Eu espero que o Leaf europeu não traga a estupidez do "creep".
O que é o creep?
Basicamente é para simular o que ocorre nos carros americanos com a ineficiente transmissão automática hidráulica:
Quando o carro está parado num semáforo, por exemplo, o motor está constantemente a fazer uma pequena força nas rodas (consumir energia). Dessa forma, ou se pressiona constantemente o pedal do travão ou numa estrada sem inclinação ou carro acelera sozinho.
E o pior de tudo, uma coisa que os americanos costumam fazer com as sucatas de transmissão automática hidráulica deles:
num semáforo numa subida ligeira, largam o acelerador, não travam e o motor é que está constantemente a fazer força para não deixar o carro andar para trás. No Leaf então isso será desastroso para a autonomia, o pessoal parado na subida com o motor constantemente a consumir energia para o carro não andar para trás!
Já no Leaf tudo parece indicar que depois de se pressionar o travão o motor deixa de fazer força nas rodas ao contrário dos CI de transmissão automática que a exercem constantemente contra os travões. Valha-nos isso.
Outro erro que ao que parece o Leaf também trás é a impossibilidade de quando se larga o acelerador ele deixar ir as rodas soltas a rolar sem travar. Uma grande vantagem nos VE dos anos 90. O EV1 permitia regular o "travão motor" só para quando precisássemos dele nas descidas.
Quando largamos o acelerador, o carro vai logo começar a fazer travagem regenerativa, desperdiçado assim energia.
Agora podem perguntar: mas se está a regenerar, como está a perder? Bem, a resposta é simples: se o carro fosse deixado numa estrada nivelada a rolar com as rodas soltas (como faço no meu clio para atingir 3.4L/100 Km) a energia vai-se dissipando lentamente devido ao atrito com o ar; quando regeneramos, na conversão de energia mecânica para elétrica e depois de elétrica para química para carregar a bateria e depois converte-la de novo para aplicar nas rodas perde-se mais de metade da energia. Se assim não fosse, o Leaf teria uma autonomia infinita, já que toda a energia gasta a acelerar era recuperada a 100% na travagem regenerativa e a bateria nunca perdia a carga.
Agora não me interpretem mal: travagem regenerativa é de longe melhor que desperdiçar a energia cinética do carro a aquecer discos e pastilhas de travão e a desfaze-las em pó. Nesse caso em vez de se recuperar 30% da energia, desperdiça-se 100% e ainda se destroem pastilhas e discos de travão criando mais lixo, deixando as jantes todas negras com pó de pastilhas e claro está, depois mais uma despesa ao comprar discos e pastilhas.
Se conseguir o test-drive já posso dizer se o Leaf europeu tem o tal "creep" do leaf americano ou não.
Outra coisa que tenho pena que o leaf não tenha (penso eu) é a mudança B (brake) do iMIEV, que basicamente aumenta imenso a travagem regenerativa o que é muito útil quando se desce uma serra, mas que é possível de desligar para ele rolar solto nas estradas niveladas.
Outra coisa que infelizmente até os americanos perderam era uma ficha de 120V AC (no caso deles) ao lado da ficha de isqueiro de 12V.
Segundo o que li no fórum MyLeaf, esta ficha existia nos primeiros Leafs que circularam para test-drives nos EUA e agora desapareceu nos que estão a ser entregues. Também segundo o MyLeaf essa ficha aguentaria potências até 400W.
Dava imenso jeito ter uma ficha de 230V no carro mesmo que fosse só até 400W. Dava para ligar imensa coisa em viagem ou campismo, pik-nik, etc.
Pouparam meia dúzia de tostões ao retira-la, ou quem sabe, o hardware até pode ainda estar lá escondido. Por exemplo, nos Prius, a versão americana não tem o botão EV (modo elétrico) mas basta-lhes meter um interruptor e ligar os fios que fica a funcionar como o modo EV dos europeus.
Quem já fez test drive pode responder ao que souber!
Nesta foto pode-se ver metade da tomada de 120V ao lado do isqueiro:
