar a história das minhas 88 células.

[mjr]

Há uma forte razão para que os fabricantes não usem o método de utilizar uma menor amplitude de SoC em baterias novas. A autonomia que podem publicar e usar como argumento de venda seria menor!

Por isso dúvido que a Mitsubishi o faça. Aquilo que acredito que faça, tal como a Nissan, é esconder muita capacidade em estados de carga baixos. Como normalmente eles não são usados, a perceção é que a capacidade inicialmente se mantém, quando na realidade se está a perder nos estados de carga próximos de 0.

[Malm]

Pelo que o Orlando referiu na Vectrix não se importaram.

Há algo que eu me farto de indicar mas que parece que ninguém se convence. A carga máxima para um i-MiEV (pelo que mostra o meu) são sempre 16 kW.h. Esteja ele degradado -5%, 0%, 5%, 10%, os seus 100% são e serão sempre 16 kW.h. Aquilo começa a carregar e toca de enfardar até o contador dele indicar 16 kW.h. Se não carregou 16 kW.h até não conseguir enfardar mais, ele assume que se enganou a contar os eletrões e acerta para 16 kW.h. Para um i-MiEV, 100% de SoC são sempre 16 kW.h, nem um microwatt a mais, nem um microwatt a menos.

Num Leaf não é nada assim, o Leaf determina a capacidade que tem e vai fazendo corresponder um valor de carga diferente para os 100% de SoC.

[mjr]

É possível que os 100% de SOC sejam sempre assumidos como se não houvesse degradação. Isso quer dizer que ou a BMS não consegue medir a capacidade do pack ou eles querem esconder o mais possível a degradação. Ambas são soluções erradas na minha opinião. Este tipo de solução encaixa no esconder a degradação em SOC baixos. Só quem chega a esses estados de carga é que deteta o problema.

No Leaf a degradação é óbvia, mesmo para quem não tem equipamento OBD. A autonomia estimada vai baixando progressivamente e depois, claro, desaparecem as barras de capacidade. Apesar de ter custos a curto prazo (a degradação fica logo escancarada), para o utilizador do carro é muito melhor.

Uma vez que o Canion não consegue (ainda) ler o estada da bateria, é até possível que não seja monitorizado esse parâmetro importantíssimo. Acho no entanto pouco provável que assim seja.

A bateria de Lítio titanato que alguns iMiEV usam é muito superior a qualquer outra a nível de degradação, mas pelo menos o teu Leaf não usa essa tecnologia pois a tensão por célula é muito menor do que as lítio normais (cerca de 2,4V).

[Malm]

Mjr escreveu - "Este tipo de solução encaixa no esconder a degradação em SOC baixos. Só quem chega a esses estados de carga é que deteta o problema." Aleluia, agora sim, estamos a falar do mesmo. Mjr, para mim é por aí.

Mjr escreveu ainda - "No Leaf a degradação é óbvia, mesmo para quem não tem equipamento OBD. A autonomia estimada vai baixando progressivamente e depois, claro, desaparecem as barras de capacidade. Apesar de ter custos a curto prazo (a degradação fica logo escancarada), para o utilizador do carro é muito melhor." - Agora perspetiva leafesca, com a qual concordo.

Continuando - "Uma vez que o Canion não consegue (ainda) ler o estada da bateria, é até possível que não seja monitorizado esse parâmetro importantíssimo. Acho no entanto pouco provável que assim seja." É monitorizado, mas quem se está a dedicar a decifrar os dados que o carro vai enviando pela can-bus não lhe dá importância, pelo que temos de esperar até o dia em que lá se decidam a procurá-lo e a colocá-lo no Canion. Eu já insisti com eles, mas preferem ocupar-se a descobrir outras coisas, como o consumo do sistema de aquecimento em tempo real (era isso mesmo que eu queria ). Só para não os chatear mais, até me quiseram enviar por correio um aparelho que têm que lhes dá diretamente esse valor, de França e pelo correio, sem me conhecerem de lado nenhum e nem era à cobrança . Disse-lhes que não merecia tanta generosidade e que iria conseguir viver na mesma sem saber o valor."

E para terminar, o maior elogio que recebi até hoje neste fórum "mas pelo menos o teu Leaf não usa essa tecnologia". O meu Leaf. Filipe, desculpa lá, mas acho que acabaram de te retirar o título de nº 1 .

[Filipe]

Oblak - 0, Malm - 89

[mjr]

LOL. Nem vou editar o meu post para corrigir. Um ato falhado tem sempre um significado.

[Malm]

. Se esta fosse a última página do diário, a minha estória aqui tinha um final perfeito. Surpreendente, original e muito feliz. Mas a não ser que o dia seja de azar extremo, que nunca se sabe, basta estar vivo, não vai acabar, não senhor. E para mais, hoje é um dia especial. E como sempre, em 1ª mão no nissanleafpt, com fotos lá para o final do dia. Já está a 100% e agora 60k, aí vamos nós .